28/05/2010

ILUMINANDO A VIDA

          Mais do que um relato de trabalho científico, a conferência de Martin Chalfie, Prêmio Nobel de Química de 2008, realizada na abertura da 33ª Reunião Anual da SBQ, propiciou aos jovens brasileiros que lotaram o salão do Hotel Monte Real, em Águas de Lindóia, alguns ensinamentos sobre a forma de encarar a ciência.
          Chalfie ressaltou a importância de vê-la como um processo de acumulação onde os resultados são fruto do trabalho de milhares de pessoas, como no caso das pesquisas que lhe renderam o Nobel. Criticou a concepção, hoje predominante nos EUA que procura privilegiar a pesquisa aplicada em detrimento da pesquisa básica, política que se acentuou no governo Bush. Lembrou aos jovens que a atividade científica exige uma atitude de estudo permanente para “toda a vida”.
          Chalfie recuperou parte da história percorrida para chegar ao feito que lhe rendeu a premiação. Nesse trajeto, o momento em que imaginou ser possível inserir a proteína verde fluorescente (GFP) no nematóide Caenorhabditis elegans para assim obter um marcador, em nível celular, em um ser vivo.
          Lembrou que a equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia, da qual Chalfie faz parte, vinha se dedicando ao estudo do sistema nervoso do C. elegans e tinha como objetivo desvendar a diferenciação e o funcionamento das células. Com isso, compreender o que está na base de alguns sentidos, como o tato, a audição e o equilíbrio. As pesquisas então realizadas levaram esse trabalho a produzir mutações em células para identificar os aspectos responsáveis por essas propriedades.
          Desde os anos 1980, o grupo vinha se dedicando a essa tarefa utilizando três métodos que consumiam grande tempo de preparação, mostravam resultados e também limitações. A principal delas que a observação era feita em animais mortos, oferecendo uma imagem estática de cada etapa do processo.
          A idéia de inserir a GFP no animal, que é transparente e permitiria a visualização da célula, detonou um amplo leque de iniciativas científicas com decorrências para várias áreas do conhecimento, entre elas a medicina. Um dos desdobramentos foi a realização do também ganhador do Nobel de 2008, Roger Y. Tsien, da Universidade da Califórnia, que conseguiu produzir proteínas fluorescentes com diferentes cores aumentando assim a capacidade do marcador celular. Hoje, a busca nas bases de publicações científicas registra mais de 30 mil artigos que tratam da utilização da GFP ou citam o assunto em suas referências. Para que o trabalho de Chalfie chegasse efetivamente a seus resultados foi necessária, entretanto, a colaboração e a interlocução com uma rede de pesquisadores, ligados diretamente a seu laboratório, ou não, entre as quais as pesquisas de sua mulher, também cientista.
          Depois de publicar o artigo sobre GFP Chalfie retomou ao trabalho com o C. elegans com a perspectiva de avançar no conhecimento de como funcionam as células responsáveis por alguns sentidos, agora com um instrumento recém descoberto.



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