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24/03/2016



Elisa Orth ganha o prêmio International RisingTalents


Pesquisa na área de catálise rende à pesquisadora da UFPR bolsa de 15 mil euros

A professora Elisa Orth, da Universidade Federal do Paraná, recebe hoje (quinta-feira), em Paris, o prêmio International Rising Talent, do Programa For Women in Science, criado pela L'Oreal e apoiado pela Unesco, por suas pesquisas em design de bio e nanocatalisadores para organofosforados: de enzimas artificiais a sensores.

"Fico muito feliz e agradecida com o reconhecimento ao meu trabalho", disse a professora Elisa ao Boletim da SBQ. Ela foi vencedora da premiação nacional do "Para Mulheres na Ciência" em 2015 e selecionada para receber uma das 15 bolsas anuais de 15 mil euros oferecidas para cientistas dos cinco continentes.

Elisa Orth (UFPR): prêmio internacional por pesquisa na área de catálise

"Este prêmio é importante no Brasil, pois projeta a jovem premiada na comunidade científica brasileira, e também, através da mídia, atinge jovens mulheres em escolas e universidades, mostrando-lhes que mulheres fazem ciência e que são reconhecidas", atesta a professora Maria D. Vargas, da Universidade Federal Fluminense, jurada do prêmio. Segundo ela há também uma componente importante dada pela participação da L`Óreal, que é o glamour. "Numa sociedade tão pautada pela aparência e superficialidade, a L`Óreal, ao promover este prêmio, deixa de valorizar unicamente a beleza da mulher, e passa a apostar na sua inteligência e capacidade de fazer ciência de qualidade. Tem sido uma sacada fantástica para nós mulheres cientistas", afirma.

Elisa iniciou suas pesquisas na área de catálise há quatro anos, depois de concluir o pós-doutorado na área de nanomateriais na UFPR. Sua graduação e doutorado fez na UFSC, na área de físico-química orgânica. Ela é uma entusiasta da SBQ e estará presente à 39ª. Reunião Anual, que será realizada de 30 de maio a 2 de junho, em Goiânia. "Sou sócia da SBQ desde meu primeiro semestre de graduação e tenho participado de todos os encontros anuais e regionais", conta Elisa. "Acredito na importância da representatividade da SBQ para os químicos em todos os fóruns, e percebo, nos eventos, os benefícios do contato com os colegas", explica a professora.

Leia texto escrito pela professora Elisa Orth sobre sua pesquisa na área de catálise:

"O principal foco da minha linha de pesquisa é projetar catalisadores altamente eficientes para uma classe de reações que tem grande interesse biológico e também estão presentes em muitos pesticidas e armas químicas. Em primeiro lugar, ressalto que catalisadores são substâncias que podem acelerar reações químicas e isso pode ter muitas aplicações. Por exemplo, alguns pesticidas derivados de organofosforados são muito estáveis e sua decomposição pode levar muitos anos. Ainda, muitos desses pesticidas são proibidos no Brasil mas ainda tem-se grandes estoques deles, e que ainda são encontrados nas nossas lavouras. A melhor solução para isso seria destruir essas substâncias tóxicas, o que podemos chamar de detoxificação ("tirar toxicidade"). Para isso, precisamos de catalisadores multifuncionais e de alta performance, que pode acelerar a decomposição dessas substâncias, que levaria anos, para poucos segundos. A mesma tecnologia que usamos para destruir esses estoques, podemos aplicar no desenvolvimento de sensores para monitorar o uso abusivo de pesticidas e detectar uso de pesticidas proibidos. De fato, essa é uma grande preocupação pois o Brasil é um dos países que mais consome pesticidas no mundo, portanto se faz necessário um monitoramento mais eficaz, rápido e simples. Por exemplo, se lavássemos nossa alface e na água que lavamos alface colocássemos um sensor, tipo um pequeno pedaço quadrado de plástico (ex:3x3cm), que mudasse de cor se tivesse uma quantidade muito alta de pesticida, seria um alerta fácil para os consumidores e um sistema mais simples para controle nos centros de distribuição de alimentos, por exemplo. Esse processo de acelerar reações é o que nossas enzimas naturais fazem, portanto os catalisadores que propomos podem também ser considerados como enzimas artificiais, que também tem importantes aplicações biológicas. Muitos processos biológicos importantes envolvem substâncias que tem estrutura química parecida com os organofosforados citados acima (que estão em alguns pesticidas). Ao mesmo tempo, algumas doenças genéticas ou disfunções biológicas podem ser explicadas por reações envolvendo essas moléculas. Portanto, outra vertente do nosso trabalho é aplicar os catalisadores como enzimas artificiais que poderiam auxiliar na cura de algumas doenças genéticas. Para isso realizamos testes para avaliar se os catalisadores também podem ser utilizados como enzimas artificiais com perspectivas para terapia genética.

Assim, posso concluir que minha pesquisa está aplicada tanto no desenvolvimento de enzimas artificiais quanto na degradação de compostos tóxicos, como pesticidas e armas químicas, que envolvem basicamente encontrar sistemas que acelerem reações de forma eficiente, que possam ser recicláveis (reutilizáveis várias vezes) e com baixo custo."


Texto: Mario Henrique Viana, assessor de imprensa da SBQ








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