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20/07/2017



IUPAC 2017: Selfies, autógrafos e ciência de primeira


40 anos da SBQ são celebrados no maior evento científico do País, em meio a dias de popstar do Nobel Sir Fraser Stoddart

Talvez o fato mais marcante dos 40 anos da SBQ comemorados no 46º. Congresso Mundial de Química tenha sido o tsunami de selfies e autógrafos que tomou conta do centro de convenções do World Trade Center, em São Paulo. Sir J. Fraser Stoddart, prêmio Nobel de Química de 2016 distribuiu possivelmente mais de mil dedicatórias e posou para o mesmo tanto de fotos com fãs ávidos por conhecimento. "Na China passei por algo parecido, mas não tão impactante", admitiu o pesquisador, que fez questão de deixar registrado por escrito seus parabéns à SBQ no crachá da ex-presidente Vanderlan Bolzani.

Rossimiriam Freitas (UFMG), secretária-geral da SBQ: "Tivemos um público jovem muito forte, que deu esse caráter mais informal ao Congresso. E isso foi muito bem recebido pela IUPAC"

Para a secretária geral da SBQ e presidente da comissão organizadora da 40ª Reunião Anual da SBQ, professora Rossimiriam Freitas (UFMG), o entusiasmo dos jovens reflete o trabalho da SBQ nos nomes escolhidos, na organização do evento e na divulgação. "Tivemos um público jovem muito forte, que deu esse caráter mais informal ao Congresso. E isso foi muito bem recebido pela IUPAC", declarou ao Boletim SBQ.

David MacMillan, o pesquisador escocês de Princeton especialista em fotocatálise também foi assediado e se divertiu com os fãs tanto no centro de convenções quanto na festa da SBQ, onde dançou até a madrugada embalado pelas caipirinhas.

"O evento foi um sucesso. As únicas reclamações que houve foram que havia pouca cerveja no coquetel e que havia pouca variedade no coffee-break", disse o professor Norberto Peporine Lopes, presidente-sucessor da SBQ, e membro da organização do evento. "Isso demonstra o quanto acertamos no que realmente importa que é a parte científica."

Foram mais de 3,5 mil químicos de 66 países, reunidos por seis dias, para 700 atividades científicas, em um formato inédito de auditório que permitiu a realização de até oito simpósios simultâneos, sem a necessidade de paredes. O sistema de fones de ouvido dava ao espectador a possibilidade de trocar de canais de áudio.

Aldo Zarbin (UFPR), presidente da SBQ: "O Congresso da IUPAC mostrou o tamanho da SBQ e da química brasileira, e agora temos o desafio enorme de manter a chama acesa em um período tão difícil de cortes de recursos para ciência e tecnologia no Brasil."

"Foi um evento perfeito, com alto nível científico, inovação tecnológica e um grande número de participantes", avalia o presidente da SBQ, professor Aldo Zarbin (UFPR). "O Congresso da IUPAC mostrou o tamanho da SBQ e da química brasileira, e agora temos o desafio enorme de manter a chama acesa em um período tão difícil de cortes de recursos para ciência e tecnologia no Brasil."

A grande presença de jovens é um sinal auspicioso para todo o ambiente de pesquisa científica no Brasil. A FAPESP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, apresentou no simpósio especial Young Researchers in Chemistry, seu Programa de Jovens Pesquisadores ("Young Investigators Awards"), que oferece bolsas de pesquisa de até cinco anos com um suporte financeiro que podem chegar até a R$ 2 milhões. Há também as tradicionais bolsas de pós-doutorado e a possibilidade de contar com uma rede de parcerias com as agências de fomento de 25 países em todo o mundo. Laboratórios mantidos em parceria à indústria e um programa de incentivo a startups são outras maneiras de se ter acesso à FAPESP. "Hoje temos 150 startups incubadas em universidades paulistas que empregam 22 mil pessoas e geram uma receita anual de R$ 3 bilhões", disse o diretor científico da fundação, Carlos Henrique Cruz. "Amamos a ciência que faz negócios mais competitivos, a ciência que cura pessoas, que enrique os pobres ou que simplesmente dá mais conhecimento aos homens."

A presidente da IUPAC, Natalia Tarasova, falou ao Boletim SBQ:

Natalia Tarasova: "Vejo um grande futuro para a química no Brasil"

O que vai levar de recordação dos brasileiros, após esta temporada da IUPAC em São Paulo?
Para mim, a principal diferença está na atitude das pessoas, os participantes estavam sempre tentando ajudar. Não sei por que os brasileiros me lembram um pouco os russos; são pessoas abertas que preferem a vida e o caráter ao dinheiro. Fiquei surpresa também com a quantidade de jovens brasileiros que vieram. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer a Universidade de São Paulo e dá para ver que há uma abordagem muito inovadora na maneira de se fazer as coisas. Vejo um grande futuro para a química no Brasil.

Seu mandato na presidência chega ao fim em dezembro deste ano. Que balanço faz destes dois anos de gestão e o que vê pela frente?
Uma grande tendência que vejo é a tentativa de transformar a química verde em uma ferramenta real para viabilizar as metas de sustentabilidade da UNESCO? Água limpa, energia, alimentos... Todas estes são temas que a química deve concentrar nos próximos anos. E com certeza eu destacaria também a descoberta dos novos elementos. Foi um ano muito especial. Muitos perguntam sobre as aplicações práticas, mas você nem sempre sabe qual vai ser o resultado de uma descoberta. Só espero que todas elas levem para uma conexão pacífica entre as pessoas.

A química foi muito tempo vista pelo público leigo como "algo que polui". Como mudar esta visão?
Sim, é a chamada "quimiofobia", essa visão de que a química é má, um inimigo. Ela decorre de uma educação primária ruim e conta com um papel importante da mídia – você vê um produto dizendo que não tem adição de químicos, mas até a água é química. Isso está mudando, devagar, mas verdadeiramente, e a IUPAC tem um trabalho muito grande para isso. A química em si não muda. Você não muda as leis da natureza. O que pode mudar é o entendimento destas leis e como nós as venhamos usar na prática.


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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