17/2/2011

34ª Reunião Anual

A rápida evolução das tecnologias de caracterização

           O desafio de atender a níveis de exigência cada vez mais complexos na caracterização de materiais faz com que a tecnologia empregada nessa atividade mereça dedicação crescente de pesquisadores da universidade e da indústria. Na perspectiva dos profissionais da química, a atuação no segmento significa também a convivência interdisciplinar, frente às interfaces apresentadas pelos materiais, onde se sobrepõem as áreas da química orgânica, inorgânica, eletroquímica, fisico-química e outras.

           “Hoje essas técnicas devem ser capazes de analisar produtos que vão ter vários componentes e precisam de resolução para quantidades muito pequenas e para dimensões variadas”, explica a professora Glaura Goulart Silva, do Departamento de Química da UFMG. Ela é um dos coordenadores do workshop “Técnicas Avançadas de Caracterização de Materiais”, que será apresentado durante a 34^a Reunião Anual da SBQ, dia 23 de maio, em Florianópolis.

           A crescente importância de tal conhecimento para a sociedade está, entre outras razões, em que ele constitui a base para todo trabalho de metrologia. E esta é uma necessidade fundamental para a indústria de qualquer país, já que fornece instrumentos para o controle de qualidade, nota a pesquisadora da UFMG. Os produtos que são colocados em território nacional, seja pela própria indústria, ou pela importação, precisarão de meios cada vez mais eficientes para determinar suas características e permitir o controle sobre o que chega à população. Nesse cenário, a universidade é a principal responsável por formar profissionais aptos a desempenhar tais tarefas.

           Trata-se de um campo de pesquisa que tem se marcado por uma evolução muito veloz, em particular quando se considera as pesquisas em nanotecnologia, observa. Onde o sucesso depende de instrumentos que aumentem grandemente a resolução obtida, em relação ao que era conseguido há dez ou vinte anos. Mesmo as técnicas químicas tradicionais foram objeto de avanços em grande escala para permitir uma análise rigorosa, no ponto de vista de concentração, de determinação de estrutura, ou de dimensionamento de componentes. É, também, um campo onde a pesquisa básica e a aplicada estão muito próximas.

           A iniciativa de realizar o workshop, pela segunda vez, deve-se ao fato de o encontro do ano passado ter sido alvo de grande interesse e obtido uma expressiva participação, lembra. Desta vez, os principais recursos apresentados serão a Espectroscopia de Estrutura Fina Estendida de Absorção de Raio-X (EXAFS, da sigla em inglês), Espectroscopia de Alta Resolução da Borda de Absorção (XANES), Difração de Raio-X, Espectroscopia de Fotoelétrons de Raio-X, Análise Dinâmico-mecânica e Análise de Área Superficial. São ferramentas que, originalmente, podem ter sido desenvolvidas por físicos, químicos ou engenheiros de materiais, mas hoje fazem parte do arsenal utilizado por todos para ter informações precisas sobre o sistema que está sendo estudado.

Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)