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3/3/2011


Inclusão

QNEsc debate ensino de química para deficientes auditivos


           Contemplado na legislação educacional que regulamenta as obrigações do estado com pessoas portadoras de necessidades especiais, o ensino de deficientes auditivos defronta-se com dificuldades na área de ciências. No caso da química, atuam como limitantes para essa inclusão a falta de uma terminologia específica em libras, linguagem brasileira de sinais, de material de apoio didático-pedagógico, assim como a carência de treinamento especializado. O tema é tratado em dois artigos do último número da revista Química Nova na Escola, de fevereiro.

           “Terminologias Químicas na LiBras: A Utilização de Sinais na Aprendizagem de Alunos Surdos” baseia-se em pesquisa realizada por Hélder E. Silveira e Sinval F. Sousa da Universidade Federal de Uberlândia (MG), em uma escola do município. O estudo relaciona as dificuldades para trabalhar conceitos abstratos da ciência com alunos desse grupo, a partir de entrevistas realizadas com professores e intérpretes. Na percepção dos professores, colhida pela pesquisa, entre esses obstáculos estão o de “lidar com a presença de intérpretes e alunos”, a falta de salas com recursos e materiais específicos e a limitação do tempo escolar, insuficiente para desempenhar tal atividade.

           O segundo artigo aborda as “Aulas de Química e Surdez: sobre Interações Pedagógicas Mediadas pela Visão (Lidiane L. S. Pereira, Universidade Federal de Goiás, Cláudio R. M. Benite, Universidade Estadual de Goiás, e Anna M. C. Benite, UFG). A investigação foi realizada em colégio da rede estadual de Anápolis (GO), com alunos do ensino médio, quatro intérpretes e dois professores de química. Aqui, reforça-se a constatação de que as barreiras a vencer para esse ensino partem da transposição da linguagem química, com sua complexidade, para a linguagem de sinais. O trabalho de intervenção da pesquisa construiu estratégias para avaliar as formas de ensino de conceitos químicos para alunos surdos, constatando que os recursos visuais – cartazes, desenhos, histórias em quadrinhos - oferecem resultados mais efetivos de memorização e aprendizagem para esse grupo. Ao final, propõe uma concepção de surdez que não seja marcada pela ausência, “mas visando a afirmação da linguagem”, e lembrando que esse esforço deve considerar as necessidades formativas dos professores para prepará-los para essa prática pedagógica.

» Veja QNEsc Vol. 33 nº 1


Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)













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