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Boletim Eletrônico Nº 973

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31/3/2011


Saiu a Química Nova número 3 - Volume 34




Editorial

É plágio. E daí?

Da forma como foi pensado esse título, seria um tremendo plágio se não disséssemos que esta ideia foi idealizada pelo jornal O Globo, numa seção chamada “É ilegal. E daí?” que por sua vez parafraseava um prefeito da cidade do Rio de Janeiro. A proposta do Jornal era discutir as ilegalidades que ocorrem na cidade e que o poder público conhece, mas nada faz para corrigi-las. A mesma sensação se tem com a questão do plágio. Parece que nada vai acontecer àqueles que decidem copiar ideias e texto de trabalhos alheios sem a devida citação ou o crédito apropriado. O absurdo chega a tanto que já existem empresas especializadas, escondidas em endereços da Web, para a produção de apostilas, monografias, dissertações e teses de doutorado. Porém, os recentes fatos ocorridos - um professor brasileiro foi demitido, uma aluna teve seu doutorado cassado e a demissão do Ministro da Defesa da Alemanha - parecem estar mudando o rumo desta questão. Então, a frase do título poderia ser mudada para: é plágio e agora vai ter consequências!

Bem sabemos que as consequências dependem muito das decisões políticas das IES, que em sua maioria são corporativas e pouco fazem no sentido de tomarem posição quanto aos fatos graves de plágio de alunos e docentes. Elas deveriam ser as mais interessadas em desenvolver a conscientização de seus alunos e docentes quanto à questão do plágio através de cursos, cartilhas, ciclo de debates e em ampliar o escopo dos comitês de ética em pesquisa para esta questão. Aparentemente, as instituições imaginam que tais fatos não arranham a sua imagem, mas isso não é verdade, pois para o público passa a imagem negativa de que a instituição não cuida do material acadêmico que está sendo produzido nas suas dependências de ensino. Bem como as IES que não tratam adequadamente esta questão nas suas salas de aula, recentemente, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou recomendações para evitar o comércio ilegal de trabalhos acadêmicos e o plágio de monografias nas universidades brasileiras. Foram aprovadas duas medidas importantes: o envio de ofício a todas as IES brasileiras para que passem a utilizar softwares de busca de similaridades para identificar plágios em monografias, dissertações e teses e a adoção de políticas de conscientização dos estudantes acerca da propriedade intelectual e o plágio nas atividades acadêmicas.1 O ofício foi enviado e o seu teor está disponível na web;2 agora é acompanhar o seu desenvolvimento nas IES. Vamos acompanhar e verificar se essa é mais uma das ações tomadas que não resultam em nada.

É estranho quando o olhar vem de fora para chamar a atenção ao que deveria ser considerada missão das IES. Sabe-se muito bem que elas sabem ensinar aos alunos a ler e escrever criticamente, mas precisam enfatizar às suas comunidades que quando forem compor as ideias e resultados da pesquisa o façam de forma original. Deste modo, elas devem incentivar o pensar e o senso crítico e nisso devem estar inseridas a questão da ética e o plágio. O “copiar-colar” diminui a qualidade do ensino e aleija a capacidade crítica dos alunos e docentes.

A Química Nova já há algum tempo vem alertando a comunidade desta prática nefasta através de seus editoriais. Já houve caso de publicação integral de texto publicado anteriormente3,4 e, mais recentemente, uma apostila para concurso público foi comercializada na web contendo um trabalho copiado integralmente sem nenhuma menção à origem ou aos autores. As revistas não são imunes a este problema, pois da mesma forma que podem ter parte ou a integralidade dos seus textos e figuras plagiadas,5 também podem publicar artigos contendo plágio, mesmo utilizando o mecanismo de avaliação por pares. Esse mecanismo de avaliação é o mais empregado pelas revistas científicas, mas é feito por pessoas que conhecem as teorias, mas não o teor de todos os textos e figuras que estão publicados na literatura científica. O mais fácil para os assessores ad hoc é verificarem o autoplágio, onde os autores repetem inúmeras vezes as introduções dos trabalhos. Apenas para ressaltar, a Química Nova nunca publica uma figura ou imagem referenciada sem que o autor apresente a autorização da fonte para utilização no seu texto.

O objetivo deste editorial é mais uma vez alertar nossos colaboradores a evitarem a cópia de textos publicados, mesmo que de frase ou texto de sua própria autoria. Os professores e membros das bancas de avaliação são fundamentais, pois devem discutir abertamente com seus alunos esta questão e as consequências que poderão advir, como carreiras arruinadas e potencialidades interrompidas após terem sido frutos de investimento em bolsas e apoio à pesquisa.

Memorandos de reitorias para as comunidades acadêmicas terão pouca ou nenhuma efetividade nesta questão. Só a educação e conscientização poderão alcançar algum resultado.

 

Susana I. Córdoba de Torresi
Vera L. Pardini
Vitor F. Ferreira
Editores de QN

 

REFERÊNCIAS

1. www.oab.org.br/combateplagio, acessada em Março 2011.
2.
http://dead.ifpe.edu.br/moodle/file.php/1/WebConferencia/Of._Circular_no_23_combate_ao_plagio.jpg, acessada em Março 2011.
3. Torresi, S. I. C.; Pardini, V. L.; Ferreira, V. F.; Quim. Nova, 2009, 32, 1371.
4. Torresi, S. I. C.; Pardini, V. L.; Ferreira, V. F.; Quim. Nova 2008 31, 197.
5. Sociedade Brasileira de Química; Boletim Eletrônico 845, 2009.

 

Fonte: Editoria de QN


Química Nova On-Line
Volume 34, Número 3
2011

Editorial
371 É plágio. E daí? Susana I. C. de Torresi, Vera L. Pardini e Vitor F. Ferreira

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Artigo
373 Spectrophotometric determination of catecholamine using vanadium and eriochrome cyanine R Padmarajaiah Nagaraja, Ashwinee K. Shrestha, Anantharaman Shivakumar, Naef G. S. Al-Tayar e Avinask K. Gowda

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377 Bioconcentração e biomagnificação de metilmercúrio na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro Helena A. Kehrig, Olaf Malm, Elisabete F. A. Palermo, Tércia G. Seixas, Aída P. Baêta e Isabel Moreira

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MS

385 Utilização do acetato de celulose produzido a partir da celulose extraída do caroço de manga como matriz para produção de sistemas microparticulados Alisson C. da Cruz, Carla da S. Meireles, Sabrina D. Ribeiro, Guimes Rodrigues Filho, Rosana Mª N. de Assunção, Daniel A. Cerqueira, Mara Zeni e Patrícia Poletto

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390 Generación de estados superficiales durante la formación electroforética catódica de películas de TiO2 sobre ITO Próspero Acevedo-Peña, Ignacio González, Gerardo Vázquez e J. Manríquez

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MS

397 Caracterização espectroscópica multivariada do potencial antioxidante de vinhos Wellington C. Gallice, Iara Messerschmidt e Patricio Peralta-Zamora

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MS

404 Determination of aluminum in food samples after preconcentration as aluminon complex on microcrystalline naphthalene by spectrophotometry Mohammad R. Fathi, Nahid Pourreza e Zeinab Ardan

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408 Preparação e caracterização de suspensões coloidais de nanocarreadores lipídicos contendo resveratrol destinados à administração cutânea Daiane Nemen e Elenara Lemos-Senna

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414 Aumento da resposta analítica por meio da otimização do sistema de injeção sem divisão de fluxo em cromatografia gasosa empregando a lei dos gases ideais Guilherme P. Sabin, Osmar D. Prestes, Manoel L. Martins, Martha B. Adaime e Renato Zanella

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419 Avaliação da composição mineral do chá da folha senescente de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae) por espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS) Cristine B. do Amarante, Jesiel C. F. da Silva, Regina C. S. Müller e Adolfo H. Müller

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424 Estudo da influência dos particulados no fenômeno de agregação dos asfaltenos por espectrometria de varredura óptica Claudete B. Henriques, Alessandra Winter, Erika T. Koroishi, Rubens Maciel Filho e Mª Izabel M. S. Bueno

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430 Leaf and root volatiles produced by tissue cultures of Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith under the influence of different plant growth regulators Cristiane P. Victório, Ricardo M. Kuster e Celso L. S. Lage

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434 Síntese hidrotermal assistida por micro-ondas como metodologia sintética eficiente para obtenção da rede metalorgânica [Zn(BDC)(H2O)2]n Kaline A. Wanderley, Severino Alves Júnior e Carlos de O. Paiva-Santos

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MS

439 Electrochemical study about zinc electrodeposition onto GCE and HOPG substrates Madai Granados-Neri, Luis H. M. Huizar e Clara H. Rios-Reyes

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MS

444 Determinação de bifenilos policlorados em soro de cordão umbilical através de extração por hidrólise ácida seguida de cromatografia a gás acoplada a um microdetector de captura de elétrons Susana Mohr, Thiago G. Schwanz, Roger Wagner, Leandra Soldatelli e Ijoni H. Costabeber

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450 Chemical stability of enalapril maleate drug substance and tablets by a stability-indicating liquid chromatographic method Marta de Diego, Gloria Godoy, Sigrid Mennickent e Ricardo Godoy

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455

Estabelecimento de condições para ensaio de dissolução de cápsulas de cinarizina empregando planejamento fatorial

Patrícia A. F. Gehring, Olímpia Mª M. Santos, Gislaine R. Pereira, Magali B. de Araújo e Rudy Bonfilio

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462 Pré-concentração de Cr(III) e análise de especiação de cromo empregando montmorilonita saturada com íons potássio Sérgio R. Frois, Marco T. Grassi, Tatyane C. Fernandes, Ronaldo A. dos S. Barreto e Gilberto Abate

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468 Flotação da mistura argila-quartzo com surfactantes e estudos de pilarização Janaina Piasson, Christian Wittee, Francine Bertella, Fábio G. Penha, Sibele B. C. Pergher e Helio C. M. Lengler

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MS

472 Estimation of surface area and pore volume of activated carbons by methylene blue and iodine numbers Cleiton A. Nunes e Mário C. Guerreiro

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MS

Revisão
477 Catalisadores heterogêneos para a produção de monoésteres graxos (biodiesel) Claudiney S. Cordeiro, Fabiano R. da Silva, Fernando Wypych e Luiz P. Ramos

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487 Utilização de eletrodos sólidos de amálgama para a determinação analítica de compostos orgânicos e inorgânicos Djenaine de Souza, Luisa C. Melo, Adriana N. Correia, Pedro de Lima-Neto, Orlando Fatibello-Filho e Lucia H. Mascaro

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497 Irradiação de micro-ondas aplicada à síntese orgânica: uma história de sucesso no Brasil Rodrigo O. M. A. de Souza e Leandro S. de M. e Miranda

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Nota Técnica
507 Estudo das condições de estocagem do bagaço de cana-de-açúcar por análise térmica Moacyr L. dos Santos, Omar J. de Lima, Eduardo J. Nassar, Katia J. Ciuffi e Paulo S. Calefi

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512 Uso da técnica HRICP-MS na avaliação dos isótopos de boro em eucalipto Edson M. Mattiello, Hugo A. Ruiz, Ivo R. da Silva e Jorge E. de S. Sarkis

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MS

516 Desenvolvimento e validação de método analítico para determinação do teor de sinvastatina em cápsulas magistrais Hudson C. Polonini, Felipe C. dos Santos, Urias P. Vaz, Marcos A. F. Brandão, Nádia R. B. Raposo e Anderson de O. Ferreira

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520 Development and validation of a dissolution test for diltiazem hydrochloride in immediate release capsules Taciane F. Mendonça, Eliézer G. de Barros, Gislaine R. Pereira, Magali B. de Araújo e Rudy Bonfilio

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Educação
527 A importância do método de Hartree no ensino de Química Quântica Silmar A. do Monte e Elizete Ventura

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535 Da génese ao ensino da Química Verde Adélio A. S. C. Machado

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Assuntos Gerais
544 Luz: um raro produto de reação Fernando H. Bartoloni, Luiz F. M. L. Ciscato, Mônica M. de M. Peixoto, Ana P. F. dos Santos, Cerize da S. Santos, Sandro de Oliveira, Felipe A. Augusto, Ana P. E. Pagano, Wilhelm J. Baader e Erick L. Bastos

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Geral
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