7/4/2011

34ª Reunião Anual

Avaliação científica em debate

Simpósio reunirá especialistas e terá a participação do presidente do CNPq

Discutir o aperfeiçoamento dos modelos de avaliação da produção científica é uma tarefa que merece atenção permanente no cenário acadêmico mundial. O aumento na quantidade de publicações, no caso do Brasil, significa que os critérios de aferição da produção precisam ser cada vez mais elaborados em busca do difícil objetivo de medir e comparar a qualidade. "Eu diria que os modelos de avaliação da ciência brasileira, até agora, têm sido razoavelmente aceitáveis. Mas eles podem sempre ser aperfeiçoados", considera o presidente da SBQ, César Zucco, que será o coordenador do Simpósio "Avançando na Avaliação Científica em Química", marcado para o dia 25 de maio, como parte das atividades da 34ª Reunião Anual da SBQ. O encontro terá como participantes o presidente do CNPq, Glaucius Oliva e os pesquisadores Ademir Neves (UFSC) e Jailson B. de Andrade (UFBA).

A evolução dos métodos de avaliação deve ser feita com a introdução gradual de modificações que tornem mais precisos os indicadores utilizados, observa Zucco. Os indicadores empregados hoje estão servindo para o momento atual, argumenta. Mas é preciso criar novos referenciais e melhorar os atuais. Até porque eles tornam-se menos eficientes com o passar do tempo, pois o quadro do desempenho em pesquisa é dinâmico. Trata-se de uma grande responsabilidade já que os desdobramentos afetam a vida de toda uma comunidade.

Um ponto central da discussão é a busca de equilíbrio entre as exigências colocadas diante dos formuladores dos critérios de avaliação. De um lado, atribuir valores numéricos a um conjunto de variáveis sujeitas a eventuais desigualdades. Por exemplo, quando se trata de um artigo assinado por um grupo de pesquisadores, onde é impossível saber o peso da contribuição de cada um. Uma outra face exige dos avaliadores o respeito aos elementos subjetivos da produção, que leve em conta também as condições em que o artigo foi produzido, seu componente inovador ou pessoal.

Essas dificuldades estão presentes em um mundo científico marcado cada vez mais pela competição - onde tornam-se frequentes, inclusive, os casos de fraudes e manipulações. Mas também em um cenário que não deixa muitas opções aos jovens pesquisadores entre produzir e publicar, para assegurar o sucesso na carreira, ou investir tempo em projetos que considerem mais criativos, porém de menor retorno imediato.

Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)