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12/5/2011


CNPq entrega o maior prêmio de Ciência e Tecnologia do país


O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Glaucius Oliva, entregou nesta terça-feira (03/05), a mais importante honraria em ciência e tecnologia do país, o prêmio Almirante Álvaro Alberto. O premiado desta edição foi o médico e neurologista Iván Izquierdo, um dos maiores especialistas do mundo na área da fisiologia da memória. A concessão do prêmio ocorreu durante Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro.

Participaram do evento o Ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, o Secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, o Almirante-de-Esquadra, Luiz Umberto de Mendonça, o presidente da Coordenção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Jorge Guimarães, o secretário executivo do MCT Luiz Antonio Elias, o Secretario de Ciência e Tecnologia do município do Rio de Janeiro, Franklin Dias Coelho, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Glauco Arbix, a presidente da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, o presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novellino, o presidente da Fundação Conrado Wessel, Américo Fialdini e o ex-presidente da ABC, Eduardo Moacyr Krieger.

O Prêmio, que conta com a parceria da Fundação Conrado Wessel, busca reconhecer pesquisadores brasileiros pelo trabalho realizado ao longo de sua carreira em prol do avanço da ciência e pela transferência de conhecimento da academia ao setor produtivo. O Conselho Deliberativo do CNPq, na edição de 2010, contemplou a área de Ciências da Vida, homenageando o pesquisador Iván Izquierdo.

 

Durante a solenidade, o presidente do CNPq contextualizou a história do Almirante Álvaro Alberto, e ressaltou a importância do Prêmio para o progresso da ciência brasileira. “O prêmio representa um esforço coletivo, entre o CNPq e a Fundação Conrado Wessel, no sentido de fomentar cada vez mais a pesquisa no Brasil, e reconhecer o trabalho do pesquisador que tanto se esforça para melhorar as condições do nosso país. Além disso, com este Prêmio estimulamos também a cultura do conhecimento, motivando assim mais vocações para as carreiras científicas”, afirmou Oliva.

Oliva pontuou ainda os grandes desafios que o país enfrenta para consolidar seu papel no cenário internacional. “Apesar dos grandes avanços ocorridos principalmente nestes últimos trinta anos, o Brasil ainda tem que superar inúmeros obstáculos para se firmar. Nosso país de dimensões continentais, precisa se comprometer com uma educação de qualidade, estimular mais a inovação e aglutinar cada vez mais esforços para fomentar a ciência em prol do desenvolvimento socioeconômico do país”, disse.

 

Ao receber o certificado do Ministro Mercadante, o pesquisador Iván Izquierdo agradeceu a homenagem e disse se sentir muito honrado com o prêmio. “Comecei a fazer pesquisa desde meus 19 anos de idade e de lá pra cá não parei mais. Dediquei minha vida para entender como funcionam os mecanismos do complexo labirinto das memórias. E esta noite, recebendo este importante prêmio, ao lado dos meus familiares, amigos e alunos, tenho certeza que é mais uma prova de que valeu a pena todo meu esforço”, declarou emocionado.


A importância do esquecimento

 

Izquierdo, atual coordenador do Centro de Pesquisas da Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, afirmou ainda que a memória é tão imprescindível ao homem quanto o esquecimento de certos dados, fatos ou acontecimentos.

“De fato, é preciso esquecer, ou pelo menos manter longe da evocação certas lembranças que nos perturbam, como aquelas de medos, humilhações, desencantos amorosos e outros maus momentos. Já pensou se nos lembrássemos de todos os nossos fracassos? Passaríamos metade da vida nos remoendo. Para nossa paz de espírito, por meio de um mecanismo de autoproteção, o cérebro simplesmente inibe determinadas memórias, um fenômeno que os psicanalistas chamam de repressão. E isso ocorre o tempo todo, mesmo sem percebermos”, afirmou em entrevista.

 

Fazendo alusão ao trabalho desenvolvido por Izquierdo, o ministro Aloizio Mercadante afirmou durante a solenidade que a concessão do Prêmio ao pesquisador não será esquecida no Brasil, nem pela ciência brasileira. “Sabe-se que nosso amigo Izquierdo é muito preocupado com a perda da memória e das nossas lembranças mais queridas, mas afirmo esta noite que o esquecimento não irá sobrepor a memória. Porque todos nós, presentes nesta cerimônia, aliás, todo o Brasil se lembrará da enorme contribuição que este pesquisador renomado prestou e continua prestando ao nosso país e ao mundo”, declarou Mercadante.




Sobre o premiado

 

O pesquisador Iván Antonio Izquierdo graduou-se e doutorou-se na Universidade de Buenos Aires (UBA) e fez seu pós-doutorado na Universidade da California em Los Angeles (UCLA). Mudou-se para o Brasil em 1973, incorporando-se posteriormente à Escola Paulista de Medicina, hoje Unifesp, onde fundou um grupo de pesquisas em neurociência. Desde 1978, reside em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e em 1981 obteve nacionalidade brasileira. Membro de várias Academias e sociedades científicas do país e do exterior, Izquierdo fez grandes descobertas na área da fisiologia da memória.

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Izquierdo já recebeu mais de 50 prêmios e distinções. Autor de 17 livros e mais de 650 artigos científicos, estes últimos já parte imprescindível da bibliografia sobre a biologia memória. Durante mais de 20 anos, Izquierdo integrou o Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Seu grupo de pesquisa, agora ampliado, está no Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), onde Izquierdo é Professor titular de Medicina e coordenador do Centro de Memória.

Membros da ABC

Logo após a entrega do prêmio, e encerrada a primeira parte da cerimônia, teve início à diplomação e posse dos novos membros da Academia Brasileira de Ciências, eleitos na Assembléia Geral de 17 de Dezembro de 2010. Os membros Titulares da Academia são cientistas eleitos por seus pares, dentre os mais qualificados do país. Atualmente, são 455 cientistas, distribuídos pelas seguintes áreas: Ciências Matemáticas, Físicas, Químicas, da Terra, Biológicas, Biomédicas, Saúde, Agrárias, da Engenharia e Ciências Sociais.

A excelência dos trabalhos desenvolvidos e o desempenho acadêmico dos membros da ABC são evidenciados pela obtenção dos mais renomados prêmios nacionais e internacionais, tais como o Trieste Science Prize, TWAS Prizes, Prêmio L'Oréal, Prêmio México de Ciência e Tecnologia, Prêmio Almirante Álvaro Alberto e o Blue Planet Prize e o Prêmio Balzan.

No encerramento da cerimônia o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, afirmou que o Brasil vem protagonizando enormes avanços sociais e ambientais através do fomento a ciência, consubstanciado muito pela existência da Academia, que em 2011 completa 95 anos.

“O Brasil tem uma chance única de mostrar que é possível avançar economicamente em paralelo com a inclusão social e em harmonia com o meio ambiente. A caminho do seu centésimo aniversário, a Academia continuará a constituir seus grupos de estudo para tratar de temas relevantes para a sociedade, como o uso adequado dos recursos hídricos, a produção de medicamentos, o desenvolvimento sustentável da Amazônia, o estímulo a inovação e acima de tudo a promoção de uma educação de qualidade em todos os níveis”, finalizou Palis.


O Almirante Álvaro Alberto

O Almirante Álvaro Alberto (22/04/1889 a 31/01/1976), ao longo de mais de meio século, permaneceu em contato com a ciência. Estudou Engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e na “École Centrale Técnique” de Bruxelas. Frequentou a Escola Naval do Rio de Janeiro. Durante mais de 30 anos dedicou-se ao magistério sem abandonar suas pesquisas. Idealizador e primeiro presidente do CNPq, então Conselho Nacional de Pesquisas, o Almirante Álvaro Alberto também foi o representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica (CEA) das Nações Unidas e presidiu a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Saiba mais sobre o Prêmio na página: http://www.cnpq.br/premios/2010/paa/premio.htm


Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CNPq (link da notícia)





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