16/6/2011
Institutos federais deverão ampliar pesquisa aplicada
Um novo espaço para a pesquisa aplicada começa a se estabelecer no país em decorrência da Lei 11.892, de dezembro de 2008, que criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Ao reunir os Centros Federais de Educação Tecnológica, CEFETs, e escolas agrotécnicas, agrupando-os em institutos, com a figura jurídica de autarquias, a legislação equiparou as 38 instituições assim formadas às universidades federais, o que leva à obrigação de manterem atividades de pesquisa e extensão. Para tanto passarão a receber, a partir do ano que vem, verba específica, cujo valor está em definição, com a devida rubrica no orçamento. Dada a configuração multicampi que apresentam, isso deverá representar o aumento do número de projetos em pesquisa aplicada, com penetração regional.
Para vários institutos a medida representa a formalização de atividades que já vinham sendo desenvolvidas, mas dependiam da divisão de recursos do orçamento geral, nota Marcos Tadeu Couto, pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFECT do Rio de Janeiro e coordenador do grupo de pró-reitores. No RJ, normalmente o trabalho era feito sob demanda, por solicitação de empresas ou órgãos públicos. A expectativa, agora, é que ele se torne permanente, informa. No caso de São Paulo, o IFECT, um dos maiores do país, com 25 campi, também já mantinha programas apoiados pelo CNPq e CAPES, informa o pró-reitor de Pesquisa e Inovação João Sinohara da Silva. O IFECT do Ceará, por sua vez, iniciou em 2005 ações voltadas para a pesquisa, com bolsas de iniciação científica e projetos em parcerias com empresas da região, apoiados na Lei da Inovação tecnológica. O que mudou (desde 2008) "é que agora precisamos trabalhar os três pilares, ensino, pesquisa e extensão", diz a pró-reitora da área, Glória Marinho Silva.
Resultado da reunião de quatro escolas agrotécnicas federais e com dez campi, o Instituto Federal Baiano começa a ampliar o número de bolsas de iniciação científica para a graduação. No ano passado foram 50 para o ensino médio e 15 para os cursos superiores. O próximo edital deverá aumentar as destinadas à graduação, explica o professor Rogério Marcos Alves da pró-Reitoria. Situação semelhante ocorre com o IF do Norte de Minas Gerais, que mantinha alguns projetos de pesquisa por iniciativas de professores e agora prepara-se para atender o compromisso de estender esse trabalho. C om cinco novos campi implantados, além dos existentes em Januária e Salinas, a instituição passa a estabelecer convênios com a Embrapa e acordos com a FAPEMIG, que se somarão aos recursos do CNPq, explica o pró-reitor de Pesquisa e Inovação Charles Bernardo Buteri. Presente em uma extensa área, o Instituto convive com ambientes econômicos diferenciados, onde estão, entre outras atividades a fruticultura, produção de cachaça, gado, soja e projetos de preservação do meio ambiente.
Veja a relação dos institutos com cursos de graduação em química implantados em 2009 e 2010.
Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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