A solenidade ocorreu na noite de ontem (10/7), na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. O Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica é uma forma de reconhecimento àqueles que se dedicam à produção e difusão do conhecimento científico e incentivam o progresso da Ciência e Tecnologia no País.

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Glaucius Oliva, juntamente com o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, entregou a 31ª edição do Prêmio a Ana Lúcia Vieira de Azevedo, na categoria Jornalismo Científico, destinada ao jornalista profissional que tenha se destacado na difusão da Ciência e da Tecnologia nos meios de comunicação de massa. Além de troféu, a vencedora recebe R$ 20 mil.

A abertura teve a presença de políticos, cientistas, jornalistas e estudantes. Uma Exposição Comemorativa homenageia a UFG, que completa 50 anos, o CNPq e a Capes, ambas comemorando 60 anos. No stand do CNPq estão expostos fotografias e vídeos, que mostram a trajetória e as realizações da agência até os dias de hoje. A visitação fica aberta entre os dias 11 e 15 das 10h às 19h. Também nesta edição da reunião, foram homenageados os pesquisadores: Amélia Império Hambúrguer, falecida em abril deste ano, e Jofre Marcondes de Rezende.

Em seu discurso, o presidente do CNPq celebrou a importância da Exposição para contar mais sobre a história do CNPq, que nesses 60 anos tem contribuído de forma contundente para o desenvolvimento do País. Glaucius destacou também a importância da Sociedade. “A SBPC antecede ao CNPq e teve um papel importantíssimo na criação dessa que é a casa do cientista brasileiro”. Além de antecipar o lançamento do Tutorial de Importação para a Pesquisa (TIP), que se realiza na abertura da ExpoT&C, na manhã desta segunda-feira (11). “Esse simulador foi criado para atender a demanda de treinamento dos importadores, instituições e pesquisadores. Isso permite uma simulação completa antes de realizar a importação”.

Cerrado

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, afirmou que apesar de jovem, a cidade de Goiânia se sente madura para desenvolver as atividades de C&T. “A produção científica é um dos principais fatores para que nosso país se torne definitivamente uma nação desenvolvida”. Já o reitor da UFG, Edward Madureira, lembrou que essa é a segunda vez que a instituição recebe a reunião da SBPC. “Realizar esse evento no ano em que o Brasil se prepara para ser a quinta economia do mundo, ainda nessa década, é extremamente satisfatório”.

O ministro Mercadante pontuou a necessidade de estimular a inovação, ampliar a divulgação científica, para conscientizar a sociedade sobre a importância da ciência, e concentrar o investimento dos recursos do pré-sal, avaliados em U$ 5 trilhões, em ciência, tecnologia, educação e meio ambiente. “Temos obrigação histórica de usar esses recursos para produzir o desenvolvimento sustentável. Temos que desenvolver as áreas de média e alta tecnologia e isso só se faz com ciência, tecnologia e educação”. O ministro anunciou ainda que o programa Ciência sem Fronteiras, que irá ofertar 75 mil bolsas para brasileiros estudarem nas melhores universidades do mundo, será lançado ainda esse mês, pela presidente Dilma Rousseff.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que o bioma do Cerrado ainda é um dos mais ameaçados do País. “O tema central dessa reunião, Cerrado: água, alimento e energia, certamente terá impactos positivos na rota de combate que todos nós enfrentamos contra a destruição desse bioma”. Perillo também lembrou que os brasileiros acreditam que a ciência pode trazer benefícios, como por exemplo, a conservação do meio ambiente, o desenvolvimento econômico e humano e a minoração da pobreza.

Encerrando a solenidade, a presidente da SBPC, Helena Nader, destacou a necessidade da participação da comunidade científica na elaboração do novo Código Florestal e demonstrou preocupação com um possível corte no orçamento do MCT, o quê poderia prejudicar a alta produção científica do País, hoje em 13º lugar no ranking mundial. Ela também falou sobre a importância da reunião.

“Em 63 anos ininterruptos, a SBPC cumpre o seu papel de reunir a comunidade científica nesse que é um dos maiores eventos mundiais do gênero. Que essa reunião sirva para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de exploração sustentável do Cerrado”.

Ana Lúcia Vieira de Azevedo

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ana Lúcia Vieira de Azevedo é editora de Ciência, Meio Ambiente, História e Saúde do jornal O Globo e uma das profissionais do Brasil mais experientes em jornalismo científico.

Tem mais de 20 anos de experiência e mais de mil reportagens publicadas, sobre temas ligados à Ciência em jornal diário, também recebeu diversos prêmios da mídia nacional e estrangeira, entre eles o Prêmio Esso de Jornalismo em 2002.

O Prêmio 
O prêmio é uma homenagem ao médico, pesquisador, jornalista e educador José Reis, falecido em 2002, aos 94 anos. É concedido anualmente em sistema de rodízio a três categorias: Divulgação Científica e Tecnológica, Jornalismo Científico e Instituição ou Veículo de Comunicação. A categoria Jornalismo Científico é destinada ao jornalista profissional que tenha se destacado na difusão da Ciência e da Tecnologia nos meios de comunicação de massa.

A Reunião

A Reunião Anual da SBPC é um dos maiores eventos científicos do Brasil. Realizado desde 1948, com a participação de autoridades, gestores do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e representantes de sociedades científicas, o evento é um importante meio de difusão dos avanços da Ciência e um fórum para debater políticas públicas em C&T. A programação conta com conferências, mesas-redondas, simpósios, minicursos e encontros, além de sessões especiais.  A cada ano, a Reunião é realizada em um estado brasileiro diferente, sempre em uma universidade.


Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CNPq (link da notícia)