Área multidisciplinar, onde convivem agrônomos, químicos e físicos, o estudo das substâncias húmicas e materiais orgânicos naturais apresenta hoje várias vertentes de pesquisa. Uma delas está voltada para a capacidade desses materiais de reter contaminantes, como os agrotóxicos, no solo ou na água. Permitem, assim, registrar essa presença e conhecer melhor as alterações provocadas no meio ambiente. Ao mesmo tempo, são uma fonte de pesquisa para os agrônomos na busca de aperfeiçoamentos na qualidade do solo, também com aplicação na produção dos produtos orgânicos.

A pesquisa brasileira nesse campo terá seu principal fórum no próximo mês de outubro (de 3 a 7), na Universidade Federal de Sergipe, quando acontecerá o IX Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas. A reunião assinala em sua programação a mostra dos últimos avanços em caracterização das SH e de materiais orgânicos naturais, aplicações na agricultura e remediação ambiental. Assim como o debate sobre a dinâmica e interação nos ambientes terrestres e aquáticos tendo como referência o sequestro de carbono. "A ideia central é que seja uma reunião multidisciplinar e de aprofundamento teórico sobre esse tipo de matéria orgânica", explica a coordenadora do encontro Luciane Pimenta Cruz Romão, do Departamento de Química da Universidade Federal de Sergipe. "Trata-se de uma matéria orgânica complexa, que exige técnicas especiais de caracterização envolvendo instrumentação sofisticada. Com interesses de aplicação para a agronomia, e, ao mesmo tempo para quem trabalha com a química ambiental."

A data de realização do evento marca também os 30 anos de criação da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas, nos EUA e os 15 anos de existência do grupo brasileiro. A entidade internacional tem hoje como presidente o brasileiro Ladislau Martin Neto, pesquisador da Embrapa. Veja mais informações sobre o encontro no site do evento


Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)