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25/8/2011

Conferências USP

A diversidade da química e seus desafios


Com 11 apresentações e a tarefa de mostrar a diversidade da química através das várias faces da pesquisa, a Universidade de São Paulo realizou, nos dias 18 e 19 de agosto, a Conferência "Química e Ciências da Terra". O evento inaugurou a série de encontros programados pela USP para 2011, que vai abranger diversas áreas de conhecimento.

Luiz H. Catalani

"A melhor maneira de celebrar a química e sua importância para a humanidade é mostrar sua diversidade, revelando seus muitos aspectos presentes no desenvolvimento científico", ressaltou Luiz Henrique Catalani, coordenador do evento, e membro do Conselho Consultivo da SBQ.
Alunos e visitantes tiveram oportunidade de conhecer linhas de trabalho que contribuíram para consolidar a ciência brasileira na área. Como as dos pesquisadores José Manuel Riveros, do Departamento de Química Fundamental da USP (Da Fase Gasosa para a Solução: uma Jornada Química no Brasil) e Sérgio Ferreira, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (Da Hipertensão para a Dor).

O encontro teve a participação de três prêmios Nobel: Richard Schrock, do Massachusets Institute of Tecnology, que tratou da química inorgânica e organometálica; Ada Yonath, do Weizmann Institute, de Israel, abordando os estudos sobre ribossomos, e Kurt Wüthrich, da ETH Zurich, que falou sobre a RMN explorando o universo das proteínas.

Alvo de atenção especial pelo trabalho científico de modelagem molecular na produção de medicamentos, o pesquisador Simon Campbell levou ao público da USP o relato de sua trajetória nos laboratórios da Pfizer, onde se aposentou como vice-presidente de pesquisa. Campbell relaciona nesse percurso o desenvolvimento dos medicamentos Viagra, para disfunção erétil, e Norvasc, para angina e hipertensão, experiências registradas na conferência "Ciência, Arte e Descoberta de Fármacos, uma Perspectiva Pessoal". Veja aqui a entrevista concedida por ele à Agência Fapesp.

Radicais livres

Duas linhas de pesquisa tiveram como foco os radicais livres. Juan Cesar Scaiano, da Universidade de Ottawa, falou sobre a utilização de radicais livres na produção de nanopartículas de metal. Eles foram vistos também pela ótica da biologia, na apresentação da pesquisadora Ohara Augusto, da USP, que abordou "Radicais Livres e Oxidantes na Saúde e na Doença."

Ernesto Calvo, da Universidade de Buenos Aires, levou à Conferência os estudos sobre modificação molecular de superfícies para a compreensão de mecanismos de reconhecimento, transferência de elétrons e compensação de cargas.

A pesquisa dedicada a traçar a evolução química da Terra, com o emprego de isótopos de neodímio, contribuiu para o encontro com a apresentação de Umberto Cordani, do Instituto de Geociências da USP. Estudos biológicos e farmacológicos na busca de substâncias com atividade anti-inflamatória, com base em produtos naturais, foram o tema de Ronaldo Pilli, do Instituto de Química da Unicamp. Veja o perfil dos conferencistas e as próximas conferências .

Um mundo mais complexo

Os jovens pesquisadores que ingressam no trabalho científico veem-se hoje diante da diversidade crescente das ciências químicas. Precisam identificar seus interesses e objetivos dentro de uma ampla variedade de campos de estudo e áreas interdisciplinares. Como não há uma receita para enfrentar esse desafio pesquisadores com experiência na atividade acadêmica notam que o caminho deve ser a aquisição de uma base sólida nos fundamentos da química para sustentar essas escolhas.

"A ciência que é feita hoje e a que será feita daqui a dez, vinte, trinta anos, é muito diferente daquela feita quando nós nos formamos, quando se privilegiava o conhecimento compartimentalizado", observa Ronaldo Pilli, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp e um dos conferencistas do evento. "Hoje é necessário que você seja o detentor dos princípios básicos da química para poder enfrentar desafios em outras áreas e dar uma contribuição. São os fundamentos que vão dar um chão firme para que se considere a possibilidade de migrar para outra área", analisa.

A opinião é partilhada por Ohara Augusto, do Departamento de Bioquímica da USP. "A quantidade de informação é tão grande que é muito fácil perder o foco. Você tem que aprender bem os fundamentos, para que na hora que obtiver toda essa informação tenha um alicerce", afirma. Ela avalia que a aquisição dessa base de conhecimento pelos estudantes brasileiros ainda é insuficiente, mesmo na comparação com seus colegas da América Latina. O que a leva à reflexão sobre a configuração dos cursos, e à sugestão de criação de uma formação básica em química e biologia "para todo mundo, inclusive para as outras carreiras. Deveríamos ter um ciclo básico e aí, o estudante, mais amadurecido, escolheria as carreiras".


Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)





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