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13/10/2011

Polímero de fonte renovável dá prêmio internacional a pesquisador da USP


Luiz Henrique Catalani, do IQ, integra grupo de quatro cientistas detentores de patente que receberão o Thomas Alva Edison Patent Award 2011

Um novo polímero, desenvolvido a partir de derivados do milho, para compor resinas do tipo epoxi, foi a invenção que gerou a patente registrada pela equipe de três pesquisadores dos EUA e um do Brasil. Luiz Henrique Catalani, professor titular do Instituto de Química da USP, Anthony East, Michael Jaffe e Yi Zang, do New Jersey Institute of Technology, receberão, no próximo dia 10 de novembro, o Thomas Alva Edison Patent Award 2011, conferido pelo Conselho de Pesquisa e Desenvolvimento (R&D Council) de New Jersey. A premiação contempla este ano 40 inventores e 13 empresas, entre elas Avaya, BASF, Bristol-Myers Squibb e ExxonMobil.
O novo material tem como base um derivado da glicose e pode substituir o bisfenol-A em resinas epoxi, estas empregadas em grande escala em plásticos rígidos, como placas de computadores, embalagens e revestimentos. O bisfenol é identificado, há décadas, como um composto que apresenta riscos à saúde. "A invenção de um derivado de fontes renováveis tem ligação direta com a linha da química sustentável, que busca a substituição dos derivados de petróleo", explica Luiz Henrique Catalani.
A equipe, liderada por Michael Jaffe, do NJIT, iniciou a pesquisa em 2004. O trabalho já resultou em patente de outro material originário do milho. O conjunto dessas pesquisas é denominado "Polímeros termofixos derivados de fontes renováveis". Luiz Henrique Catalani foi pesquisador visitante do Instituto de New Jersey, em 2004 ,quando integrou-se ao grupo cujas atividades são apoiadas pelo Iowa Corn Promotion Board (ICPB). De acordo com o diretor da entidade, Rod Williamson, os materiais renováveis feitos a partir do milho estão ganhando espaço na produção de plásticos. "Fazer epoxi do milho pode ser uma estratégia vencedora, para a saúde pública, para os fabricantes de plástico e para os produtores", afirma em texto de divulgação do NJIT. Materiais químicos baseados na biomassa podem ser usados como blocos de construção para criar novos monômeros, polímeros e aditivos com aplicação na indústria de plásticos, em particular na de cosméticos.
Esse processo de substituição dos derivados de petróleo, lembra Catalani, ainda tem um longo caminho pela frente. "O desenvolvimento de centenas de polímeros diferentes nos últimos 80 anos gerou uma demanda altamente específica para inúmeras aplicações", observa. O trabalho realizado com a equipe do NJIT soma-se às linhas de pesquisa que desenvolve no Instituto de Química da USP, voltado para a produção de poliésteres biodegradáveis para aplicações como biomateriais.
A 32ª edição do Prêmio Thomas Alva Edison de Patentes vai destacar invenções em 13 categorias: biomateriais, defesa, meio ambiente, processos industriais, tecnologia da informação, manufatura, tecnologia de materiais, saúde, aplicações de imagem na medicina, farmácia, processos farmacêuticos, fontes renováveis e telecomunicações.
A relação dos premiados é formada por pesquisadores da Avaya, BASF, Bristol-Myers Squibb, Celgene, ExxonMobil, Honeywell, Immunomedics, NJIT, Novartis, Rutgers, Siemens, UMDNJ (Universidade de Medicina de New Jersey) e Centro de Pesquisas do Exército dos Estados Unidos.

Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)





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