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30/09/2010


Prêmio ABRAFATI-Petrobras procura estimular pesquisa na área de tintas


          Com crescimento de dois dígitos previsto para este ano, a indústria brasileira de tintas atravessa uma fase positiva não apenas por causa do setor de construção civil. Novos segmentos, como a indústria naval, ou de exploração de petróleo abrem possibilidades de desenvolvimento de produtos e espaço para inovação. Além disso, cresce a demanda por tintas com funcionalidades adicionais, como fragrâncias, magnetizadas, ou de texturas diferenciadas. Ou, ainda, para aplicações específicas, em telhas, pisos, piscinas e hospitais. Um dos caminhos para ingressar na área pode ser o prêmio instituído pela entidade que representa as empresas do setor, a Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas, ABRAFATI, em conjunto com a Petrobras Distribuidora. Desde que foi criado, o prêmio tem sido conferido de forma predominante a trabalhos da universidade. Na última edição do evento, em 2009, os dois primeiros lugares couberam, respectivamente, a pesquisadores da UFRJ e da USP (veja abaixo os projetos vencedores de 2009).
          “O Prêmio ABRAFATI tem como finalidade chamar a atenção do mundo acadêmico e dos fabricantes, mostrando a eles que podem se dedicar à pesquisa aplicada tendo as tintas como tema” explica o consultor técnico da entidade Jorge Fazenda. Ele faz um breve perfil do setor.

Tecnologia. A produção de tintas é um processo de preparação, semelhante ao que ocorre com os cosméticos, onde se conjugam várias matérias-primas para uma determinada finalidade. Ou seja, ao contrário de outros segmentos da indústria química, o de tintas não é caracterizado como de capital ou de tecnologia intensivos, seu foco está na tecnologia de processos, na formulação e no conhecimento necessário a essa formulação.
          É a indústria que mais utiliza polímeros e resinas. Uma fábrica de tintas chega a utilizar duas dezenas de famílias de polímeros, acrílicos, vinílicos, vinil- acrílicos, epóxi, poliéster, poliuretanos, fenóis e outros. A polimerização está presente em duas etapas. Primeiro, no processo de fabricação. Depois, quando a tinta é aplicada e se transforma em revestimento. Obtém-se, então uma estrutura polimérica tridimensional, que maximiza propriedades físicas e mecânicas.

Inovação. A evolução tecnológica recente mais importante ocorreu com a chamada tinta em pó eletrostática. Destina-se principalmente a produtos industriais como geladeiras, máquinas de lavar, oleodutos e peças metálicas em geral. É sólida, em forma de pó granulométrico, preparada em extrusoras e não utiliza solvente. Permite o aproveitamento total do produto, ou seja, quem adquire um quilo de tinta, terá esse volume aplicado na pintura. Seu lançamento aconteceu no final dos anos 1970, mas a grande expansão comercial se dá a partir dos anos 1990.

Petróleo e álcool. Hoje, a preocupação em substituir as matérias-primas provenientes de petróleo está na pauta dos fabricantes de tintas. Mas essa preocupação é maior para as indústrias internacionais. Houve no Brasil uma tentativa de fazer alguns monômeros e alguns solventes com a alcoolquímica. A iniciativa teve sucesso durante um certo momento, mas depois não houve continuidade. Talvez por falta de economia de escala. Tecnicamente é possível produzir alguns solventes, os chamados solventes oxigenados e alguns monômeros, por exemplo, o acetato de vinila, usando o álcool como única matéria-prima, isso é viável e já foi feito. Atualmente, 80% das tintas consumidas na construção civil no país são à base de água.

Perfil. O Brasil é um dos cinco maiores mercados mundiais de tintas, aqui não incluídos os produtos para a indústria gráfica. Os dez maiores fabricantes, em um universo de centenas de empresas, respondem por 75% dos US$ 3,03 bilhões faturados pelo setor. Em seu conjunto as empresas produziram 1,2 bilhão de litros em 2009 e empregam 18 mil funcionários. Os quatro principais segmentos da área são o de tintas imobiliárias (79% do volume total), tinta automotiva (4%) e para repintura automotiva (4%); o de tintas para a indústria em geral (eletrodomésticos, móveis, autopeças, naval, aeronáutica) responde por 13% da produção. O país importa cerca de um terço dos insumos necessários para a indústria e encontra em fontes naturais, como os minérios e resinas vegetais uma gama diversificada de novas possibilidades. Parte importante da matéria-prima vem da própria indústria petroquímica brasileira, inclusive metade das necessidades de dióxido de titânio, que confere o pigmento branco aos produtos.

O prêmio. Em sua 12ª edição, o prêmio “Ciências em Tintas”, promovido pela ABRAFATI e Petrobras Distribuidora, destaca em sua apresentação o objetivo de mobilizar profissionais da cadeia produtiva de tintas, pesquisadores acadêmicos, estudantes de graduação e pós-graduação. O prazo de inscrição vai até 03 de novembro de 2010. Veja o regulamento. O certame confere premiações em dinheiro aos três primeiros colocados, com os seguintes valores: 1º lugar, R$ 25.000,00; 2º colocado, R$ 15.000,00 e 3º com R$ 8.000,00.

Veja os temas premiados em 2009:

1º lugar
Autoras: Cheila Gonçalves Mothé e Cristiane Rocha Vieira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Trabalho: “Biorrevestimento protetores contra a corrosão com processo de cura por plasma – Tinta à base de subproduto agroindustrial visando dutos de petróleo com sustentabilidade

2º lugar
Autores: Adilson Roberto Gonçalves e Priscila Maziero (Escola de Engenharia de Lorena – USP)
Trabalho: “Perspectivas de utilização de materiais lignocelulósicos provenientes de bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima para fabricação de tintas”

3º lugar
Autor: Manuel Julimar Lopes (Ecoper Química)
Trabalho: “Meio Ambiente e saúde pública: ajudando um hospital a alcançar estes objetivos, através da criação de uma Wash Primer inédito aplicado a mão, para ferramentas cirúrgicas”.



Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)




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