.: Not�cias :.
Boletim Eletr�nico Nº 955

DESTAQUES:



Logotipo

Visite a QNInt





capaQN



capaJBCS



capaQnesc



capaRVQ




Not�cias | Eventos | Oportunidades | Receba Boletim | Fa�a a sua divulga��o | Twitter | Home SBQ


18/11/2010


Saiu a Qu�mica Nova n�mero 9 - Volume 33



1. Editorial

A Fitoterapia no mundo atual

           Por tr�s da beleza da natureza esconde-se uma guerra surda pela sobreviv�ncia dos mais aptos. As plantas para sobreviver e evoluir t�m que competir por espa�o e se defender do ataque de herb�voros e pat�genos, em geral. Neste embate de milh�es de anos, as plantas foram desenvolvendo suas pr�prias defesas qu�micas. Esta � uma das raz�es pelas quais a constitui��o qu�mica das plantas � t�o complexa, e porque muitas plantas biossintetizam subst�ncias para atuar em alvos espec�ficos moleculares de seus predadores. Metab�litos secund�rios de plantas e micro-organismos s�o produzidos para modular seus pr�prios metabolismos e, consequentemente, tamb�m podem alcan�ar alvos terap�uticos de doen�as humanas.
           Ao longo do processo evolutivo, o homem foi aprendendo a selecionar plantas para a sua alimenta��o e para o al�vio de seus males e doen�as. O resultado desse processo � que muitos povos passaram a dominar o conhecimento do uso de plantas e ervas medicinais.
           O uso de medicamentos � muito recente e sua comprova��o por testes cl�nicos � ainda mais recente. Enquanto os medicamentos apresentam, em sua quase totalidade, um �nico princ�pio ativo que � respons�vel pelo seu efeito farmacol�gico, os extratos vegetais e de fungos, por exemplo, s�o constitu�dos por misturas multicomponentes de subst�ncias ativas, parcialmente ativas e inativas, que, muitas das vezes, atuam em alvos farmacol�gicos diferentes. A efic�cia destes extratos � o resultado de seu uso, durante muitos anos, por diferentes grupos �tnicos.
           At� hoje, alguns povos ainda fazem uso consciente de medicamentos fitoter�picos tradicionais relacionados com saberes e pr�ticas que foram adquiridas ao longo dos s�culos. No entanto, deve-se ressaltar que, muitas vezes, o uso desta medicina tradicional se d� por falta de acesso ao medicamento, e � nesse cen�rio que aparecem os espertalh�es que vendem fitoter�picos falsos e milagrosos.
           As plantas consideradas medicinais beneficiaram, e continuam beneficiando a humanidade. N�o precisaram dos testes cl�nicos como os f�rmacos sint�ticos, credenciaram-se pelo seu uso tradicional ao longo de s�culos. Ainda hoje muitas s�o utilizadas para tratamento de enfermidades, mesmo havendo medicamentos sint�ticos no mercado para o tratamento das mesmas patologias. No entanto, existem plantas que s�o venenos por conterem toxinas poderosas que podem levar � morte. Algumas plantas medicinais s�o, inclusive, incompat�veis com o uso de certos medicamentos.1
           A sociedade tem a percep��o de que todo produto natural � seguro e desprovido de efeitos colaterais. Em alguns casos, os efeitos dos produtos naturais s�o apenas psicol�gicos e, em outros, causam danos irrevers�veis � sa�de. A falta de informa��o do p�blico sobre os fitoter�picos tem sido explorada por muitos espertalh�es em busca de curas milagrosas e lucros f�ceis. Outros com inten��es duvidosas, ao inv�s de esclarecerem os seus benef�cios, lan�am d�vidas e emitem opini�es sem levar em considera��o os mil�nios que as plantas medicinais est�o a servi�o da humanidade. A �nica maneira de combater estes espertalh�es � levar informa��es confi�veis de cientistas ao grande p�blico, sem parcialidade ou interesses econ�micos escusos.2
           As ind�strias farmac�uticas foram, e continuam sendo beneficiadas pelos conhecimentos populares sobre o uso medicinal das plantas. Recentemente, mostrou-se que 50% dos medicamentos aprovados entre 1981 e 2006, pelo FDA, s�o direta ou indiretamente derivados de produtos naturais. As chances de se obter novas entidades qu�micas de plantas, fungos, bact�rias etc, terrestres ou marinhos s�o reais. Mesmo que a nova entidade qu�mica n�o passe em todos os testes cl�nicos, ela servir� de modelo para a s�ntese de novos candidatos a f�rmaco.3
           Apesar dos muitos desafios enfrentados nas �ltimas d�cadas, a Qu�mica de Produtos Naturais tem tido avan�os importantes com a intersec��o com outras �reas afins como Bioqu�mica, Biologia Molecular, Etnofarmacologia, Imunologia, e de tecnologias inovadoras de an�lise e elucida��o estrutural como a resson�ncia magn�tica nuclear, espectrometria de massas4 etc... No Brasil, a Qu�mica de Produtos Naturais (QPN) sempre foi uma das �reas que lideraram o desenvolvimento da Qu�mica.5 Por�m, a QPN enfrenta atualmente diversos desafios a n�vel global e econ�mico. A biodiversidade est� diminuindo com a redu��o das florestas e dos recifes de coral, em raz�o do aumento populacional, da polui��o atmosf�rica e da expans�o do agroneg�cio. Al�m disso, n�o se sabe exatamente qual ser� o efeito do aumento do CO2 na sobreviv�ncia e desenvolvimento das grandes florestas. Como consequ�ncia, muitos prot�tipos naturais para o desenvolvimento de novos f�rmacos est�o sendo perdidos.
           O Brasil precisa avan�ar no campo da fitoterapia. Este avan�o depende de uma forte campanha de esclarecimento p�blico, que deve incluir a classe m�dica, para mostrar a seguran�a e efic�cia das plantas medicinais de uso tradicional, como uma alternativa terap�utica. � tamb�m importante que os melhores qu�micos de produtos naturais se envolvam com o estudo de plantas medicinais, desde o trabalho de identifica��o do princ�pio ativo ao controle de qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. A complexidade na composi��o qu�mica dos extratos dos fitoter�picos � uma das principais raz�es para a reprodu��o dos seus efeitos farmacol�gicos desejados, e este � o grande desafio que os qu�micos precisam vencer, padronizando o extrato e informando ao usu�rio quais s�o o(s) princ�pio(s) ativo(s) e a(s) sua(s) concentra��o(�es).
           H� pa�ses que aceitam medicamentos fitoter�picos com v�rios ingredientes, sinalizando uma mudan�a de atitude para o reconhecimento destes medicamentos, desde que tenham uma boa observa��o cl�nica. Esta mudan�a est� ligada ao entendimento de que o corpo humano � um organismo complexo e que poucas doen�as podem ser atribu�das a uma �nica causa.
           O Minist�rio da Sa�de ao recomendar e indicar 66 plantas medicinais aprovadas pela ANVISA, cujo uso est� consagrado na cultura da medicina popular brasileira, teve uma atitude correta e coerente. A etapa seguinte � fiscalizar a comercializa��o destes fitoter�picos para preservar a sa�de do consumidor.

Vitor F. Ferreira (IQ-UFF)
Editor de QN
Angelo C. Pinto (IQ-UFRJ)
Editor do JBCS


REFER�NCIAS

1. http://www.sbq.org.br/filiais/relatorio.php, acessada em Outubro 2010.
2. Newman, D. J.; Cragg, G. M.; J. Nat. Prod. 2007, 70, 461.
3. Veiga Jr., V. F.; Pinto, A. C.; Maciel, M. A. M.; Quim. Nova 2005, 28, 519.
4. Young, M. C. M.; Maciel, M. A. M.; Pinto, A. C.; Veiga Jr., V. F.; Grynberg, N. F.; Echevarria, A.; Quim. Nova 2002, 25, 429.
5. Pinto, A. C.; Silva, D. H. S.; Bolzani, V. da S.; Lopes, N. P.; Epifanio, R. de A.; Quim. Nova 2002, 25 Supl. 1, 45.

Fonte: Editoria de QN



Artigo
1831 Variabilidade espacial e temporal de parâmetros físico-químicos nos rios Turvo, Preto e Grande no Estado de São Paulo, Brasil Mariele B. Campanha, Camila A. Melo, Altair B. Moreira, Renata F. M. S. Ferrarese, Amanda M. Tadini, Elaine V. Garbin, Márcia C. Bisinoti e Edenir R. Pereira-Filho

PDF
MS

1837 Determinação de hormônios estrógenos em água potável usando CLAE-DAD Raphael T. Verbinnen, Gilvanda S. Nunes e Eny Mª Vieira

PDF

1843 Identificação de microcistina LR ao nível molecular empre- gando microscopia de força atômica Augusto Etchegaray, Carolina de C. Bueno e Omar Teschke

PDF
MS

1849 Atividade inseticida dos frutos de Trichilia claussenii (Meliaceae) sobre Spodoptera frugiperda Liliane Nebo, Andréia P. Matos, Paulo C. Vieira, João B. Fernandes, Mª Fátima das G. F. da Silva e Ricardo R. Rodrigues

PDF

1853 Metabólitos secundários das esponjas Aplysina fistularis e Dysidea sp. e atividade antituberculose da 11-cetofistularina-3 Renata C. Gandolfi, Marina B. Medina, Roberto G. S. Berlinck, Simone P. Lira, Fabio C. de S. Galetti, Célio L. Silva, Katyuscya Veloso, Antonio G. Ferreira, Eduardo Hajdu e Solange Peixinho

PDF
MS

1859 Produção de biodiesel através de transesterificação in situ de sementes de girassol via catálise homogênea e heterogênea Paola E. Gama, Rosane A. da S. San Gil e Elizabeth R. Lachter

PDF

1863 Determinação de metais em óleos lubrificantes, provenientes de motores de ônibus urbano, utilizando a FAAS Eva L. C. Silveira, Ronaldo C. Coelho, José M. Moita Neto, Carla V. R. de Moura e Edmilson M. de Moura

PDF

1868 Nanopartículas de alginato como sistema de liberação para o herbicida clomazone Mariana dos S. Silva, Daniela S. Cocenza, Nathalie F. S. de Melo, Renato Grillo, André H. Rosa e Leonardo F. Fraceto

PDF

1874 Constituintes químicos das folhas de Senna spectabilis (DC) Irwin & Barneby var. excelsa (Schrad.) Irwin & Barneby Fábio de O. Silva, Írvila R. de Oliveira, Mª Goretti de V. Silva e Raimundo Braz-Filho

PDF

1877 Flavonoides e outras substâncias de Lippia sidoides e suas atividades antioxidantes Macia C. S. de Almeida, Leonardo A. Alves, Luciana G. da S. Souza, Luciana L. Machado, Marcos C. de Matos, Mª Conceição F. de Oliveira, Telma L. G. Lemos e Raimundo Braz-Filho

PDF
MS

1882 Purificação e caracterização da quitinase de uva (Vitis vinífera L. cv Red Globe) para a produção de quitosana a partir de quitina de camarão Laidson P. Gomes, Carlos I. R. de Oliveira, Márcia C. da Silva, Cristina T. de Andrade, Eduardo M. Del Aguila, Joab T. Silva e Vânia M. F. Paschoalin

PDF

1887 Interpretação do mecanismo de difusão no processo gás-sólido da reação de dessulfurização Daniela A. Mortari, Paula M. Crnkovic, Ivonete Ávila e Fernando E. Milioli

PDF
MS

1892 Corrosion resistance improvement of titanium base alloys Mihai V. Popa, Ecaterina Vasilescu, Paula Drob, Cora Vasilescu, Silviu I. Drob, Daniel Mareci e Julia C. M. Rosca

PDF

1897 Uso de perfis cromatográficos de voláteis de cafés arábicas torrados para a diferenciação das amostras segundo o sabor, o aroma e a qualidade global da bebida Juliano S. Ribeiro, Fabio Augusto, Márcia M. C. Ferreira e Terezinha J. G. Salva

PDF
MS

1905 Determinação do coeficiente de atividade em diluição infinita de hidrocarbonetos em furfural a 298,15 K por SPME–GC/FID Filipe A. Furtado e Gerson L. V. Coelho

PDF

1910 Estudo da reação de oxidação preferencial do CO sobre o sistema CuO/CeO2-TiO2 Cristhiane G. Maciel e José M. Assaf

PDF

1915 Lipídios como indicadores de fontes e distribuição de matéria orgânica particulada em um complexo estuarino-lagunar tropical (Mundaú-Manguaba, AL) Talitha L. F. Costa, Michelle P. Araujo, Renato S. Carreira e Bastiaan A. Knoppers

PDF
MS

1923 Thermodynamic study of the solubility of sodium naproxen in some ethanol + water mixtures Daniel R. Delgado, Miller A. Ruidiaz, Sandra M. Gómez, Mauricio Gantiva e Fleming Martínez

PDF

1928 Determinação do ponto de névoa em surfactantes não iônicos por espectroscopia de impedância elétrica Sandro V. de Lima e Helinando P. de Oliveira

PDF

Revisão
1933 O estado da arte da síntese de semicondutores nanocristalinos coloidais Fernanda O. Silva, Lívia C. de S. Viol, Diego L. Ferreira, José L. A. Alves e Marco A. Schiavon

PDF

1940 Aspectos coloidais da adesão de micro-organismos Emiliane A. Araújo, Nélio J. de Andrade, Antônio F. de Carvalho, Afonso M. Ramos, Cleuber A. de S. Silva e Luis H. M. da Silva

PDF

1949 A análise por injeção sequencial (SIA): vinte anos em uma perspectiva brasileira Allan C. V. dos Santos e Jorge C. Masini

PDF

Nota Técnica
1957 Recovery of manganese and zinc from spent Zn-C and alkaline batteries in acidic medium Rafael G. da Silva, Cristiano N. da Silva e Júlio C. Afonso

PDF

1962 Validação e estimativa da incerteza de método para análise de licopeno e β-caroteno em polpa de tomate por cromatografia líquida de alta eficiência Adriana B. Alves, Marta G. da Silva, Paulo R. N. Carvalho, Lizziane C. Vissotto e Neura Bragagnolo

PDF

1967 Desenvolvimento de método analítico para quantificação do Efavirenz por espectrofotometria no UV-VIS Lariza Darlene Santos Alves, Larissa Araújo Rolim, Danilo Augusto Ferreira Fontes, Pedro José Rolim-Neto Mônica Felts de La Roca Soares e José Lamartine Soares Sobrinho

PDF

1973 Benzo(a)pireno, carbamato de etila e metanol em cachaças Miriam Solange Fernandes Caruso, Letícia Araujo Farah Nagato e Janete Alaburda

PDF

Educação
1977 Eixo quinário: um elemento de simetria presente em moléculas e quasi-cristais - um experimento didático em cristalografia Paulo C. P. das Neves, Darcson V. de Freitas e Luis A. Baptista

PDF

1980 Escrita científica de alunos de graduação em Química: análise de relatórios de laboratório Jane R. S. de Oliveira, Alzir A. Batista e Salete L. Queiroz

PDF
MS

1987 Calorímetro de gelo: uma abordagem histórica e experimental para o ensino de Química na graduação Guilherme W. Tavares e Alexandre G. S. Prado

PDF

1991 Fracionamento de polifosfato de sódio e caracterização por RMN de 31P: um experimento para aulas de Físico-Química Emília C. de O. Lima, Glaucia B. Alcantara, Fernando C. Damasceno, José M. Moita Neto e Fernando Galembeck

PDF

1996 Estudo de casos na formação de professores de Química Antonio N. Pinheiro, Ethanielda de L. Medeiros e Alcineia C. Oliveira

PDF

Assuntos Gerais
2003 The history of the rectilinear diameter law Simón Reif-Acherman

PDF
MS

Geral
Índice/Expediente

PDF



 

SBQ: Av. Prof. Lineu Prestes, 748 - Bloco 3 superior, sala 371 - CEP 05508-000 - Cidade Universitária - São Paulo, Brasil | Fone: +55 (11) 3032-2299