10/2/2011

Novos cursos de química buscam a interiorização

           O número recorde de participantes inscritos na 34ª Reunião Anual da SBQ pode ser atribuído ao momento favorável para parcela dos professores e pesquisadores das universidades públicas brasileiras. Assim como à importância das comemorações do Ano Internacional da Química, uma atração especial do evento. Esses fatores somam-se, entretanto, ao aumento do número de cursos de graduação em química registrado nos últimos anos.

           Alguns dados sobre essa expansão podem ser vistos no portal do Ministério da Educação, quando se associa o Cadastro da Educação Superior a outras fontes. Uma das explicações para o crescimento é a efetivação do Reuni, Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, iniciado em 2003. O Reuni tem entre seus objetivos a interiorização das instituições de ensino superior, como mostra o mapa do programa, de forma particular, em Minas Gerais, nos estados do nordeste e no Rio Grande do Sul. Outro motivo é a ampliação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, responsável pela instalação de cursos, em sua maioria de licenciatura, em locais onde se constata a demanda e a ausência de escolas. Os institutos federais que compõem a Rede relacionam 17 novos cursos no nordeste, de 2008 a 2010, implantados ou em fase de implantação. Entre as cidades estão Catu e Guanambi (BA), Quixadá e Iguatu (CE), Açalândia (MA), Sousa (PB), Curicuri (PE) e Parnaíba (PI).

           O aumento da oferta de graduação em química ocorreu, ao mesmo tempo, pela iniciativa de instituições privadas. É possível identificar, nos últimos dez anos, a resposta a demandas regionais, em particular por parte de fundações, pessoas jurídicas de direito privado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, de 2001 a 2003, foram instalados 15 cursos de química, somando licenciatura e bacharelado, por seis instituições, cinco delas privadas. Do conjunto, apenas um na capital, o que caracteriza o movimento de interiorização, buscando municípios como Erechim, Passo Fundo, Ijuí, Frederico Westphalen, Santo Ângelo e Santa Rosa.

           O interior de São Paulo assistiu, de acordo com os dados do Cadastro da Educação Superior, um salto na oferta de cursos, durante os anos de 2005 e 2006. Dezoito cursos foram implantados no período, por 15 instituições, 11 delas privadas. Cidades como Avaré, Sorocaba, Fernandópolis, ou Piracicaba, abriram espaço para a criação de novos cursos, em geral de licenciatura, no período noturno. O processo de interiorização pode ser constatado também em Minas Gerais, como mostram as informações do portal do MEC. Quatorze novas graduações foram criadas de 2008 a 2010 – uma em Belo Horizonte -, localizadas em vários municípios, entre eles Uberaba, Ouro Preto, Montes Claros e Bocaiúva, grupo no qual predominam as organizações públicas.

Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)