30/4/2014
Prêmio Capes-Elsevier 2014 anuncia vencedoras
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Dez brasileiras foram destacadas por seu papel em pesquisa e educação, entre elas a professora Vanderlan Bolzani, da Unesp (Arquivo FAPESP)
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Dez pesquisadoras brasileiras receberam este mês uma boa notÃcia: elas foram laureadas com o Prêmio Capes-Elsevier 2014, uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NÃvel Superior (Capes) com a editora Elsevier, responsável pela publicação de várias revistas cientÃficas de renome internacional.
A cerimônia de entrega ocorrerá no dia 15 de maio no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. "É o reconhecimento de um trabalho duro", comemora Vanderlan Bolzani, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, uma das agraciadas. Vanderlan é ex-presidente e atual conselheira da SBQ. Depois de algumas edições com predominância masculina, este ano, assim como em 2010, o prêmio homenageia exclusivamente mulheres que se destacaram na produção cientÃfica.
Vanderlan terá na cerimônia a companhia de uma colega do mesmo instituto, a quÃmica Maria Valnice Boldrin Zanoni, além de quatro outras representantes de universidades paulistas: a bioquÃmica Alicia Kowaltowski e a geneticista Maria Rita Passos Bueno, da Universidade de São Paulo (USP), a infectologista Ana Cristina Gales, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e a engenheira quÃmica Maria Angela Meireles, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A pesquisa gaúcha também está bem representada na premiação, concedida com base em critérios como Ãndice de publicação, o impacto da produção cientÃfica na comunidade internacional e número de mestres e doutores orientados. Do estado sulino foram premiadas a bioquÃmica Angela Wyse e a epidemiologista Maria Ines Schmidt, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e a bioquÃmica Tatiana Emanuelli, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Por fim, a quÃmica Bluma Guenter Soares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não precisará viajar para receber a homenagem.
Apesar de contemplar todos os campos do conhecimento, este ano o Prêmio Capes-Elsevier acabou se concentrando em áreas relacionadas à quÃmica. "Esta área é muito criativa, encantadora e apaixonante, permitindo estudos colaborativos", destaca Angela Wyse. "Avança-se em grupo, o que para mim é muito mais importante e significativo do que avançar sozinho", completa a pesquisadora, cujo trabalho tem foco em bioquÃmica e neuroquÃmica.
Seus estudos contribuem para a elucidação de mecanismos envolvidos em doenças neurometabólicas e na neurobiologia da menopausa. "Se esse prêmio servir para estimular os jovens a focarem mais nos estudos, estimulando-os a não desistir de seus sonhos, ele será ainda muito mais importante e significativo pra mim", conclui.
Maria Rita Passos Bueno, da USP, uma das poucas premiadas sem especialização em quÃmica, estuda mutações associadas a doenças. Ela explica que sempre que se descreve uma dessas associações, a informação abre perspectivas de diagnóstico e tratamento e tem uma repercussão grande entre pesquisadores da área. Vem daÃ, em grande parte, o impacto do trabalho de seu grupo. Ela não sabe dizer quantos desses genes causadores de doenças o grupo identificou. "Foram muitos." Ao festejar o reconhecimento, Maria Rita divide o feito com os estudantes que orientou ao longo dos anos. "Sem eles, não conseguimos fazer nada."
Vanderlan Bolzani destaca justamente o fato de o prêmio valorizar o papel das pesquisadoras na formação de recursos humanos, além da produção cientÃfica de qualidade. Sobre a sua trajetória, ela destaca ter sido eleita em 2013 para a Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (Twas) e sua longa relação com a FAPESP – atualmente, é membro da coordenação do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA-FAPESP).
Ela foi pioneira em estabelecer uma linha de pesquisa sobre quÃmica de produtos naturais dentro do programa BIOTA. "Tive três projetos temáticos consecutivos financiados ao longo dos 15 anos do BIOTA." Por seu foco em biodiversidade, o programa tradicionalmente atrai mais biólogos, uma interação que a farmacêutica considera enriquecedora em seu campo. "O Brasil tem um potencial quÃmico enorme e todos os dias a natureza mostra algo diferente."
Fonte: Agência FAPESP
Nota do editor: A diretoria e conselho da SBQ parabenizam os agraciadas com este prestigioso prêmio, e em particular as muitas profissionais da área de QuÃmica. Esta premiação é um reflexo do alto grau de excelência da ciência brasileira como um todo, e da QuÃmica, em particular.
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