31/07/2014

A FLAQ quer ampliar o diálogo entre os químicos latino-americanos

Assegurar a realização de um Congresso internacional durante décadas é o principal feito da Federação Latino-americana de Associações de Química, FLAQ. Essa tarefa ganha realce quando se considera que a maioria dos países da América Latina conviveu com momentos políticos conturbados e dificuldades econômicas que se refletem nos recursos destinados à ciência. "Acredito que a atuação mais importante, que tem exigido os maiores esforços da FLAQ e das sociedades integrantes, é a realização do Congresso Latino-americano, a cada dois anos, desde 1924", avalia a professora Olga Lock Sing, secretária executiva da FLAQ.

No período foram realizados 30 Congressos. "Esses eventos propiciaram um grande número de interações entre profissionais das indústrias, pesquisadores e estudantes das universidades latino-americanas", afirma. Mas dadas as afinidades e o potencial de interesses comuns dos países, ainda há um grande trabalho de integração a fazer. A FLAQ reúne atualmente treze membros (Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, México, Panamá, Peru, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela). Mas os Congressos contam também com participações de pesquisadores cujos países não estão filiados.

A SBQ, formalmente, é membro da FLAQ desde 2002, lembra Paulo Cezar Vieira (UFSCar), que integra o Conselho Consultivo da Federação. Na época, uma outra associação brasileira já fazia parte da entidade. Para garantir seu ingresso a SBQ apresentou proposta para sediar o Congresso Latino-americano em 2006. O fato ocorreu na reunião realizada no México, em 2002, e os representantes brasileiros, Paulo Cezar e Jailson B. De Andrade (UFBA) tiveram sua proposta aceita. Mais que isso, deveriam também decidir pela solicitação de antecipação da data, para 2004, e o local de realização. O local escolhido foi Salvador e o Congresso tornou-se um marco na história da FLAQ, recorda. A participação tradicional dos encontros latino-americanos, que chegava a pouco mais de mil docentes e pesquisadores, alcançou a casa de 3.500 inscritos, observa.

A Federação, hoje, busca aproveitar um momento favorável para aumentar essa integração "Estamos fazendo esforços para incorporar aqueles que até agora não se associaram e, também, reincorporar os que, por alguma razão, já foram membros e se retiraram, por razões políticas ou econômicas", diz a secretária executiva.

Parte desse esforço está agora localizado na realização do 31º Congresso Latino-americano de Química – CLAQ 2014, que acontecerá de 14 a 17 de outubro, em Lima, Peru, organizado pela Sociedade Química do Peru. Com uma ampla programação e a participação de 34 palestrantes, de 15 países, a reunião tem como tema a química sustentável. Na programação, o I Simpósio Iberoamericano de Nanotecnologia e a mesa-redonda Experiências e Desafios na Busca de Inovação em Produtos Naturais.


Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)