RIO - O presidente da Royal Society, Paul Nurse, iniciou uma investigação sobre o fato de o corpo científico contemplado pelo University Research Fellowships (URF) ter sido formado por apenas duas mulheres e 41 homens. A proporção de mulheres que receberam o financiamento dado a cientistas nas fases iniciais de suas carreiras despencou de uma em cada três em 2010 para uma em cada 20 este ano.
Em um blog da Royal Society, Paul disse: "[URF] é normalmente um dos destaques do ano, mas eu, como muitos companheiros, fiquei pessoalmente muito decepcionado ao ver que apenas dois deles foram dados a mulheres."
"É possível que este ano seja uma anomalia, mas não podemos admitir. Não sabemos por qual motivo os números deste ano são tão diferentes dos anos anteriores, mas pedi que seja feita uma investigação. Precisamos descobrir o que aconteceu e, se identificarmos problemas no sistema, vamos corrigi-los."
Paul salientou que as mulheres representavam 21% dos integrantes das diversas comissões que elegeram os contemplados pelo financiamento na semana passada.
Elas também representaram 19% das inscrições, mas apenas 13% delas foram pré-selecionadas e 9% dos entrevistadas. Menos de 5% foram contempladas.
Paul disse que o baixo número de URFs femininos "envia uma mensagem ruim para as jovens cientistas" e que o desequilíbrio de gênero "é um problema em toda a ciência, incluindo a Royal Society".
Jonathan Eisen, biólogo evolucionista americano da Universidade da Califórnia, classificou a Royal Society como "um clube de homens brancos em sua maioria mais velhos que a cada ano escolhe os membros mais parecidos com o seu clube".
Fonte: O GLOBO
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