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12/02/2015



Kubota na trilha dos sensores e biossensores universais


Conferência na 38ª. RASBQ abordará os desafios para obter dispositivos pequenos, de baixo custo e utilizáveis por qualquer pessoa, para as diversas necessidades analíticas.


 

"Uma nação sem capacidade de gerar novos conhecimentos científicos nunca será um país desenvolvido. Por este motivo precisamos despertar nos jovens o interesse pelas carreiras científicas por serem os verdadeiros atores da geração de novos conhecimentos para transformar uma nação."

Não seria incrivelmente útil se você pudesse carregar no bolso um dispositivo capaz de determinar, com precisão e rapidez, se a água que sai de qualquer torneira está limpa, potável, ou se o seu sangue carrega uma bactéria qualquer?

Essa talvez seja a grande busca do químico Lauro Kubota, professor e pesquisador da Unicamp. Ele dirige um grupo orientado a criar sensores e biossensores eletroquímicos, para aplicação em diversas indústrias ou setores, e falará sobre os recentes avanços de suas pesquisas na 38ª. Reunião Anual da SBQ, em maio, em Águas de Lindóia.

Exemplos de dispositivos analíticos a base de papel com detecção eletroquímica.

"A tendência hoje é que estes dispositivos sejam pequenos, baratos e possíveis de se levar a qualquer lugar onde seja necessário fazer uma análise ou verificação por qualquer pessoa. E nosso desafio é obter sensores de baixo custo para a grande maioria das necessidades", explica Kubota.

Graduado em Química pela Universidade Estadual de Londrina em 1985, Mestre em Química Analítica pela UNESP em 1988 e Doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas em 1993, Kubota realizou o pós-doutorado na Lund University (Suécia) em 1997 e 98. Desde 94 é professor da Unicamp. Publicou mais de 300 artigos em periódicos especializados com seletiva política editorial, os quais receberam mais de 6500 citações. É autor/co-autor de 22 patentes. Participou do desenvolvimento de 98 produtos tecnológicos. Orientou 13 dissertações de mestrado, 29 teses de doutorado, supervisionou 18 pós-doutores, além de ter orientado 24 trabalhos de iniciação científica na área de Química.

O professor Lauro Kubota falou com o Boletim da SBQ:

O desafio de obter sensores eficientes a custo menor foi solucionado?
Eu diria que parte do desafio foi solucionado, pois ainda não temos sensores eficientes e de baixo custo comercializável para a grande maioria das substâncias necessárias de serem analisadas. Embora já tenhamos alguns sensores eficientes e de custo reduzido para várias substâncias, ainda é muito pouco em relação às necessidades atuais.

Como avalia a proximidade ou distância entre o setor industrial e a universidade no Brasil?
Embora nos últimos anos vimos várias iniciativas de aproximar a universidade e o setor industrial, ainda existem muitos obstáculos a serem superados. Acredito que precisamos continuar nos esforçando para melhorar a interação da universidade com o setor industrial, pois precisamos mudar uma questão cultural: as nossas universidades precisam se inserir mais no setor industrial e incentivar o empreendedorismo em seus estudantes.

Como surgiu seu interesse pela Química?
Influenciado por alguns professores de química do colegial. Principalmente pelo fato das inúmeras possibilidades de transformações das matérias e obtenção de diferentes materiais.

Por que um jovem deve ingressar nas carreiras científicas?
Eu acho esta questão deve ser abordada de uma forma um pouco diferente. Deve-se colocar: Por que é importante despertar os jovens para ingressar nas carreiras científicas? Os ingressantes precisam gostar de ciências para serem bons cientistas. Cabe ressaltar que as transformações que ocorrem no mundo sempre advêm de novos conhecimentos adquiridos que proporcionam a riqueza e a qualidade de vida. Uma nação sem capacidade de gerar novos conhecimentos científicos nunca será um país desenvolvido. Por este motivo precisamos despertar nos jovens o interesse pelas carreiras científicas por serem os verdadeiros atores da geração de novos conhecimentos para transformar uma nação.

Quais os desafios à pesquisa científica no Brasil?
Embora o Brasil tenha evoluído bastante nas questões de pesquisas científicas, temos muitos desafios ainda a serem enfrentados. No Brasil temos vários grupos de pesquisas bem conceituados, mas ainda é muito pouco se comparado com países desenvolvidos. Evoluímos em termos de quantidade, mas precisamos evoluir também em termos de qualidade e impacto. A qualidade e impacto médio das publicações brasileiras estão abaixo do que se espera de um país como o Brasil.

Temos dois desafios principais para melhorar a qualidade e impacto das pesquisas do País: a) Precisamos atrair os jovens talentosos para fazer pesquisa científica; b) Criar centros de excelência em pesquisa. Explico: A massificação do ensino superior no País fez com que todas as universidades estatais fossem tratadas da mesma forma. Em todas foi implementado o mesmo modelo de pesquisa. Assim se faz o mesmo "tipo" de pesquisa em todas as universidades e se esquece do papel regional. Afinal num país como o Brasil, a diversidade regional proporciona diferentes oportunidades e necessidades. Não se tem mais coragem de buscar manter algumas universidades de excelência que possam ter diferenciais de qualidade, pelo fato da pressão da massificação do ensino superior.

Portanto, entre os muitos desafios, o principal é mudar a filosofia das estratégias de políticas de pesquisa científica do país.

Artigos sugeridos:

“Enzymeless biosensor for phenol compound determination”, M.P.T. Sotomayor, A.A. Tanaka, L.T. Kubota, Analytica Chimica Acta 2002, 455, 215-223.

“Solid contact potentiometric sensors for trace level measurements”, K.Y. Chumbimuni-Torres, N. Rubinova, A. Radu, E. Bakker, L. T. Kubota, Analytical Chemistry 2006, 78 (4), 1318-1322.

“Electrochemical detection in a paper based separation device”, R.F. Carvalhal, M.S. Kfouri, M. H. O. Piazetta, A. L. Gobbi, L. T. Kubota,  Analytical Chemistry, 2010, 82, 1162-1165.

“Development of a disposable and highly sensitive paper-based immunosensor for early diagnosis of Asian soybean rust”, B. S. Miranda, E. M. Linares, S. Thalhammer, L. T. Kubota, Biosensors and Bioelectronics, 2013, 45(1), 123-128.

“Low cost, simple three dimensional electrochemical paper-based analytical device for determination of p-nitrophenol”, M. Santhiago, C. S. Henry, L. T. Kubota, Electrochimica Acta, 2014, 130, 771-770.


A 38ª Reunião Anual da SBQ será no Hotel Monte Real, Águas de Lindóia, SP de segunda, 25/maio/2015 a quinta, 28/maio/2015. Para detalhes do evento, visite: http://www.sbq.org.br/38ra/

Curta a página da 38ª RA e acompanhe as novidades do evento! Convide também seus amigos. Juntos, faremos uma grande reunião anual!


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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