07/05/2015

Magda Becker Soares receberá o principal prêmio de ciência e tecnologia do país

Graduada em letras neolatinas e doutora em didática pela Universidade Federal de Minas Gerais, a professora e pesquisadora será agraciada com o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia.

No dia 05/05, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) promoveu a cerimônia de entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia. A vencedora da edição 2015 é a professora Magda Becker Soares, graduada em letras neolatinas e doutora em didática pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A sessão solene aconteceu no Auditório da Escola Naval, no Rio de Janeiro, a partir das 19h.

O prêmio é a principal iniciativa do País de reconhecimento ao trabalho de profissionais da área de ciência e tecnologia. Ele é concedido anualmente a um pesquisador que tenha se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de grande valor para o progresso da sua área do conhecimento. O vencedor recebe diploma, medalha e uma premiação em dinheiro no valor de R$ 200 mil, concedida pela Fundação Conrado Wessel. A Marinha do Brasil concederá ainda uma viagem em Navio de Assistência Hospitalar, na Amazônia.

Estarão presentes na cerimônia os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, da Educação, Renato Janine Ribeiro, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o presidente do CNPq, Hernán Chaimovich, os presidentes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI), Luis Manuel Rebelo Fernandes, e demais autoridades da comunidade científica e do Estado fluminense.

Magda Becker Soares é uma das fundadoras do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da UFMG e autora de diversas publicações, inclusive livros didáticos de língua portuguesa. Ela é pesquisadora e pensadora da educação, trabalhando com conceitos voltados à educação na área da linguagem. Magda é uma das principais difusoras dos debates sobre alfabetização e letramento do País e esteve envolvida na gestão e criação de políticas públicas de investimento em educação, como o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).

A professora é membro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, da International Literacy Association e atuou nos comitês assessores do CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). Ela será a terceira mulher a receber o Prêmio Almirante Álvaro Alberto – as outras são a cientista social Maria Isaura Pereira Queiroz, vencedora da edição de 1977, e a economista Maria da Conceição de Almeida Tavares, agraciada em 2011.

Na cerimônia de entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto também serão destacados os trabalhos dos pesquisadores Alberto Luis Galvão Coimbra, Antonio Sesso, Delia Rodriguez, Francisco Gorgonio da Nóbrega, Isaac Roitman, Mauricio Matos Peixoto, Otávio Guilherme Cardoso Alves Velho e Ruy Laurenti. Eles serão agraciados com o título Pesquisador Emérito. A Menção Especial de Agradecimento será concedida ao Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro (Cisb), Fundação Bill & Melinda Gates, Fundo Newton e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Após a cerimônia, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) promoverá a posse dos novos membros da entidade.

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Sobre o prêmio
Criado em 1981, o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia, como era conhecida à época, foi instituído durante a solenidade comemorativa dos 30 anos do CNPq, por meio de Decreto Presidencial. A partir de 1986, a iniciativa passou a ser denominada Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia, em homenagem ao primeiro presidente do CNPq, Álvaro Alberto da Motta e Silva. Está será a 27ª edição do prêmio, que já agraciou 44 pesquisadores.

O Prêmio Almirante Álvaro Alberto é concedido anualmente, em sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento: Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e Ciências da Vida.

Almirante Álvaro Alberto
Nascido em 22 de abril de 1889, no Rio de Janeiro, e diplomado em engenharia pela antiga Escola Politécnica, Álvaro Alberto da Mota e Silva cedo revelou seu interesse pela investigação científica. Em 1921, ingressou na Academia Brasileira de Ciências (ABC), instituição que, anos depois, veio a presidir.

Na primeira metade do século 20, Álvaro Alberto defendeu que o desenvolvimento científico e tecnológico estava intimamente ligado com a prosperidade do País e dedicou-se à criação de órgãos de fomento e de apoio à pesquisa. Em maio de 1946, com o apoio da comunidade científica, o Almirante Álvaro Alberto propôs ao governo a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNP) para incrementar, amparar e coordenar a pesquisa científica nacional.

Em 1947, integrou o grupo, do qual fazia parte o brasileiro César Lattes, que isolou a partícula subatômica méson-pi, fortalecendo e dando visibilidade internacional à comunidade científica brasileira. Apoiou a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), que iniciou suas atividades em 1949.

Idealizador e primeiro presidente do CNPq, Álvaro Alberto, é um dos responsáveis pela criação Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI), todos fundados durante a gestão dele, entre 1951 a 1955.

Álvaro Alberto dedicou-se ao magistério sem abandonar suas pesquisas, especialmente na área de explosivos e também com estudos mais aprofundados na área de energia nuclear. Ele também foi o representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica (CEA) da Organização das Nações Unidas (ONU).


Fonte: MCTI
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