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11/06/2015



CNPq divulga os vencedores do Prêmio Jovem Cientista


Do total de 1.920 pesquisas inscritas nesta edição, 341 disputaram a categoria Mestre e Doutor, 274 Ensino Superior, e 1.305 concorreram na categoria Ensino Médio

Estudantes e instituições de ensino do Ceará, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo estão entre os vencedores da 28ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que abordou o tema "Segurança Alimentar e Nutricional". Os nomes dos estudantes contemplados nas categorias Mestre e Doutor, Ensino Superior e Ensino Médio, foram divulgados pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, no dia 21/05, em cerimônia no edifício sede da agência do Ministério Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília. A entrega dos prêmios está prevista para o mês de junho, em solenidade no Palácio do Planalto.

"Esse prêmio é importante, porque forma a consciência de que existem pessoas no Brasil que são referências", disse Hernan Chaimovich. "Além do prêmio e do reconhecimento nacional e internacional, nós, coletivamente, estamos transferindo para todos vocês a responsabilidade de comunicar a sociedade de uma forma totalmente compreensível a importância do impacto intelectual para a contribuição social e econômica, por meio do desenvolvimento socialmente justo e sustentável neste País", afirmou, referindo-se às pesquisas vencedoras.

Do total de 1.920 pesquisas inscritas nesta edição, 341 disputaram a categoria Mestre e Doutor, 274 Ensino Superior, e 1.305 concorreram na categoria Ensino Médio. Entre os projetos vencedores estão um produto que permite ao consumidor identificar fraudes no leite; um modelo inovador de agricultura urbana, que oferece um sistema sustentável de produção e aproxima os consumidores dos produtores; e um estudo sobre a castanha-do-brasil como fonte de suplementação de selênio para idosos, que se revela importante aliado na prevenção do Mal de Alzheimer.

Campeões

Da categoria Ensino Médio, a campeã foi Joana Meneguzzo Pasquali, do Colégio Mutirão de São Marcos, em São Marcos, Rio Grande do Sul, com a pesquisa Detectox – Kit detector de substâncias tóxicas no leite UHT. Trata-se de uma fita confeccionada com filtro de café embebido com reagentes que indicam, por meio de diferentes cores, a presença, no leite, de três substâncias: formol, soda caustica e amido. "Quando a amostra é colocada na fita, a reação química entre as substâncias gera cores diferentes. O resultado poderá ser interpretado pelo consumidor por meio de um manual comparativo que acompanha o produto", afirmou Joana.

Em segundo lugar ficou Moises Lopes Rodrigues, da Escola Estadual de Ensino Médio Rui Barbosa, no município de Tucuruí, Pará, com a pesquisa Uso de resíduos de peixe como fertilizante na agricultura familiar. E, em terceiro lugar, foi escolhida a estudante do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em São Miguel do Oeste, Santa Catarina, com o estudo Avaliação das propriedades funcionais tecnológicas do okara desidratado e aplicação em biscoito tipo cookie.

Na categoria Ensino Superior, o campeão foi o estudante Deloan Edberto Mattos Perini, da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS), de Erechim, Rio Grande do Sul, com a pesquisa Modelo de agricultura urbana como inovação no processo de abastecimento de alimentos em cidades de pequeno porte. Com base em diagnóstico urbanístico da cidade de Erechim, Deloan, identificou 144 lotes com potencial de transformação em hortas urbanas. A partir disso, o estudante desenvolveu um modelo de agricultura de acordo com as necessidades do município.

"O diferencial do projeto está na estrutura oferecida para a sustentabilidade do sistema. Estimamos que as hortas tenham capacidade para produzir 4,5 kg de alimentos por metro quadrado. Identificamos aproximadamente 13.500 m2, o que significa a produção de mais de 60 toneladas por mês", explicou.

Em segundo lugar ficou o estudante Davi Benedito, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Itajubá, Minas Gerais, com a pesquisa Biossensores nanoestruturados para a monitoração da qualidade do pescado. Já em terceiro lugar, a estudante da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Kamila Ramponi, foi a contemplada com a pesquisa Avaliação da incorporação de fitoesteróis livres e esterificados como agentes estruturantes em bases lipídicas para aplicação em alimentos.

Da categoria Mestre e Doutor, a doutoranda da Universidade de São Paulo (USP), Bárbara Rita Cardoso, foi a grande vencedora, com a pesquisa Efeitos do consumo de castanha-do-brasil (Bertholetia excelsa H.B.K) sobre a cognição e o estresse oxidativo em pacientes com comprometimento cognitivo leve e a relação com variações em genes de selenoproteínas.

Bárbara se mudou para Austrália, para continuar seus estudos no Centro de Pesquisa Neurológica da Universidade de Melbourne. Ela participou da cerimônia em tempo real via internet. "Resolvi comparar o estado nutricional de selênio em pessoas com e sem o Mal de Alzheimer e constatei que realmente havia um déficit da substância nos portadores da doença", disse.

De acordo com a pesquisadora, uma unidade diária da castanha-do-brasil foi suficiente para recuperar a deficiência desse mineral. "Além disso, percebemos uma melhora importante. O selênio pode contribuir para a redução do risco da doença de Alzheimer", afirmou. No Brasil, as regiões Norte e Nordeste têm os solos com maior concentração de selênio em relação aos outras regiões.

Em segundo lugar, com a pesquisa Proposta de avaliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para os municípios do Estado do Rio de Janeiro, ficou Camila Maranha Paes. A estudante Fernanda Garcia dos Santos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi contemplada em terceiro lugar, com a pesquisa Nutrição nas enfermidades agudas, crônicas e degenerativas: o uso de recursos dietéticos na prevenção e tratamento de doenças.

Na categoria Mérito Científico, o pesquisador e professor da USP, Franco Maria Lajolo, foi o contemplado, por sua pesquisa sobre alimentos funcionais. Já os prêmios Mérito Institucional Ensino Superior e Médio foram concedidos à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, Santa Catarina e à Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Nogueira, em Fortaleza, Ceará.

"A UFSC é hoje uma das melhores universidades do país pela capacidade que teve, nas últimas décadas, de contratar talentos que são verdadeiras luzes para a formulação de ideias, para contato com a sociedade e para impacto social e econômico", ressaltou o presidente do CNPq. Sobre a escola estadual do Ceará, Hernan afirmou que o "Estado tem se destacado pela sua inserção de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), desde o ensino fundamental".

Sobre o Prêmio

O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do CNPq, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e conta com patrocínio da Gerdau e da BG Brasil. Criada em 1981, a premiação tem o propósito de incentivar a pesquisa e a inovação no País e é considerada um dos mais importantes reconhecimentos aos cientistas brasileiros.

"O CNPq é uma instituição de apoio à pesquisa, atenta a todos os setores do país. É uma instituição que olha as pessoas, as instituições privadas e públicas, e todas as categorias de CT&I, e tem a responsabilidade, junto com os premiados e com os milhares de concorrentes, de fazer com que a CT&I seja incorporada de fato ao etos nacional de desenvolvimento socialmente justo e sustentável", afirmou Hernan Chaimovich.

(MCTI)

Mais informações sobre o assunto:

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Fonte: Jornal da Ciência
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