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08/10/2015



Origens da Química no Brasil revela os primórdios da ciência


Está disponível para pré-venda a obra do professor Carlos Alberto Filgueiras, que resgata passagens importantes da ciência desde o período colonial

Em um determinado momento nas centenas de horas que passou vasculhando registros históricos no Brasil e em Portugal nos últimos 30 anos, o químico Carlos Alberto Filgueiras encontrou um pequeno pedaço de papel no Arquivo Público Mineiro. Era um prosaico recibo datado de 1768 que mostrava que as autoridades de Vila Rica haviam pago pela destilação de água-forte (ácido nítrico). “Uma técnica para dissolver ouro consiste em misturar água régia (água forte mais sal) no minério. O recibo comprova que a Coroa estava estudando os minérios para determinar o teor de ouro nos minérios. Eles estavam fazendo química analítica”, observa Filgueiras, um entusiasta da história da Ciência.
 
  Carlos Alberto Filgueiras, da UFMG: “Química analítica em Vila Rica, em 1768, mostra que havia cabeças pensantes no Brasil colonial”

Sua vasta e rigorosa pesquisa agora pode ser conhecida de todos que têm um gosto por história e ciências. O livro “Origens da Química no Brasil”, editado em conjunto pela Unicamp e a SBQ, está à venda em livraria e pelo site da SBQ. São quase 500 páginas saborosas, ricas em curiosidades, que procuram descrever os primórdios da Química no Brasil.

Filgueiras, professor da UFMG e ex-presidente da SBQ, nos leva aos tempos remotos dos primeiros químicos técnicos, autodidatas ou não, preocupados com a tradução da natureza e em resolver questões práticas, como saber a quantidade de ouro dentro de um minério qualquer, curar o escorbuto, ou produzir a aguardente a partir da cana de açúcar. O livro evita discussões profundas sobre a química e assim se faz de fácil compreensão pelo público leigo.

“Havia cabeças pensantes no Brasil colonial”, diz o autor. “Quando começou a se fazer ciência nas universidades brasileiras, muitas técnicas já eram conhecidas.” Filgueiras dedica oito dos nove capítulos do livro ao que aconteceu entre os séculos 16 e 19, deixando para o mais conhecido e estudado Século 20, apenas a parte final. “Há um certo desprezo pelo que aconteceu antes do Século 20, e isso me motivou a pesquisar o período anterior da Química no Brasil”, conta. Filgueiras vasculhou arquivos no Brasil, em Coimbra e Lisboa. Esteve dezenas de vezes em Portugal – em uma delas passou três meses enfurnado na Biblioteca de Coimbra, onde encontrou registros de diversos brasileiros que andaram aprimorando seus conhecimentos por lá.
 
  Capa do primeiro volume da obra mais importante de Vicente Seabra, o primeiro químico moderno do Brasil

Entre tantas histórias, como a do químico autoditada, ou do químico inconfidente, Filgueiras resgata os feitos de Vicente Seabra, o primeiro químico moderno do Brasil. Nascido em Congonhas do Campo (MG), em 1764, Seabra estudou Filosofia Natural em Mariana e depois foi para a Universidade de Coimbra. Aos 23 anos publicou, em Coimbra, “Dissertação sobre a Fermentação”, que, segundo Filgueiras, “introduz a teoria lavoisiana do oxigênio na literatura química portuguesa, assim como parte da nova nomenclatura química proposta pelo químico francês e seu círculo”. Em 1788 publicou seu livro mais importante “Elementos de Química”, o qual dedicou à Sociedade Literária do Rio de Janeiro.

Escreve Filgueiras em “Origens da Química no Brasil”:

Os Elementos de química constituem o primeiro texto de química moderna em português e está entre os primeiros tratados abrangentes no mundo incorporando uma série de novas descobertas da segunda metade do século XVIII. Esse livro é um tratado abrangente e atualizado da química da época, evidenciando familiaridade com todas as principais publicações contemporâneas na Europa, fossem elas livros ou periódicos. Ele dá o estado da arte da química da época, acrescentando suas próprias ideias e cuidadosamente descrevendo os experimentos realizados, especialmente quando se trata de tópicos controvertidos.

Sua primeira parte, antedata por um ano o grande marco representado pelo “Traité Élémentaire de Chimie”, de Lavoisier. A inacessibilidade relativa da língua portuguesa, contudo, aliada à limitada esfera de atividade do autor, fez com que ele passasse quase sem ser percebido no exterior. Além disso, a dedicatória do livro à Sociedade Literária do Rio de Janeiro talvez ajude a explicar por que ele jamais tenha sido usado como texto em Portugal.

A visão fisiocrática da exploração da terra acima de quaisquer outras atividades está explícita na dedicatória do livro à recém-fundada (em 1786) Sociedade Literária do Rio de Janeiro, uma sociedade científica que se reunia uma vez por semana, quando os membros liam e discutiam memórias científicas. Na dedicatória do livro, Seabra escreve, referindo-se à ciência química:

A parte prática desta tão útil Ciência, alumiada pela tocha das verdades teoréticas, e dirigida por um ajuizado sistema, vós bem sabeis, quanto interessa à Humanidade, aperfeiçoando a Agricultura, o Comércio e as Artes, que tão atrasadas estão em o nosso Brasil. Sem Agricultura nenhuma sociedade política, nenhuma riqueza ou prosperidade nacional. A nação que depende de alimentos estrangeiros é uma nação de escravos. Sem o Comércio a Agricultura enlanguesce, as terras se cobrem de mato; e a falta de dinheiro proveniente da falta de extração e consumo dos gêneros diminui a reprodução anual. Sem Arte as matérias brutas não recebem forma; os gêneros da Agricultura não alcançam o valor preciso; e o Comércio vem a perder na balança geral; a indolência ganha pés; e a miséria do povo se aumenta de dia em dia.

Origens da Química no Brasil é uma obra de leitura obrigatória – obrigação certamente prazerosa – para aqueles que gostam de Química e de Ciências em geral. A leitura flui no texto experiente do professor e se tempera com ricas ilustrações pitorescas, como um manuscrito de estequiometria de Princesa Isabel, do tempo em que a fórmula da água era HO.
 

Veja o índice de “Origens da Química no Brasil”

Serviço:
Origens da química no Brasil / Carlos A. L. Filgueiras. – Campinas, sp:

 

Editora da Unicamp; São Paulo, sp: Sociedade Brasileira de Química, 2015.

Para saber mais sobre o livro "Origens da Química no Brasil" e sobre o EditSBQ, veja:
http://boletim.sbq.org.br/noticias/2015/n2091.php


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Texto: Mario Henrique Viana (Assessor de Imprensa da SBQ)








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