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21/07/2016



PPGQ-UnB ganha qualidade e eficiência com regulamentação mais simples


Mas perde futuros cientistas para a estabilidade financeira do funcionalismo público

Em Brasília um grupo de servidores públicos luta para melhorar o sistema de gestão de qualidade da instituição para a qual trabalham. Trabalham de segunda a sexta – muitas vezes avançam pelo final de semana – em busca de mais eficiência na operação e melhores índices de produtividade. Menos conhecidos que outros habitantes da Capital Federal, e certamente mais comprometidos com o desenvolvimento da pesquisa científica no País, professores e orientadores do Programa de Pós-Graduação em Química da UnB têm conquistado melhorias no Programa criado em 1974 e que atualmente tem conceito 5 da Capes.

Hoje estão matriculados 73 alunos de doutorado e 71 de mestrado em linhas de pesquisa como Ciência dos Materiais, Catálise, Estrutura Eletrônica e Modelagem Molecular, Métodos de Análise, Química Biológica e Medicinal, Química de Coordenação e Organometálicos e Síntese Orgânica. Em 2015 foram publicados 59 artigos, sendo 32 com participação de discentes – 15 em revistas A2 (Qualis-CAPES). De 2013 a 2015 foram sete depósitos de pedidos de patente, sete concessões e dois licenciamentos de patentes. Anualmente são abertas 30 vagas para doutorado (instituído em 1991) e 50 para mestrado. O Programa conta com 22 laboratórios.

 

Angelo Machado, coordenador do Programa: "Um professor recém-contratado, cheio de vontade e ideias a desenvolver trabalhando em pé de igualdade com outros orientadores que já têm seus grupos consolidados, sem a necessidade, que anteriormente tínhamos, de passar por um período de co-orientação seguido de apenas orientações de mestrado para só então orientar um doutorado"

"O Programa está consolidando sua nota 5 junto à CAPES. Dentre as ações que a Coordenação vem tomando, com este objetivo, desde o início desta década, cito a revisão de nossas ferramentas de regulamentação", afirma o Professor Angelo Machado, coordenador do PPGQ-UnB. Uma ação importante neste sentido foi o entendimento de que todo professor que ingressa no quadro do Instituto de Química da UnB já foi devidamente avaliado e, por isso, está habilitado a orientar na Pós-graduação. Se algum estudante quiser desenvolver seu trabalho sob a orientação de um docente recém-contratado, este último será credenciado. "Um professor recém-contratado, cheio de vontade e ideias a desenvolver trabalhando em pé de igualdade com outros orientadores que já têm seus grupos consolidados, sem a necessidade, que anteriormente tínhamos, de passar por um período de co-orientação seguido de apenas orientações de mestrado para só então orientar um doutorado", explica o coordenador do Programa.

Professor Brenno Neto: "O PPGQ-UnB mudou muito nos últimos anos, em especial com o credenciamento de novos docentes permanentes que, em geral, foram recém doutores contratados pelo IQ-UnB. Com estes novos docentes o PPGQ-UnB melhorou os indicadores de qualidade"

 

"O PPGQ-UnB mudou muito nos últimos anos, em especial com o credenciamento de novos docentes permanentes que, em geral, foram recém doutores contratados pelo IQ-UnB. Com estes novos docentes o PPGQ-UnB melhorou os indicadores de qualidade como um aumento no número de artigos em qualis B1-A2-A1, número de PGs formados, diminuiu o tempo de titulação e consolidou o conceito 5 na CAPES", reforça Brenno Neto, orientador no Programa desde 2009. Ele participa de grupos de pesquisa de Catálise e Tecnologias com Sistemas Fluorescentes.

Outra melhoria implementada foi uma resolução que possibilita ao Programa descredenciar, a qualquer época, docentes que não estejam colaborando efetivamente para os indicadores de produtividade utilizados pela avaliação quadrienal do Programa pela CAPES. Além disso, o PPGQ-UnB trabalha em uma resolução que correlaciona indicadores de produtividade com o número de estudantes que o docente pode receber para orientação.

"É importante salientar que esta preocupação da Coordenação com os indicadores está centrada na cobrança ao orientador. A única cobrança de produtividade de discentes recai sobre os estudantes de doutorado, que precisa ter um produto científico para marcar sua defesa de tese", ressalta o coordenador Angelo Machado. "Acho pertinente ressaltar isso, pois outro desafio que temos enfrentado se refere à visão que o tem estudante sobre o que é uma dissertação ou uma tese. Não é incomum um estudante procurar um professor para ser seu orientador o questionando sobre quantos artigos ele conseguirá publicar na sua pós-graduação e utilizar este critério para selecionar quem o orientará. Isso é uma inversão de valores!"

Angelo conta que o PPGQ-UnB sofre um tipo de competição atípica: a grande quantidade de vagas de trabalho criadas nos últimos anos, no funcionalismo público. "É uma tentação para aqueles que têm alguma aptidão pra área científica, que normalmente não remunera tão bem. As remunerações para cargos, em especial dos poderes Legislativo e Judiciários, muitas vezes tendo como requisito básico apenas a formação em nível médio, são numericamente muito próximas à remuneração inicial de um professor de magistério superior. Isso é agravado pelo elevado custo de vida no Distrito Federal. O PPGQ tem vários estudantes que abriram mão de bolsa para assumirem cargos públicos e tentam conciliar o emprego formal com os trabalhos de suas dissertações e teses. Na grande maioria dos casos é a pós-graduação que fica de lado", lamenta o professor.

A professora Silvia Dias trabalha no PPGQ-UnB desde 1998, orientando grupo de Catálise e Inorgânica. Nesse tempo orientou cinco doutores, 10 mestres e 34 alunos de iniciação científica. "O aluno do PPGQ-UnB tem um perfil diversificado. Nós, orientadores, temos que constantemente buscar desenvolver seu interesse pela carreira acadêmica", afirma.

 

Professora Silvia Dias (segunda à direita): "O aluno do PPGQ-UnB tem um perfil diversificado. Nós, orientadores, temos que constantemente buscar desenvolver seu interesse pela carreira acadêmica"

O Distrito Federal não tem, em seu território e no seu entorno, indústrias químicas de grande porte, como se pode observar nas outras regiões do Brasil. "As indústrias instaladas na região estão mais voltadas para o agronegócio, como é o caso das indústrias alimentícia, de beneficiamento de grãos e de fertilizantes. Além dessas, próximo de Brasília, se encontra o polo farmacêutico de Anápolis, com um elevado potencial de captação de recursos com qualificação em Química", observa Angelo Machado. Além das oportunidades acadêmicas e industriais, o DF concentra a sede de vários Ministérios, órgãos de fiscalização e controle, como é o caso da Polícia Federal, Polícia Civil, agências reguladoras como ANVISA, ANA e ANP, empresas públicas, como é o caso da EMBRAPA, que tem três grandes unidades de pesquisa na região, sendo que todas essas demandam pessoal com qualificação em química.

Alguns artigos relevantes publicados

“Correlation of Cocaine Hydrochloride Samples Seized in Brazil Based on Determination of Residual Solvents: An Innovative Chemometric Method for Determination of Linkage Thresholds”, T. S. Grobério, J.W.B. Braga, Anal. Chem. 2013, 85, 2457–2464.

“FT-Raman Spectroscopy Quantification of Biodiesel in a Progressive Soybean Oil Transesterification Reaction and Its Correlation with 1H NMR Spectroscopy Methods”, G.F. Ghesti, J. A. Dias, S.C.L. Dias, Energy & Fuels 2007, 21, 2475-2480.

“Water-Soluble Tb3+ and Eu3+ Complexes with Ionophilic (Ionically Tagged) Ligands as Fluorescence Imaging Probes”, J.R. Diniz, B.A.D. Neto, M.O. Rodrigues, Inorg. Chem. 2013, 52, 10199–10205.

“Alternative Approach to Calculate Two-Center Overlap Matrix through Deformed Exponential Function”, F.C. Rangel, H.C.B. de Oliveira, K.C. Mundim, J. Phys. Chem. A 2013, 117, 6622–6628.

"Thermal and electrical properties of starch-graphene oxide nanocomposites improved by photochemical treatment.", P.P. Peregrino, M.J.A. Sales, L.G. Paterno, Carbohydrate Polymers 2014, 106, 305-311.


Prêmios desde 2010:

Brenno A. D. Neto (docente): Membro Afiliado ABC 2013/2014; BMOS/RSC Young Investigator Award em 2013

Paulo A. Z. Suarez (docente): Medalha Revista Virtual de Química, SBQ em 2013; Membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências no quinquênio 2011/2015; Young Talents in Science Award pela SBQ e ACS 2011; Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2010, Pesquisador Sênior do DF pela FAPDF em 2010.

Site do PPGQ-UnB:
http://www.ppgq.unb.br/pt/


Texto: Mario Henrique Viana (assessor de imprensa da SBQ)








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