23/02/2017

IUPAC 2017: Modelos sustentáveis de produção energética são pauta de simpósio sobre o futuro

Redes de distribuição inteligentes e carros elétricos já são realidade em alguns países. Disseminação da tecnologia depende de células a combustível mais eficientes

Qual o futuro em termos de energias sustentáveis? Quais os estudos recentes em baterias em painéis fotovoltaicos? Como lidar com o dióxido de carbono? Essas e outras perguntas vão nortear o Simpósio Energia, Água e Ciências Ambientais no Congresso Mundial de Química (IUPAC 2017) a ser realizado no World Trade Center, em São Paulo, de 9 a 14 de julho. "É um simpósio importante, em que vamos olhar para potencialidades, para coisas que podem vir a ocorrer no futuro", conta o professor Roberto Torresi (IQ-USP), coordenador do Simpósio. "Redes de distribuição inteligentes e carros elétricos começam a despontar como realidade na Europa e nos EUA. Convidamos palestrantes de atuação destacada em diferentes áreas e teremos um evento com conteúdo transversal, relevante para químicos de especialidades distintas."

São 26 palestrantes estrangeiros e nacionais confirmados para compor os 10 painéis desse simpósio, entre eles James Durrant, do Imperial College de Londres, um dos maiores especialistas do mundo em células solares, com mais de 38 mil citações e índice h 104.

Prof. Edson Ticianelli: "A produção de células a hidrogênio é uma das alternativas (para armazenamento de energia fotovoltaica), e tem sido objeto de estudo de vários grupos de pesquisa, no Brasil e no mundo."

Entre os brasileiros, o professor Edson Ticianelli (USP São Carlos), especialista em células a combustível. "Atualmente tentamos desenvolver materiais para eletrodos que tolerem quantidades maiores que 10 ppm de CO na conversão de etanol ou metanol para hidrogênio", conta o professor. Os eletrodos convencionais são feitos de platina. A equipe de Ticianelli tem buscado alternativas com molibdênio, rutênio, estanho e ósmio.

A pesquisa é importante para tornar mais eficiente a produção de energia elétrica por painéis fotovoltaicos, já que permite o armazenamento de energia para utilização contínua durante o período noturno. "A produção de células a hidrogênio é uma das alternativas, e tem sido objeto de estudo de vários grupos de pesquisa, no Brasil e no mundo", afirma o professor Ticianelli.

Membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Ticianelli tem 190 trabalhos indexados, com 7320 citações. Titulou 25 doutores, 20 mestres e acompanhou 20 pós-doutorandos nas últimas décadas. Hoje tem 15 alunos no seu grupo de pesquisa em São Carlos. "Energia é uma área muito criativa e promissora para estudantes de Química. Já vemos exemplos de várias montadoras com seus protótipos de veículos elétricos, e temos alguns desafios, como fazer sistemas de maior eficiência técnica e menor custo", declara.

O Congresso Mundial de Química – IUPAC 2017 tem preços especiais para associados da SBQ. Inscreva-se aqui.

Para saber mais:
Breve apresentação do Professor James Durrant sobre energia fotovoltaica no País de Gales


Fonte: Mario Henrique Vianna (Assessoria de imprensa da SBQ)