10/08/2017
Novo evento científico integra países do Atlântico
SBQ teve participação ativa na criação do ABC Chem, que está com inscrições abertas para trabalhos
Uma oportunidade inédita está aberta para pesquisadores brasileiros. Trata-se do ABC Chem, um evento-piloto, do qual a SBQ é uma das sociedades criadoras, que acontece de 23 a 26 de janeiro de 2018, em Cancún, no México, e reunirá no máximo 500 químicos de países banhados pelo Oceano Atlântico. "É um evento novo, diferentemente da IUPAC, concentrado em apenas quatro grandes temáticas e feito para um público mais restrito", explica o presidente da SBQ, professor Aldo Zarbin (UFPR). "Por isso é uma oportunidade excelente para que pesquisadores possam apresentar seus trabalhos e interagir mais profundamente com químicos de outros países."
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Professores Aldo Zarbin (à esquerda) e Fernando Galembeck: presidente e ex-presidente da SBQ destacam a integração internacional ainda maior que virá com a participação brasileira no ABC Chem
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Para o professor Fernando Galembeck (Unicamp), ex-presidente da SBQ, o ABC Chem tem uma importância fundamental para integração dos pesquisadores brasileiros com seus pares além da América Latina. "Não é realístico pensarmos em um evento com muitos milhares de participantes, envolvendo distâncias tão grandes. Mas é perfeitamente possível que o ABCChem reuna lideranças de várias faixas etárias", analisa. "Um bom resultado deste evento será conseguirmos reunir jovens com fôlego científico e objetivos comuns."
A ideia de criar este evento como um contraponto produtivo ao consolidado e robusto Pacific Chem surgiu de uma consulta inicial da American Chemical Society a diferentes sociedades de países banhados pelo Oceano Atlântico. Depois de muita conversa, o evento foi concebido tendo as Sociedades de Química Americana (ACS), Brasileira (SBQ), Canadense (CSC), Mexicana (SQM) e Europeia (EuChemMS) como promotoras, e ainda a Sociedade da África do Sul (SACI), e as associações de química latino-americana (FLAQ) e africana (FASC) como convidadas. "A SBQ teve uma participação ativa nesse processo. Fizemos reuniões mensais por vídeo-conferências e todas as decisões foram tomadas em conjunto", conta Zarbin. "A ideia é que seja itinerante, mas ainda vamos avaliar a periodicidade ideal depois de realizar o primeiro."
As quatro grandes áreas contempladas são: química na biologia, química verde, química de materiais e nanoquímica, e físico-química e analítica. O professor Fernando Galembeck está confirmado como um dos conferencistas plenários. Ele vai falar sobre seu trabalho que demonstrou a participação de eventos químicos e nanoestruturas em fenômenos eletrostáticos. "Existe a ideia de que a eletrostática é uma disciplina madura, distante da fronteira do conhecimento. Acho essa idéia estranha, quando penso nos problemas e acidentes importantes que ocorrem em todo o mundo, ano a ano: explosões em fábricas e silos, causadas por descargas elétricas no seu interior, além dos raios e relâmpagos. É intrigante que a tecnologia atual de proteção contra raios ainda é muito semelhante à que foi introduzida por Benjamin Franklin", conta Galembeck. "Vou relatar resultados recentes sobre fenômenos eletrostáticos e a sua interpretação, que desafiam alguns paradigmas atuais e abrem um vasto campo para a investigação científica e para o desenvolvimento de novos produtos e processos."
Sua conferência será extraída de seu livro "Chemical Electrostatics – New Ideas on Electrostatic Charging: Mechanisms and Consequences" (em co-autoria com Thiago Burgo, da Universidade Federal de Santa Maria), publicado neste ano pela prestigiada editora Springer. No livro, os autores mostram como as recentes descobertas nesta área abrem perspectivas para a produção de energia, a criação de novos processos industriais e prevenção de acidentes graves.
A submissão para trabalhos e associados à SBQ têm desconto de US$ 100 na inscrição.
Saiba mais: http://abcchem.org/
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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