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Boletim Eletrônico Nº 1399

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06/02/2020



43ª RA: A fotônica inovativa e multifuncional de Ribeiro


Pesquisador do IQ-UNESP fará conferência sobre três décadas de pesquisa com materiais fotônicos contendo íons lantanídeos

A luz estará presente na 43ª Reunião Anual da SBQ (Maceió, 26 a 29 de maio)não só na fluorescência do professor Fabiano Rodembusch, como mostramos semana passada, mas também na fotônica do Sidney José Lima Ribeiro (IQ-UNESP), que fará a conferência Materiais Nanoestruturados como Plataforma para Fotônica, como convidado da Divisão de Físico-Química.

Professor Sidney José Lima Ribeiro (IQ-UNESP), com os integrantes do Laboratório de Materiais Fotônicos- LAMF: "Se o século passado foi da eletrônica, este será da fotônica." (clique na imagem para ampliá-la)

"Se o século passado foi da eletrônica, este será da fotônica", afirma o professor Ribeiro. "Suas aplicações gradualmente substituirão as da eletrônica. Podemos dizer que as fibras óticas são o primeiro caso universal de aplicação bem-sucedida nesta área."

Ribeiro obteve seu doutorado em 1992 pela Unesp e UFPE, em química inorgânica. Fez dois pós-docs na França e tem experiência como pesquisador visitante no Japão e professor visitante na Itália, França e Portugal. Desde 1992 coordena o Laboratório de Materiais Fotônicos, onde titulou 28 mestres, 22 doutores e orientou 25 pós-docs.

Além da fotônica, Ribeiro é um entusiasta da educação em si, e destaca a importância do momento em que a 42ª RASBQ será realizada. "Num momento político de retrocessos e delicado como este que vivemos, esta reunião vai ser particularmente importante. O tema de maneira bastante apropriada será "Ciência e Ensino para Todos". Eu sou daqueles que pensa e acredita fervorosamente que a educação deve ser universal, de qualidade e gratuita em todos os níveis. Não vejo outra saída. Talvez gritar isso em Maceió reforce o pensamento."

Leia entrevista concedida pelo professor Sidney José Lima Ribeiro ao Boletim SBQ

Em termos leigos, sobre o que será sua conferência?
Sou Químico e o título de minha conferência será "Materiais nanoestruturados como plataforma para fotônica". Vou tentar mostrar qual tem sido nossa contribuição científica em cerca de 30 anos de carreira trabalhando com materiais fotônicos contendo íons lantanídeos sob o ponto de vista Químico. As propriedades ópticas que resultam do controle de estrutura e propriedades ao nível nanométrico permitem aplicações nos mais variados campos desde a optoeletrônica até a biomedicina. São materiais inovativos e multifuncionais.

Como é o seu grupo de pesquisa?
Nosso grupo de pesquisa "Laboratório de Materiais Fotônicos- LAMF" nasceu em 1992 com minha defesa de tese de doutoramento com vidros e vitrocerâmicas transparentes. Anteriormente fiz meu mestrado em Araraquara sob a orientação da Profa. Ana Maria Galindo Massabni quando estudamos complexos de lantanídeos e suas propriedades espectroscópicas. No doutoramento fui orientado pelo professor Gilberto Sá na UFPE e em Recife pude consolidar as bases de espectroscopia com meu orientador e também com o Professor Oscar Malta. Fiz meu pós-doutoramento na École Centrale Paris sob a supervisão da Dra. Jeanette Dexpert-Ghys e no CNET-France Telecom com François Auzel trabalhando com vitrocerâmicas transparentes. A base sólida em espectroscopia nos levou a todo trabalho que desenvolvemos como vidros, vitrocerâmicas transparentes, fibras ópticas, híbridos orgânicos-inorgânicos e biopolímeros, contendo nanopartículas de elementos lantanídeos.

Os projetos em andamento envolvem polímeros naturais (celulose bacteriana e fibroína de sêda), híbridos orgânicos-inorgânicos, guias de luz (fibras ópticas e filmes finos), materiais porosos e marcadores luminescentes para Medicina.

Sensores, concentradores solares luminescentes, manufatura aditiva, marcadores luminescentes, fotocatalisadores ativados por luz no infravermelho, nanotermômetros e nanoaquecedores são algumas palavras-chave para nosso trabalho.

Como surgiu seu interesse por ciência?
Me lembro de kits de ciência que se vendiam em bancas de jornais nos anos 70 que se chamavam "Os cientistas" (https://oscientistas.wordpress.com/kit-os-cientistas/newton/). Tinha todos! Aquilo me fascinava. Depois nos anos 80 é claro, a série Cosmos de Carl Sagan. Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas eram meus seriados favoritos na TV. Aquilo sem dúvida turbinou meu interesse.

Fiz o curso técnico de Quimica no Colégio do Carmo em Santos onde tive grandes professores. Por indicação do querido professor Roberto Patella (que infelizmente nos deixou na semana passada!) fui fazer Química na "Escola do Safiotti" (Instituto de Quimica- UNESP) em Araraquara.

A consciência de que Educação Científica é a base para uma sociedade moderna me fez estar onde estou hoje. A luta é diária.

Quando foi seu primeiro evento científico? Qual a importância de eventos como a RASBQ para a formação do cientista?
Quando fazia a graduação em Araraquara não eram comuns as bolsas de iniciação cientifica e conseguimos, eu e meu amigo Luiz Fernando Cappa de Oliveira (hoje na UFJF Juiz de Fora), uma bolsa para um projeto de matemática sob a orientação o Professor Luciano Barbanti (docente do IMA-USP que também nos deixou recentemente). Neste projeto participamos de uma conferência de Matemática em São José dos Campos. Foi divertido!!

Eventos como a RASBQ são muito importantes. Numa época de acesso imediato a informação, smartphones e videoconferências o contato direto entre pesquisadores e estudantes ainda é imprescindível e fundamental. E não vai deixar de ser. É ali que aparecem os interesses, nascem cooperações, amizades, e se discute. Ciência e Política. Não consigo imaginar a formação de estudantes e pesquisadores sem a participação em eventos científicos.

Fale mais sobre você
Gosto de esportes, Corinthians, cozinha, Tarantino, Harari, poesia, minha família e meus amigos.

Descobri recentemente que sou terrabolista, esquerdopata, comunista e ateu, graças a Deus. Também sou a favor das vacinas.

"O que transforma o velho no novo
bendito fruto do povo será
E a única forma que pode ser norma
é nenhuma regra ter
é nunca fazer nada que o mestre mandar
Sempre desobedecer
Nunca reverenciar"
(Como o diabo gosta, Belchior)


Meia-dúzia de artigos relevantes

1-R.M.Sábio et al., Luminescent nanohybrids based on silica and silylated Ru(II)-Yb(III) heterobinuclear complex : new toold for biological media analysis, Nanotechnology 31 (2020) 085709

2-S. Ullah et al., Broad spectrum photocatalytic sysema based on BiVO4 and NaYbF4 :Tm3+ upconversion particles for environmental remediation under UV-vis-NIR illumination, Applied Catalysis B : Environemental 243 (2019) 121

3-K. Nigoghossian et al, Upconversion 3D printed composite with multifuntional applications for tissue engineering and photodynamic therapy, J. Braz. Chem. Soc. 2019  (http://dx.doi.org/10.21577/0103-5053.20190228)

4-York E. Serge Correales et al., Precisely tailored shell thickness and Ln3+ content to produce multicolor emission from Nd3+-sensitized Gd3+-based core/shell/shell UCNPs through bi-directional energy transfer, Nanoscale Adv., 2019, 1, 1936.

5-Luis D. Carlos et al., Lanthanide-contaning light-emitting organic-inorganic hybrids : a bet on the future, Advanced Materials 2009, 21, 509

6-Karina Nigoghossian et al., Upconversion nanoparticle-decorated gold nanoshells for near-infrared induced heting and thermometry, J. Materiasl Chemistry B, 2017, 5, 7109


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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