12/9/2013
Reitores de universidades federais da Região Norte pedem programa para atrair e fixar doutores
Em reunião do Conselho Pleno da Andifes, os reitores falaram do problema ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp
Reitores das universidades federais da Região Norte pedem ao governo a elaboração de um programa para atrair e fixar doutores. Sem esses profissionais, as instituições têm dificuldade em abrir programas de pós-graduação e não conseguem captar recursos suficientes para melhorar a estrutura para pesquisa. No dia 04/09, na reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), os reitores falaram do problema ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. Elecomprometeu-se a analisar os recursos disponÃveis para tal programa.
Segundo o presidente do Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação das Instituições Federais de Educação Superior da Andifes, Emmanuel Zagury Tourinho, a região da Amazônia tem 10% da população, mas concentra menos de 5% dos doutores do paÃs. Isso significa em torno de 4 mil dos cerca de 80 mil doutores no Brasil. "A maioria das vagas abertas nas universidades e nos institutos de pesquisa são preenchidas por não doutores, ou seja, por docentes e pesquisadores que têm tÃtulo de graduado ou, no máximo, de mestre. Em algumas universidades, metade dos professores são contratados sem o tÃtulo. Em outras, 80% são não doutores", diz.
Tourinho, que é pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará,atribui a falta de doutores à falta de infraestrutura. "Somos um destino menos atrativo para pesquisadores que as universidades das outras regiões". Sem os doutores, no entanto, a região não participa, na mesma proporção que as demais, da divisão de recursos de ciência e tecnologia. Tourinho diz que 5% da verba para incentivo da pesquisa é destinada à região amazônica.
Outro problema apontado pela reitora da Universidade Federal de Roraima, Gioconda Martinez, é a dificuldade em abrir cursos de pós-graduação. A região não consegue formar os próprios doutores. Gioconda diz que, apenas com uma polÃtica especÃfica voltada para a região, será possÃvel acabar com o "cÃrculo vicioso" e fazer com que o Norte, que tem um desenvolvimento cientÃfico e tecnológico inferior ao restante do paÃs, passe a ter as mesmas condições que as demais regiões.
Os reitores da Região Norte devem se reunir ainda neste mês. Eles entregarão ao governo uma carta com uma série de medidas necessárias para atrair os profissionais. Entre elas, pagamento de bolsas e abertura de editais especÃficos de inovação tecnológicas para o Norte. O projeto já está pronto.
"Nele detalhamos as medidas necessárias e os custos. O custo para executá-lo é menor que o custo de contratar mestres e formá-los. Não se trata de colocar mais dinheiro, mas conferir uma maior racionalidade ao recurso público", explica Tourinho.
Fonte: Mariana Tokarnia/Agência Brasil
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