31/10/2013
NOTA DE FALECIMENTO
Profa. Inés Joekes
Sempre sorridente e cumprimentando todos fraternalmente. No peito, o eterno medalhão Hippie de Paz e Amor sobre a camiseta branca que, enfiada numa calça jeans, só rivalizava com o tênis, ainda mais branco. Lá vem a Inés pelos corredores do IQ, andando resoluta, transpirando simpatia, sempre munida de muita, muita informação, e prestes a manifestar uma forte opinião sobre alguma coisa relevante, do âmbito universitário, polÃtico e sobretudo, humano. Estas eram algumas das caracterÃsticas de nossa querida amiga, que nos deixou na noite de sábado, 26 de outubro de 2013. Um imenso humanismo, que sempre a manteve cercada por um numeroso grupo de alunos, que a admiravam e respeitavam, solenemente. Seu carisma frente aos alunos era notório e único. Quantas vezes passei em frente à sala de aula e a vi sentada sobre a mesa, na posição de lótus, braços ao ar, falando entusiasticamente para uma plateia absorta? Se me visse passando, soltava logo um Marce!
Que mais podemos querer de um docente, que a capacidade de magnetizar turmas inteiras com suas palavras, mostrando a importância e a beleza do conhecimento e da ciência? Pois essa era a Inés. E esse é o principal exemplo que ela nos deixa. O exemplo do entusiasmo e do acolhimento de todos que também se entusiasmavam, com a ciência, com a arte, com a vida.
Graduada em FÃsico-QuÃmica pela Universidad Nacional de Córdoba – Argentina em 1976, a Profa. Inés Joekes veio definitivamente para o Brasil para fazer o mestrado no Instituto de QuÃmica da Universidade de São Paulo, concluÃdo em 1980. Veio para o IQ da Unicamp neste mesmo ano, onde concluiu o doutorado em 1983. Sempre muito interessada na QuÃmica Aplicada, abriu linhas de pesquisa em catalizadores e biocatalizadores suportados, fÃsico-quÃmica do cabelo e do cimento e heterocoagulação. Foi Chefe do Departamento de FÃsico-QuÃmica, Coordenadora do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) por duas gestões e representante docente no Conselho universitário em várias ocasiões. Obteve o tÃtulo de Livre-Docência em 1999 e o de Professor Titular em 2001.
A estrangeira mais brasileira que conheci, amava o Brasil e os brasileiros. Entre os 35 alunos de mestrado, 17 de doutorado e 25 de IC que orientou e influenciou, muitos não estariam hoje nas posições acadêmicas e em empresas, se não a tivessem conhecido. Estava orientando 3 alunos de mestrado, 4 de doutorado e 2 de IC, que serão acolhidos da melhor forma possÃvel por nossos colegas do IQ da Unicamp, para a conclusão de seus projetos.
Ela deixa um vazio doloroso. E um exemplo de humanismo emoldurado por um largo sorriso, que permanecerá para sempre na lembrança de todos que a conheceram.
Fonte: Marcelo G. de Oliveira (IQ-UNICAMP)
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