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29/3/2012


IUPAC e SBQ realizarão a 4ª Conferência Internacional de Química Verde


Parte do grande movimento mundial que visa preservar o meio ambiente ocorre hoje sob o nome de química verde, termo criado há cerca de 20 anos, nos Estados Unidos. Na América Latina, a assimilação da abordagem "verde" ainda vem acontecendo de forma lenta por parte das indústrias, mas na universidade é possível constatar, nos últimos cinco anos, uma forte mobilização, tanto na pesquisa como no ensino. O fato está entre as razões que levaram a International Union of Pure and Applied Chemistry, IUPAC, a escolher o país como sede de sua 4ª Conferência Internacional de Química Verde, realizada em parceria com a Sociedade Brasileira de Química e marcada para o período de 25 a 29 de agosto. O encontro acontecerá em Foz do Iguaçu (PR), ponto geográfico fronteiriço, entre Brasil, Argentina e Paraguai, escolhido para destacar o caráter multinacional do evento. O objetivo é reunir participantes de vários países, sob o cenário das Cataratas do Iguaçu, reconhecidas como Sítio do Patrimônio Mundial Natural, pela UNESCO.

A agenda da Conferência é científica e política. Ao lado de trabalhos mostrando os avanços obtidos na química e na engenharia química está a preocupação de propor ações institucionais que alcancem de forma mais abrangente a sociedade. A definição de química verde compreende o "desenvolvimento de produtos e processos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias nocivas, em um contexto científico, econômico e socioambiental mais sustentável." As propostas levam em conta iniciativas em âmbito de governo, de mudanças no sistema educacional, e a conjugação de iniciativas pontuais, como a ampliação do número de projetos de pesquisa da universidade.

"Não existe uma política muito clara de como fiscalizar e como coordenar as ações" voltadas para o meio ambiente no país, avalia Arlene G. Corrêa (UFSCar), presidente do Comitê Organizador da 4ª Conferência. Ela cita como exemplo os Estados Unidos que criaram uma agência governamental para essa finalidade, a Environmental Protection Agency, EPA, (com representantes no evento). Entre várias práticas adotadas nos EUA para estimular uma postura inovadora nos processos industriais estão o reconhecimento e premiações a cientistas e empresas que desenvolvem projetos de destaque, como o The Presidential Green Chemistry Challenge Awards.

No Brasil, a função de avaliar as relações empresariais com o meio ambiente está dispersa em vários órgãos, como o IBAMA, com atuação mais voltada para as florestas, e em organismos estaduais como a CETESP, no caso de São Paulo. Mas não há uma concepção abrangente e específica para basear as ações regulatórias, observa. Assim, o evento terá uma parte destinada ao debate das políticas públicas para a área.

A ideia de fazer a 4ª Conferência no Brasil surgiu como desdobramento do projeto desenvolvido na América Latina, com apoio da IUPAC, sob coordenação de Vânia Gomes Zuin (UFSCar) secretária-geral do evento. O grupo de pesquisadores vinculados ao projeto dedica-se à disseminação da Química Verde através de cursos e publicações de livros. A proposta brasileira, escolhida entre as de outros aspirantes, como a Índia, foi aprovada, em 2010, durante a 3ª Conferência da entidade internacional, em Ottawa, no Canadá (as anteriores ocorreram em Moscou, na Rússia, em 2008, e em Dresden, Alemanha, em 2006). "As pessoas de outros países têm muito interesse em saber o que pesquisamos", constata Vânia, lembrando que essa atenção vai além dos temas da biodiversidade e se estende por metodologias e processos de trabalho.

O que era um conceito pouco tangível há 15 anos, hoje mobiliza muitas iniciativas para discutir e pôr em prática a química verde, aponta Vitor Ferreira (UFF), vice-presidente da 4ª Conferência. Em 2010 o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, CGEE, órgão ligado ao MCTI, produziu o documento Química Verde no Brasil: 2010 – 2030 (disponível no site da entidade), estudo que analisa a assimilação dessa concepção pela sociedade brasileira. Ele nota também que mesmo para uma instituição com o peso e a abrangência da IUPAC, a realização de um evento de âmbito internacional só teve início em 2007. Vitor Ferreira ressalta a necessidade de ações pontuais que deem impulso a essa mobilização. Nos próximos meses, observa, a FAPERJ deverá publicar edital, talvez o primeiro no país, com uma linha de financiamento específica para projetos, de qualquer campo da química, que tenham como alvo a química verde.

Programação. A 4ª Conferência Internacional da IUPAC está dividida em seis tópicos principais. Sínteses e Processos Benignos, em que se incluem os itens Catálise, Solventes, Reagentes, Métodos Analíticos e Estratégias Sintéticas; Química Verde para Produção de Energia, que abrange Combustíveis da Biomassa, Hidrogênio e Células a Combustível; Química de Materiais Renováveis, com os itens Biomassa, Materiais Desperdiçados, Reciclagem de CO2, e Uso Responsável da Biodiversidade; Engenharia Verde: Intensificação de Processos, Economia de Energia, Operações de Separação e Unidade e Redução do Uso de Água; Educação em Química Verde e Engenharia que trata de Educação Formal e Informal e Ultrapassando a Educação. O sexto tópico vai abordar as Políticas Corporativas, Políticas Governamentais e Organizações Não Governamentais.

A programação relaciona dez palestras plenárias de pesquisadores do Brasil, China, Estados Unidos, Holanda e Reino Unido. Entre eles dois representantes da Environmental Protection Agency, EPA, e o Prêmio Nobel de Química de 2001, Karl Barry Sharpless. O prazo para submissão de trabalhos se encerra em 30 de abril de 2012. Veja aqui a programação completa da 4ª Conferência Internacional da IUPAC de Química Verde.


Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)






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