28/6/2012
Cientistas propõem olimpÃada do conhecimento paralela à OlimpÃada de 2016
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
BrasÃlia – A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciência (ABC) propuseram ao governo federal promover paralelamente aos Jogos OlÃmpicos de 2016, no Rio de Janeiro, uma olimpÃada internacional do conhecimento com competições em diversas disciplinas (astronomia, matemática, fÃsica, quÃmica, biologia, por exemplo) e em diferentes nÃveis de ensino.
“O que nós propusemos foi o Brasil aproveitar os Jogos para fazer também uma olimpÃada do conhecimento envolvendo diferentes áreas do saber. A ideia é envolver as escolas em um processo de difusão do conhecimento”, explicou a presidenta da SBPC, Helena Nader.
Ela quer que, desde o ensino fundamental, os estudantes se inspirem nos cientistas, bem como nos esportistas. “Como é que faz para que o jovem deseje não só queira ser igual ao Neymar, mas também queira subir ao pódio porque fez uma prova sensacional de matemática, português ou ciências?”, perguntou Helena". Para ela, a olimpÃada do conhecimento pode ser um grande estÃmulo para a aprendizagem e até para a carreira cientÃfica.
A proposta dos cientistas foi bem recebida pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, que reúnem em BrasÃlia os organizadores das diversas olimpÃadas que se realizam periodicamente no Brasil, tais como as de Matemática, da LÃngua Portuguesa e de Astronomia e AstrofÃsica.
“Esta será a melhor herança [da Rio 2016]: criar espÃrito olÃmpico na sala de aula em busca do conhecimento”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Segundo ele, é preciso primeiro unificar o calendário das olimpÃadas nacionais até 2015 e, “em 2016, tentar construir a primeira olimpÃada do conhecimento e da juventude internacional para entrar no calendário olÃmpico”.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, também gostou da proposta. “As olimpÃadas estão se transformando em plataforma educacional. Elas são estruturadas de tal maneira que vão muito além do concurso que promovem”, disse Raupp, ao lembrar que as olimpÃadas integram a educação básica e o ensino superior. Os estudantes premiados são incentivados a continuar estudando (eles recebem bolsa de iniciação cientÃfica, ganham pontos para participar do Programa Ciência sem Fronteira e podem garantir bolsa de mestrado).
O secretário de Educação Básica do MEC, Antonio Cesar Russi Callegari, garantiu que as olimpÃadas de cada disciplina não perderão a identidade. O propósito é criar “uma grande mostra premiativa” que dê destaque e projeção aos estudantes e professores. Ele lembrou que o Brasil já participa, com destaque, de olimpÃadas internacionais de educação profissional, com alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Além de uma olimpÃada do conhecimento paralela à Rio 2016, a SBPC e a ABC propuseram uma olimpÃada de inovação e empreendedorismo e que sejam instalados museus de ciência nos estádios de futebol em construção ou reforma para a Copa do Mundo de 2014. “Podemos ensinar fÃsica com o movimento dos atletas; ou ensinar quÃmica e biologia com a contração dos músculos”, sugeriu a cientista.
As olimpÃadas do conhecimento são consideradas grande sucesso pelo governo e pela comunidade cientÃfica. Este ano as OlimpÃadas Brasileiras de Matemática contam com a participação de 19 milhões de estudantes de escola pública.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
|