O Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e o Centro Nacional de Pesquisa em Engenharia de Nanotecnologia (NERCN), da China, oficializaram nesta quarta-feira (5) um programa de cooperação que prevê a pesquisa e o desenvolvimento de produtos com base na nanotecnologia e a divisão dos benefÃcios das patentes geradas entre os dois paÃses.
A proposta inicial é que os institutos desenvolvam projetos de pesquisa de longo prazo, ligados a meio ambiente, conservação de energia e redução de emissões, novos materiais como a biomassa para aplicação em energia, materiais funcionais como sensores para a saúde, além da aplicação de nanotecnologia na agricultura e na meteorologia. A transferência de conhecimento cientÃfico e tecnológico, a formação de recursos humanos em ambos os paÃses e a promoção de intercâmbio são outros objetivos do programa.
O mercado que envolve nanotecnologia gera no mundo cerca de U$ 300 bilhões anuais, segundo a Fundação Nacional de Ciência (NSF, pela sigla em inglês), agência do governo dos Estados Unidos. A expectativa é que o montante chegue a US$ 1 trilhão em 2015 e ao triplo desse valor em 2020.
Estratégia global
O documento será assinado durante viagem à China da delegação comandada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), no perÃodo desta quarta-feira (5) a sábado (8). O grupo é integrado por representantes do Comitê Técnico-CientÃfico do Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano), designado por meio da Portaria 612/12.
O acordo integra o memorando de entendimento assinado entre o MCTI e o Ministério de Ciência e Tecnologia (Most) da China, durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. Na oportunidade, a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, elevaram o nÃvel da parceria entre as duas nações para “estratégica global” e estabeleceram o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, que funcionará de forma virtual e faz parte do Plano Decenal Brasil-China de Cooperação 2012-2021.
Inovação
“Nós temos que pensar no produto, pois isso é fundamental”, destaca o chefe da missão à China, Adalberto Fazzio, assessor especial do ministro Marco Antonio Raupp. “Queremos desenvolver materiais que tenham funções eficientes. Com esse objetivo maior de produzir a riqueza você chega ao que é necessário, como gerar conhecimento, ter uma boa pesquisa, interagir com os empresários e estruturar laboratórios que possam dar uma dimensão de escala para os produtos.” Segundo Fazzio, a iniciativa do governo brasileiro pretende estimular o aumento do número de empresas que buscam a inovação nos setores têxtil, automotivo, farmacêutico e de plásticos, entre outros.
Ao destacar a importância da cooperação com a China, o chefe da missão comenta que as empresas brasileiras necessitam dessa tecnologia para permanecer na vanguarda do desenvolvimento. “A China está com uma polÃtica bastante agressiva na área de nanotecnologia e sabe que é uma plataforma tecnológica fundamental para a inovação. As empresas chinesas estão aplicando esses novos recursos em todos os setores e nós temos que acompanhar esse processo”, diz.
Adalberto Fazzio ressalta, ainda, que o paÃs asiático está formando uma grande quantidade de mão de obra especializada em áreas como engenharia, fÃsica e quÃmica, voltada à nanotecnologia, com a intenção de agregar valor à produção, e que o Brasil também deve se preocupar com a educação para ter destaque no setor.
Texto: Ricardo Abel – Ascom do MCTI
Fonte: Portal do MCTI