28/2/2013
36ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA
Química sem Fronteiras
Química ambiental busca abordagem holística
na análise de sítios contaminados
Para alguns pesquisadores dedicados à química ambiental, hoje é necessário adotar uma visão mais ampla nas análises de toxicidade dos ambientes sob estudo, para se chegar a informações precisas quanto ao grau de comprometimento desses locais. Às técnicas tradicionais, empregadas nos últimos anos, deve se somar um conjunto de outros indicadores de caráter biológico, por exemplo, como a avaliação de micro-organismos e da cadeia alimentar do ecossistema. Essa linha de trabalho inovadora foi escolhida pela Divisão de Química Ambiental da SBQ para a conferência e minicurso que apresentará durante a 36ª Reunião Anual, em maio próximo.
Em geral, a constatação da presença de contaminantes em águas, sedimentos de lagos, de rios, ou na atmosfera, é expressa através de um valor numérico obtido na análise de laboratório, a partir de uma amostra. "Muitas vezes é difícil dizer se esse resultado é de fato preocupante, e em que medida, para a vida aquática ou para os seres humanos", observa o diretor da Divisão de Química Ambiental, Pedro Sérgio Fadini ( UFSCar). Uma nova abordagem, mais ampla, olha para esses parâmetros químicos associados à sua importância dentro de um contexto biológico, explica. Neste caso, o papel do pesquisador é desvendar que tipos de testes de toxicidade podem ser feitos com esses materiais contaminantes, que confiram alta capacidade de informação aos indicadores.
A conferência da DQA ficará a cargo do pesquisador Antonio Aparecido Mozeto do
Laboratório de Biogeoquímica Ambiental (LBGqA) da UFSCar. Ele falará sobre "Abordagens holísticas na avaliação de agentes estressores e no manejo de ecossistemas degradados". No campo de atenção dessa pesquisa estão os ecossistemas aquáticos degradados pela poluição, lançamento de esgoto, mineração, pela indústria petroquímica e outras atividades humanas que impactam o meio ambiente.
Em linha com a conferência, a DQA vai oferecer o minicurso Ecotoxicologia e Avaliação Ambiental, ministrado pelas pesquisadoras Gisela de Aragão Umbuzeiro e Francine Inforcato Vacchi, ambas da UNICAMP. Fadini nota ter crescido muito nos últimos anos o interesse por testes toxicológicos. Eles utilizam organismos que respondem de forma específica à presença de um agente estressor, e tornam possível medir esse impacto. O organismo pode ser um microcrustáceo, por exemplo, que perde mobilidade quando na presença de um agente tóxico. "Existe hoje uma série de organismos com esse papel que oferecem respostas a diferentes tipos de toxicidade", observa, mostrando o escopo do minicurso. Esse conhecimento, ressalta, abre um diversificado campo de pesquisa que será apresentado na Reunião Anual.
Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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