21/3/2013
36ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA
Química sem Fronteiras
A Química que ajuda as investigações policiais
Em uma sociedade com altos índices de criminalidade, o uso de instrumentos científicos para alcançar melhores resultados nas investigações deveria ser estimulado. No entanto, o emprego de tecnologias mais sofisticadas para obter resultados eficientes e rápidos no trabalho policial ainda está restrito a poucas instituições. Não apenas em razão dos custos dos equipamentos, mas, também, pela falta de técnicos qualificados. O domínio dessas tecnologias, entre elas a espectroscopia Raman, existe no país, concentrado sobretudo nos laboratórios das universidades e centros de pesquisa, e pode ser repassado para outras instituições. Esse é um dos pontos da sessão temática "Química Forense" que acontecerá na 36ª Reunião Anual da SBQ.
"É preciso divulgar a técnica, treinar pessoas e é necessário que as polícias científicas desenvolvam parcerias com as universidades", nota a pesquisadora Dalva Lúcia Araújo de Faria, do Laboratório de Espectroscopia Molecular do IQ da USP, uma das palestrantes do evento. O Laboratório tem hoje experiência consistente em atender solicitações de órgãos policiais quando os recursos tradicionais não dão conta da investigação. Dois tipos de solicitações frequentes são a verificação da autenticidade de documentos e a análise do vestígio de tintas – por exemplo, a partir da amostra de tinta encontrada no corpo de uma vítima de atropelamento. Além da precisão dos resultados, a tecnologia pode oferecer rapidez. A espectroscopia Raman, um desses recursos, permite obter em poucos segundos, de forma não destrutiva para a amostra, as informações químicas que outros métodos levariam horas para analisar.
Mas se as universidades podem resolver questões pontuais, sua tarefa principal é a de difusora de conhecimento. Uma das pontes que vem sendo estabelecida nesse sentido é o curso de graduação de Química Forense criado pela USP de Ribeirão Preto. Para falar sobre essa formação a sessão temática terá como convidado Bruno Spinosa de Martinis que tratará do perfil desse profissional e das demandas atuais da atividade.
Cromatografia e espectrometria de massas são, cada vez mais, aliados importantes do trabalho policial. Elas auxiliam a identificação de áreas onde se registra a presença de drogas ilícitas cujos resíduos estão presentes nas redes de esgoto e apontam regiões de consumo. A forma como essas técnicas vêm sendo utilizadas será abordada por Adriano Otávio Maldaner, especialista da Polícia Federal do Distrito Federal.
Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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