4/4/2013
Mulheres cientistas nas Américas
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Rede Interamericana de Academias de Ciências publica livro com depoimentos de 16 pesquisadoras. Publicação está disponÃvel na internet |
Agência FAPESP – As mulheres desempenham papel cada vez mais importante no mundo das ciências, reduto historicamente masculino. A inclusão feminina confere mais brilho à pesquisa e agrega talento, sensibilidade e inteligência à mais excitante das aventuras humanas, o conhecimento.
Para a grande maioria das mulheres, no entanto, a opção pela ciência como carreira é uma escolha difÃcil – já que o feminino engendra uma multiplicidade de papéis – e precisa ser incentivada.
Foi com essa intenção que a Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas, na sigla em inglês) publicou o livro Mulheres Cientistas nas Américas, com depoimentos de 16 pesquisadoras da região a jornalistas especializados na área de ciência. Nas entrevistas elas falam sobre sonhos, carreiras, famÃlia e obstáculos que tiveram que superar em sua trajetória cientÃfica. O Brasil está representado pela geneticista Mayana Zatz.
"Queremos motivar professores a estimular seus alunos, especialmente as meninas, para as carreiras cientÃficas, mostrando que com perseverança e dedicação elas podem alcançar seus objetivos. Dedicamos esse trabalho também à s famÃlias, para que eles possam contar a seus filhos histórias reais de pessoas comprometidas em servir à humanidade", explicam os editores, integrantes do Grupo Ianas Women for Science. A expectativa, eles afirmam, é aumentar a consciência entre leitores da importância do debate de questões de gênero e do papel da mulher nas ciências.
A maioria das entrevistadas é formada por cientistas renomadas, com longa carreira dedicada à pesquisa. Todas revelaram ter descoberto seu interesse pela ciência na infância. A botânica e bióloga boliviana Mônica Moraes R., diretora do Instituto de Ecologia da Universidad Mayor de San Andrés, em La Paz, conta que o fascÃnio por paisagens tropicais nasceu numa viagem que fez com o pai a Riberalta, no nordeste de seu paÃs.
Algumas acreditam que as mulheres têm qualidades especiais que as distinguem dos homens: sensibilidade, paciência, persistência, intuição, entre outras.
Grace Sirju Charran, especialista em bioquÃmica de plantas na University of the West Indies, em Trinidad e Tobago, acredita que a participação das mulheres pode transformar a ciência de um empreendimento individualista para um empreendimento mais cooperativo e humano. Na avaliação de Mayana, as mulheres são mais intuitivas que os homens, qualidade que, associadas à s do sexo masculino, permite analisar de forma construtiva diferentes ângulos de problemas especÃficos.
Todas as entrevistadas, sem exceção, mencionaram ter tido a carreira inspirada por cientistas reconhecidos, a maioria homens. Nesse quesito, em segundo lugar estão os membros da famÃlia. Marla Sokolwoski, pesquisadora na área de genética e neurologia da Universidade de Toronto, no Canadá, conta que seus pais, mesmo sem educação formal, estimularam os filhos a frequentar a universidade.
Na universidade, a maioria garante não ter sido discriminada. Maria Tereza Ruiz, laureada astrônoma chilena, era a única mulher a estudar astronomia na Universidade de Princeton. Como mulher e estrangeira, sentia-se "não incluÃda", o que a obrigava a um esforço redobrado para integrar-se ao grupo.
Entre as 16 mulheres entrevistadas, todas, com uma exceção, são casadas – a maioria com cientistas – e têm filhos. A virologista cubana MarÃa Guadalupe Guzmán, do Instituto de Medicina Tropical e especialista em dengue, é casada com um pesquisador que atua na mesma área e teve a ajuda da mãe para cuidar do filho.
Às jovens estudantes, elas aconselham: persigam seus sonhos e ambições e trabalhem duro para se tornar as cientistas da próxima geração, sem, no entanto, abandonar experiências como a maternidade. As barreiras podem ser superadas com paciência e perseverança.
O livro Mulheres Cientistas nas Américas está disponÃvel em: www.ianas.org/books/WOMEN_SCIENTISTS_IN_THE_AMERICAS.PDF (alta resolução) e em www.ianas.org/books/WOMEN_SCIENTISTS_IN_THE_AMERICAS_low_res.pdf (baixa resolução).
Fonte: Agência FAPESP
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