4/4/2013
 36ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA
Química sem Fronteiras
A filosofia discute a identidade da ciência e dos cientistas
O século XX foi marcado pela valorização dos grandes avanços da ciência e, ao mesmo tempo, para algumas correntes de pensamento, por uma forte desilusão frente a incapacidade dos homens de resolver questões básicas nas relações com seus semelhantes e com a natureza. Uma dessas correntes, liderada em parte por filósofos e cientistas sociais franceses, construiu vertentes de pensamento radical que questionaram os fundamentos do que se convencionou chamar de modernidade. Esse questionamento passou a repensar de forma crítica as instituições sociais, a política e, também, a ciência. É sob a ótica dessas vertentes que foi organizado o minicurso "Educação em química no cenário cultural pós-moderno".
"Esses pensadores colocaram em dúvida os pilares (das instituições e práticas) em que nos baseamos", registra Moisés Alves de Oliveira (UEL), responsável pelo minicurso. Os pilares de uma sociedade fundamentada na racionalidade científica que não conseguiu ser mais justa e mais igualitária. Nesse quadro, a linguagem, e dentro dela a linguagem científica, incorpora as relações de poder que perpetuam as estruturas da modernidade.
A ciência, e os cientistas, como parte desse todo, teriam a ganhar ao repensarem suas identidades e a rigidez de suas situações na sociedade. "Uma boa identidade seria aquela que está sempre em dúvida sobre ela mesma", observa Alves, cujo trabalho de pesquisa tem marcante influência do sociólogo francês Bruno Latour, um dos pós-estruturalistas que estudam os temas relacionados às ciências, técnicas e sociedades.
O minicurso está dividido em seis tópicos que partem de um plano geral para chegar ao lugar ocupado pelos químicos: Pós-modernidade versus modernidade; O que são Estudos Culturais da Ciência?; Cultura de minoria e cultura científica; "A química e os mapas contemporâneos de produção, mídia e consumo; A química como metanarrativa científica, e O multiculturalismo e a disciplina química.
Fonte: Carlos Martins (Assessoria de Imprensa da SBQ)
|
