4/7/2013
Eletroquímica terá Escola São Paulo de Ciência Avançada
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Serão selecionados 40 estudantes de pós-graduação brasileiros e 40 estrangeiros para participar do evento no Instituto de Química da USP (reprodução)
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Estão abertas até 28 de julho as inscrições para a São Paulo School of Advanced Sciences on Eletrochemistry, Energy Conversion, and Storage (SPASECS) – Escola São Paulo de Ciência Avançada em Eletroquímica, Conversão e Armazenamento de Energia –, que será realizada entre os dias 7 e 14 de dezembro no Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) na capital paulista.
Serão selecionados 40 estudantes de pós-graduação brasileiros e 40 estrangeiros, cujas despesas de transporte, acomodação e alimentação serão custeadas pela FAPESP. Estudantes com Bolsa da FAPESP não receberão suporte financeiro para participar da Escola, mas podem se inscrever.
O evento será realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP que financia cursos de curta duração em pesquisa avançada nas diferentes áreas do conhecimento – e é organizado pelo IQ da USP, sob a coordenação do professor Roberto Manuel Torresi.
De acordo com Torresi, o principal objetivo da SPASECS é fornecer bases teóricas e experimentais para aumentar o conhecimento dos estudantes participantes sobre a eletroquímica e as diferentes técnicas disponíveis na área.
"Toda reação química que produz transferência de elétrons que fluem por um circuito externo e produzem energia elétrica que pode ser aproveitada para o funcionamento de um aparelho – como para carregar a bateria de um telefone celular ou de um notebook – é alvo de estudo da eletroquímica", explicou Torresi.
A fim de ampliar a compreensão dos estudantes selecionados sobre o assunto, durante o evento eles terão aulas teóricas e participarão de atividades práticas em laboratório envolvendo as principais técnicas utilizadas no estudo das reações eletroquímicas. Além disso, farão experimentos relacionados a temas aplicados, considerados importantes atualmente na área, tais como baterias recarregáveis, células a combustível e capacitores eletroquímicos, entre outros.
As aulas teóricas e as atividades práticas serão ministradas conjuntamente por professores e monitores da USP e da Universidade de Southampton, do Reino Unido, com a qual a FAPESP mantém acordo de cooperação.
"A Escola de Química da Universidade de Southampton promove, há quase 35 anos, uma das mais famosas escolas de eletroquímica do mundo. Eles enviarão alguns professores para dar aulas, realizar experimentos e ministrar conferências na SPASECS", contou Torresi.
Além de professores da Universidade de Southampton e de outras universidades do Reino Unido, pesquisadores dos Estados Unidos, Espanha, Brasil e França também proferirão conferências durante o evento, nas quais serão abordadas, especificamente, conversão e armazenamento de energia .
Entre os pesquisadores está o professor da Universidade de Picardie Jules Verne, na França, Jean-Marie Tarascon. "Ele é considerado um dos cinco pesquisadores mais importantes em atividade hoje no mundo na área de baterias de íon-lítio", contou Torresi.
Outros conferencistas da Escola serão Bryan McCloskey, pesquisador da IBM na área de baterias lítio-ar; Pedro Gómez-Romero, do Centro de Pesquisa em Nanociência e Nanotecnologia (CIN2), da Espanha; Peter Hall, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido; Phil Bartlett, da Universidade de Southampton; e Edson Ticianelli, do Instituto de Química da USP de São Carlos, onde está sediado um dos mais importantes grupos de pesquisa na área de eletroquímica no Estado de São Paulo.
"Os grupos de pesquisa mais numerosos em eletroquímica em São Paulo estão localizados em São Carlos, tanto na USP como na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mas também há vários outros grupos distribuídos pelo estado, que são responsáveis por boa parte da eletroquímica desenvolvida no Brasil e que têm dado contribuições principalmente na área de eletroanalítica e de conversão e armazenamento de energia", ressaltou Torresi.
Área consolidada
Segundo Torresi, a eletroquímica já é uma área de pesquisa consolidada em São Paulo, onde há grupos especializados em diferentes aspectos relacionados à área, como sensores e biossensores eletroquímicos para detecção de diferentes compostos tóxicos ou de interesse clínico, células a combustível, baterias recarregáveis, capacitores eletroquímicos, células solares e corrosão.
A ideia da Escola é contribuir para aumentar a formação de recursos humanos na área na qual atualmente a maioria dos equipamentos utilizados em laboratórios é automatizada e a aquisição de dados é feita através de um computador.
Se, por um lado, esses sistemas facilitam o trabalho experimental e aumentam a velocidade de aquisição de dados, por outro não contribuem para facilitar o entendimento sobre os benefícios e as dificuldades de cada técnica electroquímica, ressalvam os pesquisadores. Além disso, muitas vezes o pesquisador tem dificuldade em escolher a técnica mais adequada para enfrentar uma situação particular.
Em função disso, a SPASECS pretende contribuir para disseminar e aprofundar o conhecimento dos estudantes participantes sobre técnicas e aspectos teóricos e experimentais de eletroquímica de modo a maximizar o uso de programas de computador que acompanham os equipamentos.
"Já recebemos mais de cem inscrições de candidatos de países de praticamente todos os continentes", afirmou Torresi. O número de participantes foi limitado a 80 para garantir o acesso aos equipamentos para desenvolver os experimentos em pequenos grupos.
Mais informações e inscrições: www.usp.br/escoladeeletroquimica.
Fonte: Agência FAPESP
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