A avaliação foi feita por pesquisadores participantes do workshop "Desafios da Pesquisa em Controle Biológico na Agricultura no Estado de São Paulo", realizado na segunda-feira (29/02), no auditório da FAPESP.
Representantes de universidades, instituições de pesquisa e de empresas que realizam pesquisa e desenvolvimento de agentes naturais para combate a pragas agrÃcolas apresentaram e discutiram os principais avanços obtidos em São Paulo e em outras regiões do paÃs na exploração, criação e liberação em lavouras de inimigos naturais de organismos que atacam florestas, plantas e diversas culturas.
Em 2012, por exemplo, foram gastos R$ 9,7 bilhões com agroquÃmicos no Brasil. Já em 2014, o gasto saltou para R$ 12 bilhões, dos quais R$ 4,6 bilhões foram voltados para a compra de inseticidas.
"Os agroquÃmicos podem ser usados desde que sejam aplicados produtos seletivos – que matam a praga mas não os inimigos naturais – e que seja feita uma rotação dos princÃpios ativos de tal forma que não se crie resistência dos organismos que se pretende controlar", avaliou.
A utilização de controle biológico na agricultura no paÃs e no exterior tem aumentado entre 15% e 20% ao ano e atualmente esse setor já movimenta US$ 17 bilhões.
Difundir o uso
No Brasil, de acordo com Parra, o controle biológico está sendo mais usado principalmente para combater pragas que atacam a cultura da cana-de-açúcar.
"Se todo mundo resolver usar controle biológico não há disponibilidade para atender. É preciso aumentar o número de empresas produtoras", afirmou.
"Não demonizamos os agroquÃmicos por entendermos como necessários para a produtividade. Mas o uso deles pode ser diminuÃdo, melhor disciplinado e preenchido em parte por soluções como o controle biológico", avaliou o secretário.
O presidente da FAPESP, por sua vez, fez uma analogia da necessidade de apoiar a pesquisa em controle biológico no Brasil para enfrentar desafios futuros no campo com a recente emergência do combate ao vÃrus Zika no paÃs.