07/07/2016
Número de programas de mestrado e doutorado triplicou no PaÃs, aponta estudo do CGEE
Publicação inédita traz novo retrato sobre a base técnico-cientÃfica brasileira, destacando a análise do emprego desse grupo em seis anos consecutivos. Os dados integram um estudo inédito do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) que será lançado hoje, em Porto Seguro (BA), durante a 68ª Reunião Anual da SBPC
O número de programas de mestrado e doutorado no Brasil apresentou, de 1996 a 2014, um crescimento de 205% e 210%, respectivamente. A expansão de tÃtulos concedidos dentro dessas categorias foi ainda superior, de 379% e 486%. Os dados integram um estudo inédito do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) que será lançado no dia 5, em Porto Seguro (BA), durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A publicação "Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-cientÃfica brasileira" revela que, apesar do crescimento do número de tÃtulos de doutorado concedidos no Brasil, o seu valor ainda é baixo quando comparado a outros paÃses. Em 2013, por exemplo, a média brasileira foi de 7,6 doutores formados para cada grupo de 100 mil habitantes. Entre as nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas México (4,2) e Chile (3,4) apresentaram desempenho inferior ao Brasil.
"O crescimento dessa mão de obra qualificada tem sido contÃnuo e consistente ao longo de quase duas décadas, o que reflete uma polÃtica de Estado bem sucedida. No entanto, ainda temos um caminho longo para trilhar. O estudo demonstra que há uma grande distância em relação aos paÃses desenvolvidos, o que nos incentiva a manter e expandir os investimentos", avalia a coordenadora do estudo, Sofia Daher.
A publicação também aponta que houve uma desconcentração geográfica da pós-graduação. Em 1996, a maior parte dos mestres e doutores se formou na região Sudeste. Apenas São Paulo e Rio de Janeiro foram responsáveis por 58,8% dos tÃtulos de mestrado e 83,4% dos de doutorado daquele ano, respectivamente. Em 2014, esses Estados responderam, em conjunto, por 36,6% dos mestres e 49,5% dos doutores formados no PaÃs.
"Isso decorre da criação de novas universidades e campi que alcançam áreas que antes eram menos atendidas pelo sistema de pós-graduação", afirma Daher. O número de tÃtulos de mestrado concedidos na região Norte, por exemplo, passou de 135, em 1996, para 1884, em 2014, registrando um aumento de mais de 1200%. No doutorado, os tÃtulos foram de 21 para 301.
A publicação traz pela primeira vez a dinâmica do emprego formal de mestres e doutores analisada em seis anos sucessivos. "Os dados apontam que, mesmo com o crescimento expressivo dos egressos da pós-graduação, eles foram absorvidos pelo mercado de trabalho formal. Vale destacar que parte dos mestres logo se engaja no doutorado, antes de partir para o emprego", afirma a coordenadora do estudo, Sofia Daher.
O estudo demonstra que a taxa de emprego formal dos mestres e doutores manteve-se estável de 2009 a 2014, em cerca de 66% e 75%, respectivamente. Já o grau de formalidade do emprego da população em geral é em torno de 53%, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A iniciativa revela, ainda, que houve um aumento da inserção de mestres e doutores em entidades empresariais de segmentos de alta tecnologia, passando de 18%, em 2010, para 24%, em 2014. "Isso reflete uma maturidade dessas empresas no reconhecimento da importância de ter em seus quadros mão de obra altamente qualificada capaz de contribuir para atividades inovativas em setores como fabricação de produtos farmoquÃmicos e farmacêuticos; de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; e aeronáutica", ressalta.
A publicação integra um esforço do CGEE para avaliar a formação de recursos humanos em ciência, tecnologia e inovação no PaÃs e subsidiar a formulação de polÃticas públicas na área. Trata-se de uma atividade contÃnua do Centro, já em sua quarta edição ("Doutores 2010", "Mestres 2012" e "Doutores brasileiros titulados no exterior").
A iniciativa tem como objetivo gerar informações sobre a formação e o emprego de mestres e doutores no Brasil. O estudo apresenta um amplo conjunto de estatÃsticas relacionados à formação desses recursos humanos especializados a partir do cruzamento das bases de dados da RAIS/MTE, Coleta Capes e Plataforma Sucupira/Capes.
O estudo será lançado durante uma sessão especial da 68ª Reunião Anual da SBPC. Os dados serão apresentados pelo diretor do CGEE, Antonio Carlos Filgueira Galvão, em um painel coordenado pela presidente da SBPC, Helena Nader. Os resultados serão repercutidos pelo presidente do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), Sergio Gargione; pelo representante da Diretoria de Programas e Bolsas no PaÃs da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NÃvel Superior (Capes), professor Adalberto Grassi; e pelo presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich.
Serviço
Lançamento da publicação "Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-cientÃfica brasileira"
Data: 05 de julho
De: 13h às 15h
Local: 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – Universidade Federal do Sul da Bahia – Auditório Coroa Vermelha
CGEE
Leia também:
Valor Econômico – Doutores brasileiros ficam mais jovens e se espalham pelo PaÃs
Fonte: Jornal da Ciências
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