22/09/2016
OlimpÃadas de ciências ajudam estudantes a descobrir potencial para as carreiras tecnológicas
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| OlimpÃada Nacional de Ciências ajuda a despertar o interesse pelo estudo das ciências e a identificar estudantes talentosos e incentivar seu ingresso nas áreas cientÃficas e tecnológicas.
Crédito: Ministério da Educação
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A segunda fase da OlimpÃada Nacional de Ciências (ONC), que será realizada no próximo sábado (24), deve contar com a participação de 4 mil alunos do 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio de todo paÃs. Eles foram classificados na primeira etapa da competição, que teve 48.889 estudantes. Para um dos coordenadores da ONC, Sérgio Maia Melo, olimpÃadas cientÃficas ajudam estudantes a descobrir seu potencial.
"O que acontece é que nem todo aluno consegue perceber sua vocação somente ao frequentar as aulas", diz o professor. "Talvez ele tenha vocação para quÃmica, fÃsica ou história, mas não sabe. Então, por curiosidade, participa de uma disputa e pode se surpreender com uma medalha ou uma nota. A partir daÃ, toma consciência de que pode ir mais à frente e passa a se interessar por aquela disciplina. Isso é crucial porque ele se prepara também para o vestibular, a universidade e a vida profissional."
Além de despertar e estimular o interesse pelo estudo das ciências, a ONC espera aproximar as instituições de ensino superior, os institutos de pesquisa e as sociedades cientÃficas das escolas; identificar estudantes talentosos e incentivar seu ingresso nas áreas cientÃficas e tecnológicas; e proporcionar desafios aos estudantes, em busca do aprimoramento de suas formações.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é parceiro da Associação Brasileira de QuÃmica (ABQ) e da Sociedade Brasileira de FÃsica (SBF) na organização da primeira edição da ONC, que recebeu 80.950 inscrições – número que superou as expectativas dos organizadores.
"Abrimos o prazo em junho e o que vimos foi uma enxurrada de estudantes interessados em participar, quando esperávamos, no máximo, 30 mil", relata Maia Melo, responsável pelos projetos de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo Programa Nacional OlimpÃadas de QuÃmica. Representante da ABQ, ele coordena a competição ao lado de José David Vianna, pesquisador associado da Universidade de BrasÃlia (UnB) e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Do total de alunos inscritos, 48.889 fizeram a prova na primeira fase, em 18 de agosto, e 4.482 se classificaram para a segunda fase, cuja lista de participantes está disponÃvel no site da ONC, assim como os endereços dos polos de aplicação nos estados e no Distrito Federal. A premiação nacional está prevista para 9 de dezembro, ainda sem local definido.
Capilaridade
Estudantes de todas as regiões do paÃs participaram da primeira etapa da disputa, dominada por Ceará, com 12.515 alunos, Minas Gerais, com 6.362, e São Paulo, com 5.210. "Nós tivemos representantes de municÃpios espalhados pelo Brasil inteiro, cidades pequenas e distantes", destaca. "Aqui no Nordeste, aplicamos provas em escolas de vilarejos no alto da serra. Consideramos sensacional ter alcançado essa presença marcante no interior."
ABQ e SBF integram, a convite do MCTIC, a comissão executiva da ONC, que, em sua edição inaugural, também tem como instituição realizadora a Universidade Federal do Piauà (UFPI). A primeira fase ocorreu como um "teste de qualificação" aplicado nos estabelecimentos de ensino em que professores se credenciaram, com uma prova teórica composta por perguntas objetivas em fÃsica e quÃmica, de acordo com cada nÃvel de escolaridade.
A prova da segunda fase também envolve questões de fÃsica e quÃmica, mas será dividida em duas partes: uma com perguntas de seleção única e outra com questões analÃtico-expositivas.
Maia Melo explica que a primeira edição da OlimpÃada Nacional de Ciências se restringe a essas duas disciplinas por se tratar de um projeto-piloto. "Precisamos fazer essa primeira experiência e, a depender do sucesso, o governo federal avalia se a iniciativa segue em frente", afirma. "A ideia é que se somem outras ciências, como biologia e astronomia."
Capacidade
Segundo o coordenador, a OlimpÃada Brasileira de QuÃmica (OBQ) ajudou a transformar o ensino da disciplina no Ceará em duas décadas. "Posso falar com segurança porque acompanhei essa evolução não só no ensino médio como também no superior, na UFC e em outras universidades."
"Há 20 e poucos anos, a nossa graduação tinha dificuldade de atrair jovens. O curso abria 40 vagas e muitas vezes as inscrições não preenchiam essa quantidade. Quer dizer, bastava o candidato tirar nota diferente de zero que ingressava. O que a gente tinha era um estudante universitário de qualidade duvidosa. Tanto que muitos desistiam ou eram jubilados. E no dia da colação de grau sobravam dois ou três, no máximo", lembra Maia Melo. "Hoje, nossos alunos conseguem medalhas na maioria das olimpÃadas e, ao fazer vestibular, disputam os primeiros lugares na UFC, quando não são aprovados pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) ou pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts)."
Fonte: MCTIC
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