09/03/2017
CAUSOS DA SBQ
Angelo da Cunha Pinto nas viagens para São Paulo
Durante o nosso mandato como dirigentes da SBQ, eu como presidente e ele como vice, viajávamos de ônibus, em consonância principalmente com a situação financeira da sociedade, para as diversas reuniões da Diretoria e do Conselho em São Paulo - capital e nos encontrávamos na Rodoviária Novo Rio. Eu comprava a minha passagem mostrando a carteira de identidade e imediatamente me afastava do guichê para não presenciar o diálogo do inesquecÃvel amigo/irmão Angelo da Cunha Pinto sem carteira de identidade e se identificando através da apresentação do talão de cheques da conta do Banco do Brasil. Todas as resistências foram superadas e até a data do seu traiçoeiro falecimento permaneci sem saber se já tinha carteira de identidade. Após escrever este texto, consultei e obtive resposta escrita da sua dignÃssima esposa, Maria Vargas.*
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Aliás, naquela época, não gozávamos de facilidades financeiras e recorremos, em certa ocasião, nas proximidades de mais uma realização de RASBQ, aos dedicados e competentes Professores Etelvino e Hans, também membros da direção da sociedade, para conseguir empréstimo na FAPESP como adiantamento da quantia correspondente ao valor do auxÃlio já concedido pelo CNPq e ainda não liberado. Com certeza, o sucesso daquela tarefa não envolveu qualquer propina.
*Nota da Profa. Maria Vargas: "Angelo me contou essa história de usar talão de cheques como documento! Se me lembro bem foi a fada madrinha Dirce quem o ajudou a obter a carteira de identidade de estrangeiro, provavelmente quando assumiu a presidência da SBQ. Quando o conheci (era conselheiro da SBQ), já era um cidadão com identificação... Mas documento sempre foi um problema para ele. Na época, não tinha o cartão de CPF e sempre mostrava o talão de cheques à guisa de documento. Aquilo me dava a maior aflição... até que o intimei a ir aos correios e pedir segunda via do CPF..."
Fonte: Raimundo Braz-Filho
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