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16/03/2017



"Ciência e a tecnologia estão sendo jogadas na vala comum", afirma presidente da Finep


De acordo com Marcos Cintra, qualquer país que paralisa seus investimentos em ciência e tecnologia dificilmente conseguirá recuperar seu espaço perdido nessas áreas

Os agentes do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) enfrentam atualmente tanto os desafios de conscientizar a sociedade e os tomadores de decisão sobre a importância do financiamento dessas atividades, como também de aumentar seus impactos social, econômico e intelectual. A avaliação é do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, feita na cerimônia de abertura da primeira edição deste ano do Fórum do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).

O encontro, que terminou na última sexta-feira (10), reuniu em São Paulo (SP) representantes das fundações de amparo à pesquisa (FAPs) de 25 estados e do Distrito Federal, com o objetivo de debater o financiamento à pesquisa no País e o aumento da cooperação internacional. Para Cintra, ainda não há uma clara percepção no Brasil da importância da CT&I para o desenvolvimento econômico e social da nação.

"Passamos por um momento de extrema dificuldade do ponto de vista econômico e me parece que a ciência e a tecnologia estão sendo jogadas na vala comum de outros setores, como o de transporte e infraestrutura, que demandam investimentos que podem ser postergados, sem prejuízos no resultado final", afirmou o presidente da Finep.

De acordo com Cintra, qualquer país que paralisa seus investimentos em ciência e tecnologia dificilmente conseguirá recuperar seu espaço perdido nessas áreas. "O mundo está avançando. Se perdermos a visão da fronteira tecnológica mundial, estaremos fadados a ser meras colônias do ponto de vista científico e tecnológico e caudatários no processo de desenvolvimento econômico", completou.

Gap tecnológico

Conforme os dados apresentados pelo diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo (CTA) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Pacheco, o Brasil tem aumentado seu gap tecnológico em relação ao mundo. A produtividade do País no período de 1990 a 2014 teria crescido apenas 4%. "É absolutamente impossível conseguir atingir uma trajetória sustentável de crescimento sem que a produtividade do País cresça", alertou.

Segundo ele, o fator determinante para o crescimento da produtividade é a inovação tecnológica, que demanda um forte investimento não só nessa área, como também em ciência e tecnologia. Desafios

Um dos principais desafios apontados pelos participantes do evento para aumentar os impactos social, econômico e intelectual da CT&I produzidas no País é aumentar a interação entre governo, empresas e organizações. "As empresas têm que ser atores decidindo o jogo, e elas querem ser e ter razões para inovação, mas as condições da economia brasileira não favorecem que façam isso", avaliou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.


Fonte: Agência Abipti, com informações da Fapesp e Finep








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