30/03/2017
Mei-Hung leva técnicas de reconhecimento facial – e muitas outras – à sala de aula
Taiwanesa, especialista em ensino de quÃmica é uma das palestrantes keynote do 46º. Congresso Mundial de QuÃmica
Tem gente que acha que falar sobre programas de tevê é uma bobagem. Não é o caso da professora Mei-Hung Chiu, taiwanesa, especialista em ensino de quÃmica e ciências. Foi em uma discussão com uma colega sobre a série "Lie to Me", em que um especialista em movimentos e expressões faciais ajuda a polÃcia a resolver crimes, que a Professora Chiu começou a desenvolver mais uma ferramenta para auxiliar professores e alunos de quÃmica. "Resolvemos estudar as ferramentas de reconhecimento facial em sala de aula, especificamente quando alunos eram confrontados com fenômenos contraintuitivos", disse ao Boletim SBQ. Seus estudos demonstraram que alunos que mudam a expressão facial quando expostos a tais fenômenos têm menor propensão a precisar de ajuda dos professores do que aqueles que mantêm a fisionomia inalterada. "Espero que as conclusões desse estudo ajudem os professores a identificar alunos que mais precisam de ajuda."
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A Professora Mei-Hung Chiu vai discutir os mais recentes resultados do PISA e do TIMSS, os dois maiores sistemas internacionais de monitoramento do desempenho de alunos no processo de alfabetização cientÃfica
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Ela trabalha em várias frentes e mantém também uma produção de vÃdeos com o uso da tecnologia de realidade aumentada como ferramenta auxiliar de aprendizagem. "Com a realidade aumentada podemos transformar representações 2D de assuntos como nanotubos, estruturas de DNA, polaridade de compostos quÃmicos, estruturas de compostos orgânicos e outros bastantes desafiadores, em representações 3D. Acredito que a realidade aumentada está mudando a atitude dos alunos, bem como os processos para a aprendizagem de ciências", explica a professora.
A Professora Chiu é uma das palestrantes keynote do 46º. Congresso Mundial de QuÃmica, que será realizado em São Paulo, de 9 a 14 de julho. Ela é formada em QuÃmica pela Universidade Nacional Normal de Taiwan, com mestrado e doutorado em Educação em Harvard. Lecionou QuÃmica e FÃsica no ensino médio antes de se tornar pesquisadora e professora universitária. Integra o comitê de Ensino de QuÃmica da IUPAC, é uma das principais autoridades asiáticas no tema e participa de variados projetos em cooperação com pesquisadores espalhados pelo planeta.
Sua apresentação discutirá resultados dos mais recentes PISA e TIMSS (os dois maiores sistemas internacionais de monitoramento do desempenho de alunos no processo de alfabetização cientÃfica), por paÃs e gênero, com a intenção de ajudar gestores a considerar estratégias, práticas e polÃticas públicas.
Leia Ãntegra da entrevista concedida pela professora Mei-Hung Chiu ao Boletim SBQ:
Why is it important to educate people for sciences? At what point in one´s life should this process beguin?
It is a science and technology era and everybody needs to know how science is related to our daily lives and how our lives are influenced by science entrepreneurs. As a global citizen, one also needs to know how the world has been changed and how humankind are benefitting from scientific discoveries. Therefore, being scientifically literate, we have to make our citizens aware what science is all about when they were still little. The earlier, the better. In particular, maintaining their curiosity about science and eagerness to learn how and why natural phenomena work the way they do, should be used as a vehicle for young hearts and minds to pursue science. Later on, he or she will be able to appreciate science and develop scientific literacy in a sustainable manner.
Could you describe a tipical working day?
Nowadays, writing and reading communicative emails have become a standard lifestyle for me – probably for a lot of people as well. So, I usually start my day by turning on the computer, logging into my gmail, and making tea while waiting for the computer to boot up. Then I check and reply emails and make decisions for business. For instance, as the President of National Association for Research in Science Teaching (NARST) based in the United States, I check emails on a regular basis day and night to make sure everything goes well so as to fulfill my missions as the President. After taking care of the emails, I will start with prioritized tasks that were planned the day before, such as reading and writing some research articles, planning for what should be done for the next steps of my research, meeting with collaborative researchers, and preparing teaching materials. Sometimes, I will take a walk for 30-40 minutes in the morning. So, in general, I will spend a couple of hours taking care of emails in the morning and then attend faculty meetings, research group meetings, meeting with advisees, and other commitments in the afternoon.
How did your passion for chemistry or sciences begin?
I used to be good at mathematics and science when I was little. I didn't like to memorize things that could be easily found in textbooks unless I had to. I liked deductive and inductive practice in school science classes, which helped me develop my logical and critical thinking competence. I enjoyed watching magic shows related to chemistry and sharing my thoughts with young students in order to inspire their thinking for science and vision for life. I love nature and believe we can learn a lot from it, cope with it, and appreciate it as a member of the globe. So, I decided that I wanted to be a science teacher when I was still a student, and then that brought me to a teacher training university here in Taiwan, and I became a secondary school teacher before going abroad pursuing my doctoral degree.
What do you expect from your visit to Brazil?
This will be the first time for me to visit South America. I am excited to attend the IUPAC 2017 conference in São Paulo this July. I am eager to learn more about the culture, education, people, and food of Brazil.
Cinco artigos relevantes
“Dynamic processes of conceptual change: Analysis of constructing metal models of chemical equilibrium”, M.H. Chiu, C.C. Chou, C.J. Liu, Journal of Research in Science Teaching 2002, 39, 688-712.
“A National Survey of Students' Conceptions of Chemistry in Taiwan”, M.H. Chiu, International Journal of Science Education 2007, 29, 421-452
“Globalization: Science education from an international perspective”, M.H. Chiu, R. Duit, Journal of Research in Science Teaching 2011, 48, 553-566.
“The role of facial microexpression state (FMES) change in the process of conceptual conflict”, M.H. Chiu, C.C. Chou, W.L. Wu, H. Liaw, British Journal of Educational Technology 2014, 45, 471–486.
“The use of modeling-based text to improve students’ modeling competencies”, J.P Jong, M.H. Chiu, S.L. Chung, Science Education 2016, 99, 986-1018.
Canal da Professora Mei-Hung Chiu no Youtube:
https://www.youtube.com/channel/UCbtItDt5qEDCBIMTJSVQ2HA
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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