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30/03/2017



Mais de 300 estudantes são premiados na Febrace 2017


"Isso traz a certeza de que o Brasil tem tudo para ser uma grande nação", declarou a presidente da SBPC, Helena Nader, que entregou o prêmio ao professor destaque da 15ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia, na última sexta-feira, 24, em São Paulo

A 15ª Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace 2017) realizou na sexta-feira, 24, a Cerimônia de Premiação dos melhores projetos apresentados na edição deste ano, realizada entre os dias 21 e 23 de março, na Poli-USP, em São Paulo. Foram entregues mais de 300 prêmios, além de 70 bolsas de iniciação científica Júnior do CNPq. Alguns dos vencedores levaram para casa tablets e laptops, outros ganharam viagens para participar de eventos internacionais, em países como Estados Unidos e Israel.

A Febrace 2017 selecionou 346 projetos inovadores, entre mais de 2100 inscritos. Cerca de 760 estudantes do ensino médio, orientados ou coorientados por 484 professores, trouxeram para a Feira projetos nas áreas de Ciências Agrárias, Biológicas, da Saúde, Exatas e da Terra, Humanas, Sociais e Aplicadas, além da Engenharia.

Os organizadores do evento destacaram que nesta edição o número de projetos inscritos aumentou, bem como a qualidade. "A cada ano eu observo que as pessoas vêm mais preparadas, os projetos têm mais rigor científico, os professores que participam ao longo dos anos vão melhorando os seus trabalhos. Com esses projetos, os estudantes crescem, mudam as perspectivas de curso superior. É um trabalho imenso organizar tudo isso, mas é muito gratificante", disse Irene Fisherman, pesquisadora da USP e responsável pela estrutura tecnológica e toda parte de avaliação da Febrace.

Outro dado destacado foi o expressivo aumento no número dos avaliadores voluntários – pesquisadores que se oferecem para julgar os projetos, e participam da Feira sem receber nada. "No ano passado tivemos cerca de 500 avaliadores inscritos; nesse ano, foram mais de 650. E o que é mais interessante é que muitos deles são doutorandos, ex-alunos da USP, que voltam, cobrindo suas próprias despesas, para participar. Isso é um indicador importante, porque eles reconhecem o quanto é valioso esse projeto, tanto para eles, quanto para os estudantes", aponta a coordenadora geral do evento, Roseli de Deus Lopes, professora da Poli-USP e secretária regional da SBPC em São Paulo.

A presidente da SBPC, Helena Nader, ressaltou ainda a diversidade regional dos premiados e a importância de atividades como essa para o desenvolvimento do País. "A SBPC se sente orgulhosa de participar dessa celebração, onde jovens de todo o Brasil, de escolas públicas e privadas, foram premiados por seus relevantes trabalhos de inovação. Pra mim, essa feira traz a certeza de que o Brasil tem tudo para ser uma grande nação. O entusiasmo dos jovens é total, dos professores também. A gente só precisa que as pessoas não atrapalhem e deixem as coisas acontecer", acrescentou.

Ela também falou sobre como a história da SBPC se aproxima dos objetivos da Febrace. "A SBPC vai fazer 70 anos. É uma Sociedade que foi criada por um grupo de idealistas, logo depois da Segunda Guerra Mundial, em 1948, que chegaram à conclusão que sem ciência, sem educação, nós não iríamos acontecer. Ela foi criada para trazer todas as áreas da ciência em um pensamento único: o que fazer para dar certo o nosso País. Às vezes a gente se questiona: será que vai dar certo? Mas, olhar para vocês é o que nos faz manter a esperança de que o Brasil vai melhorar", disse Nader, durante a cerimônia de entrega dos prêmios.

Professor destaque

Os estudantes Carlos Barbosa, Daniel Giulsani e Everaldo de Oliveira Júnior, do Rio Grande do Sul, são um dos grupos premiados. Eles ganharam o prêmio da Unesco pelo desenvolvimento da paz e o 3º lugar na categoria Engenharia da Febrace, com um projeto que usa a palha do milho para a produção de enzimas poliméricas. "A gente pega um composto que não tem utilidade, no caso, a palha de milho, e dá uma finalidade para ele. A gente recolhe essa palha, que existe em abundância na nossa cidade, para produzir bioplásticos", conta Carlos. O estudante observou que o milho é o grão mais produzido no mundo, e que o Brasil é o terceiro maior produtor: "ou seja, temos muita palha disponível", disse.

Para Daniel, o reconhecimento faz querer fazer mais pesquisa. "A gente agora quer avançar mais na nossa pesquisa e tentar ajudar o mundo", contou. Everaldo também acha que os prêmios são um incentivo a continuar com o projeto: "Vimos que nosso trabalho é reconhecido." Os três estudantes, que acabaram de concluir o ensino médio e agora se preparam para ingressar na graduação, contam ainda que foi a professora de química, Sandra Seleri, que os incentivou a desenvolver o projeto.

Pela sua atuação como orientadora do projeto dos três estudantes, Seleri ganhou o prêmio "Professor Destaque", entregue a apenas um professor, pela Febrace. "Esse reconhecimento mostra que eu fiz a coisa certa e que eles pegaram o que foi passado e fizeram algo muito maior", declarou a professora. Segundo ela, o simples fato de participar de uma feira de ciências como a Febrace, é suficiente para expandir os horizontes do aluno e do professor orientador. "Como orientadora, eu fico emocionada de ver que o pouco que eu consegui transferir de conhecimento, eles fizeram crescer de uma maneira incrível. Todo professor tem dentro de si um orientador de trabalho de pesquisa. Às vezes ele ainda não está desperto, mas quando ele desperta, não dorme mais", disse.

O prêmio de "Professor Destaque" foi entregue pela presidente da SBPC, Helena Nader, que ressaltou a importância do trabalho dos professores para engajar os jovens nas atividades científicas. "Para mim é um privilégio ver todos esses professores aqui neste evento, pois, sem vocês, não teria a motivação para essas crianças e esses adolescentes realizarem esses projetos. Precisamos de mais pessoas como vocês", declarou.

Cinco prêmios

Lorena Vilas Boas foi um dos grandes destaques do evento. A jovem baiana de apenas 18 anos levou 5 prêmios da Febrace: 1º lugar do Prêmio Febrace de Engenharia, Prêmio Poli-Cidadã, Prêmio 3M, Prêmio Intel Mulheres e Tecnologias e o Prêmio Intel ISEF (International Science and Engineering Fair), para participar da Feira Internacional de Ciências e Engenharia realizada anualmente, em maio, nos EUA.

Lorena desenvolveu um piso tátil com indicação sonora para cegos se localizarem em ambientes internos. "É uma alternativa para que eles criem independência e autonomia dentro de instituições. O meu foco inicialmente foram instituições de ensino. Foi pensado para o Instituto Federal da Bahia, onde estudei o 4º ano do ensino médio. Mas pode ser expandido e instalado em shoppings, bancos, qualquer ambiente interno", explica.

A estudante conta que desde pequena é apaixonada pela tecnologia com impacto social. "Me envolvi em projetos de robótica educacional no ensino médio. No final de 2015 a escola trouxe uma proposta para desenvolvermos algo que melhorasse a infraestrutura da instituição. Observando o dia-a-dia lá, eu percebi que os cegos tinham muitas dificuldades de se localizarem em interiores, e foi aí que tive essa ideia", disse. Atualmente, ela cursa o segundo semestre de Engenharia Elétrica na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Representar o Brasil


"Isso é um momento de formar professores, de formar cultura. E não apenas cultura científica, mas a cultura de um país", definiu a professora-titular da USP e conselheira da SBPC, Regina Pekelmann Markus.

Markus é também representante do Instituto Weizmann da Ciência e na cerimônia de premiação da Febrace entregou uma bolsa para um estudante participar do curso de verão do Instituto, em Israel. É um curso realizado em julho, para estudantes do mundo que estejam no último ano do ensino médio, ou no primeiro ano da graduação. O curso inclui ainda um passeio de duas semanas pelo país.

Todo ano, o Instituto aqui no Brasil, com apoio da iniciativa privada, seleciona e patrocina quatro estudantes para participar do curso de verão. Neste ano serão cinco escolhidos, três por meio de um processo seletivo e dois escolhidos em feiras no Brasil. Na Febrace, o prêmio foi entregue à estudante Giovana Lemos Ribeiro, de São Paulo. "Fazer ciência é a melhor coisa do mundo e o Instituto Weizmann tem por objetivo ter todos fazendo perguntas e se divertindo com curiosidade. Nós vamos fazer o orgulho do Brasil, nos mostrando para o mundo em um evento como este, em Israel", concluiu Markus.

Política, ciência e cidadania

Leda Sampson Pinto, coordenadora-geral de Popularização e Divulgação da Ciência, da Secretaria de Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), afirma que os projetos apresentados na Feira são a melhor prova do potencial que os brasileiros têm de inovar e de buscar novas soluções. "As Feiras de Ciências são um dos melhores mecanismos para descobrir os talentos, e incentivar os jovens a buscarem a ciência, a serem cidadãos conscientes do mundo, sempre buscando uma vida melhor", disse, e acrescentou: "É uma coisa muito linda ver a garotada pensando e resolvendo problemas. Às vezes algo simples, de sua própria comunidade, que ninguém nunca se importou em olhar, eles pensam e desenvolvem uma solução".

Em entrevista ao Jornal da Ciência, ela disse que iniciativas como essa precisam ter mais visibilidade, e que é fundamental que se busque maneiras de aproximar projetos que promovam a popularização da ciência no País. "Eu acho que tem que aparecer um pouco mais essas iniciativas. A questão da divulgação científica no Brasil ainda é complicada. A gente trabalha internamente no Ministério, mas a ponta, os atores, precisam procurar mais o Ministério, explorar mais a mídia para que esses grandes eventos apareçam mais. Muitas vezes, a gente resolve as coisas muito melhor e mais rápido quando a iniciativa parte da sociedade, cobrando do governo", afirmou.

Segundo ela, é importante que os organizadores desses eventos procurem os ministérios, cobrem investimentos nas áreas, que se organizem e peçam audiência com o ministro, com os secretários, para chamar a atenção para a importância da divulgação da Ciência. "Também é importante que as pessoas ajam mais com cidadania, no sentido de conhecer melhor as políticas públicas e cobrar que os ministérios façam mais", concluiu.


Fonte: Daniela Klebis – Jornal da Ciência








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