20/04/2017
IUPAC 2017: 'Pai dos nanotubos' encabeça simpósio de nanociências
Além de Sumio Ijima, painéis terão especialistas em diversas áreas da quÃmica em que a nanotecnologia se faz presente
O mundo em que as coisas são de um tamanho aproximadamente um bilhão de vezes menor que o metro tem atraÃdo cada vez mais a atenção de pesquisadores de diferentes áreas da QuÃmica. Alguns buscam construir máquinas capazes de cumprir tarefas dentro do corpo humano, outros têm aberto caminhos para a sÃntese de novos elementos, com novas propriedades, que basicamente tornam a vida humana mais eficiente, enquanto outros se utilizam da nanotecnologia para aprimorar processos.
Para montar o Simpósio Nanociências e Tecnologia, no 46º. Congresso Mundial de QuÃmica (São Paulo, 9 a 14 de julho), os Professores Aldo Zarbin (UFPR), Elsa Reichmanis (PennState-USA) e Pedro Camargo (USP) foram atrás dos temas quentes da atualidade, de acordo com publicações recentes nas revistas mais conceituadas sobre nanociências. "Virão para o Simpósio 13 cientistas de diversas regiões do planeta, que representam as áreas mais pujantes nas nanociências", afirma Zarbin, um dos coordenadores do Simpósio e presidente da SBQ.
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Sumiou Ijima, da Universidade de Meijo (Japão): oportunidade para quÃmicos brasileiros conhecerem aquele que pela primeira vez descreveu os nanotubos de carbono
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Segundo ele, a nanotecnologia já é uma realidade no dia-a-dia das pessoas. "Já utilizamos e compramos muitos produtos que têm incorporados conceitos da nanociência. É uma área que cresce muito, com investimentos maciços por empresas de todas as áreas", avalia o Professor Zarbin. "É um campo que desperta a atenção de quÃmicos da orgânica, inorgânica, fÃsico-quÃmica, analÃtica, dos materiais, da bioquÃmica, da medicina, da agro, do meio-ambiente... por uma razão muito simples: processos conhecidos há muito tempo se tornam mais eficientes, simples, melhores e mais baratos se incorporados de alguma forma de conhecimento nanotecnológico. É algo irreversÃvel."
Zarbin destaca a qualidade da QuÃmica brasileira na nanociência. "Existem muitos grupos com atuação relevante em nanoestruturas de carbono nanopartÃculas dos mais diversos materiais como metais e cerâmicas, nanocompósitos poliméricos, e voltados para aplicações em nanomedicina, carreadores de fármacos, sensores, em eletroquÃmica, diferentes aspectos relacionados à geração, transformação e armazenamento de energia, materiais funcionais, materiais para proteção, catálise, aplicações na agricultura, dentre muitos outros. É uma área em que a QuÃmica brasileira cresceu bastante e é bem-vista lá fora."
Entre os cientistas participantes do Simpósio está o fÃsico japonês Sumio Ijima, professor da Universidade de Meijo, em Nagoya, tido como o "pai" dos nanotubos de carbono. Em 1991 ele publicou artigo na Nature em que descrevia pela primeira vez a existência de nanoestruturas cilÃndricas de carbono com propriedades especiais. Hoje, além de lecionar e dirigir o Nanotube Reserach Center, Ijima é pesquisador da multinacional de tecnologia da informação NEC.
Entre os brasileiros no Simpósio, destaque para o Professor Jairton Dupont (UFRGS), atualmente em Nottingham (Inglaterra). Com mais de 210 artigos publicados, 13 mil citações e 13 patentes, Jairton é um dos principais nomes brasileiros em catálise e organometálica. "Esperamos atrair todo tipo de gente no Simpósio: pessoas com interesse em energia, catálise, ciência fundamental, enfim, os mais diferentes assuntos", resume Zarbin.
Para saber mais:
Artigo de Sumio Ijima sobre os nanotubos de carbono:
http://www.nature.com/nature/journal/v354/n6348/abs/354056a0.html
Programação do Simpósio Nanociências e Tecnologia:
http://www.iupac2017.org/symposia.php#nt
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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