25/05/2017
IUPAC 2017: A QuÃmica Medicinal traz a academia e indústria farmacêutica ao Congresso Mundial
Cientista da Eurofarma falará sobre a experiência do desenvolvimento e lançamento do primeiro medicamento biossimilar da América Latina
Com 44 participantes entre keynotes, palestrantes convidados e apresentações orais, o Simpósio de QuÃmica Medicinal no 46º Congresso Mundial de QuÃmica (IUPAC 2017) trará uma série de debates sobre os diversos papeis que a QuÃmica desenvolve nos cuidados com a saúde humana e planejamento de fármacos. É, talvez, entre todos os simpósios do evento, o que mais evidencia a importância da aproximação da indústria com a academia para que os benefÃcios da boa ciência cheguem rapidamente à população.
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Prof. Adriano D. Andricopulo (IFSC-USP): "Trata-se de uma oportunidade excelente de discutir ciência e novidades da academia e indústria farmacêutica neste ambiente único que é a IUPAC"
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Uma das palestrantes é a bióloga Vanda Dolabela de Magalhães, gerente de Biotecnologia da Eurofarma, uma multinacional farmacêutica brasileira, fundada na década de 1970, e que lançou, em 2016, o primeiro medicamento biossimilar da América Latina. "A relação empresa-universidade ainda é pouco desenvolvida no Brasil, se comparada com paÃses como os Estados Unidos, por exemplo. A participação de uma empresa nacional em um congresso que reúne grandes nomes da ciência nacional e internacional é um passo na direção desta aproximação", declarou Vanda ao Boletim da SBQ.
Quando ela entrou na USP, em 1979, a Genentech, empresa norte-americana, pioneira em biotecnologia, fundada em 1976, anunciava a produção de proteÃnas recombinantes humanas em Escherichia coli. "A primeira disciplina do primeiro ano foi Biologia Molecular e o meu trabalho de encerramento de curso foi a respeito da Genentech", conta a cientista, que logo se decidiu a seguir carreira no setor produtivo – ela implementou o laboratório do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein antes de juntar-se à Eurofarma. "Sempre tive vontade de utilizar o conhecimento que adquiri na universidade para gerar produtos que pudessem beneficiar a sociedade, ou seja, fazer ciência aplicada. Fazer justamente a ponte universidade/empresa."
Vanda ressalta que mesmo em paÃses onde modelos de parcerias entre universidades e empresas são mais avançados, existem barreiras a serem ultrapassadas de ambos os lados. "É preciso considerar que a empresa realiza uma pesquisa aplicada que possibilita a implantação de soluções tecnológicas/produtos que utilizaram de conhecimento e pesquisa básica gerados nas universidades. O estreitamento destas relações passa, obrigatoriamente pelo exercÃcio, ou seja, pela tentativa e erro", afirma.
Entre os palestrantes nacionais no Simpósio de QuÃmica Medicinal e Biológica figuram os professores Eliezer de Jesus Barreiro (UFRJ), Glaucius Oliva (USP), Vanderlan Bolzani (Unesp), João Batista Calixto (CIEnP), MarÃlia Goulart (UFAL) e Jerson Lima (UFRJ). Entre os internacionais, destacam-se os professores Stefan Laufer (Alemanha), José Medina-Franco (México), William Jorgensen (Estados Unidos), Charles Mowbray (Suiça), Dale Kempf (Estados Unidos), Nestor M. Carballeira (Porto Rico) e Tom Blundell (Reino Unido).
"A QuÃmica Medicinal vai muito bem no Brasil", afirma o Professor Adriano D. Andricopulo (IFSC-USP), organizador do Simpósio, ex-presidente da SBQ e presidente da IUPAC-2017. "Temos muitos bons laboratórios e competências, temos verificado o aumento do interesse de quÃmicos e empresas por esta área e enxergamos um futuro promissor."
Andricopulo destaca a alta qualidade dos palestrantes e sua diversidade regional, com pelo menos 12 paÃses representados. "Trata-se de uma oportunidade excelente de discutir ciência e novidades da academia e indústria farmacêutica neste ambiente único que é a IUPAC", resume.
Veja a programação completa do Simpósio aqui:
http://www.iupac2017.org/symposia.php#mb
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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