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29/06/2017



IUPAC 2017 coroa quatro décadas de trabalho pela ciência e pesquisa no Brasil


Ex-presidentes falam sobre as conquistas da SBQ desde sua fundação, em 1977, em reunião da SBPC

A realização no Brasil do 46º Congresso Mundial de Química é um marco indiscutível do sucesso do trabalho da SBQ nestes primeiros 40 anos. Desde sua fundação em 1977, dentro de uma reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBQ tem participado de maneira ativa e intensa nas principais discussões científicas e tecnológicas do País, como a consolidação do sistema de pós-graduação em Química, a criação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex) e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). E muito mais...

Professor Fernando Galembeck (Unicamp): "A SBQ teve e continua a ter um papel importante em tornar o setor químico o que é hoje no Brasil: um setor que tem uma dinâmica de ciência, tecnologia e inovação, do tipo almejado em qualquer país desenvolvido."

"A SBQ teve e continua a ter um papel importante em tornar o setor químico o que é hoje no Brasil, um setor que tem uma dinâmica de ciência, tecnologia e inovação, do tipo almejado em qualquer país desenvolvido", afirma o professor Fernando Galembeck (Unicamp), fundador e terceiro presidente da SBQ. "Hoje temos boa qualidade de pesquisa, um grupo razoável de pesquisadores com reconhecimento internacional, um setor químico industrial forte e a maior presença de mestres e doutores entre todos os setores das indústrias de transformação.

"A principal conquista da SBQ é a evolução da própria área", concorda a professora Vanderlan Bolzani (Unesp), ex-presidente da SBQ. Em sua opinião, a Sociedade começou a organizar químicos e pesquisadores de áreas afins para defender os interesses, não só da química, como uma ciência central, mas principalmente para que os pesquisadores tenham uma sociedade representativa. De fato hoje a SBQ, além de representar o Brasil da IUPAC e ter membros em seus comitês, também se faz representar em diversas outras entidades nacionais e internacionais, como a TWAS, RSC, ACS, Federação Latino-Americana de Química, Conselho Regional de Química, Abiquim.

Professora Vanderlan Bolzani (Unesp): Nós de uma geração passada, que ajudamos a construir muita coisa, temos que enxergar nos jovens a continuidade de um trabalho que não pode parar quando nossa geração começar a partir."

Na opinião da professora Vanderlan a criação da Reunião Anual da SBQ foi um marco importante nessa trajetória. "Logo no início as reuniões anuais eram dentro da SBPC", lembra. "Num dado momento a Sociedade se achou robusta e madura o suficiente para caminhar com suas próprias pernas. Continuamos a participar da SBPC como um fórum de política da ciência e começamos a organizar um evento anual de Química de altíssimo nível. A Reunião Anual da SBQ é extremamente importante para o País porque promove discussões sobre os últimos avanços da química e aproxima os pesquisadores espalhados por este Brasil continental. Outro dado relevante é a presença de pesquisadores estrangeiros, incluindo prêmios Nobel, muito salutar aos jovens que têm pretensões de se tornarem cientistas ou profissionais de setores importantes para a economia e melhoria social ."

Professor Carlos Alberto Lombardi Filgueiras (UFMG): "A SBQ soube entender as necessidades da pesquisa brasileira e da inserção brasileira no cenário internacional de pesquisa."

A primeira RASBQ independente da Reunião anual da SBPC foi realizada em 1990, sob a gestão do professor Carlos Alberto Lombardi Filgueiras (UFMG). É dessa época o fortalecimento das publicações da SBQ. "Em 1978 o professor Eduardo Peixoto fundou a revista Química Nova. Hoje a SBQ tem publicações em Português, Inglês e trilíngues, e há uma longa fila para publicação de artigos", afirma Filgueiras. "A SBQ soube entender as necessidades da pesquisa brasileira e da inserção brasileira no cenário internacional de pesquisa."

Para Vanderlan Bolzani, outra conquista da SBQ é o rejuvenescimento da Sociedade. "Acho muito importante que as últimas diretorias da SBQ tenham sido compostas por presidentes jovens (e excelentes pesquisadores), como Adriano Andricopulo, Aldo Zarbin e Norberto Peporine Lopes, que será o próximo presidente. Nós de uma geração passada, que ajudamos a construir muita coisa, temos que enxergar nos jovens a continuidade de um trabalho que não pode parar quando nossa geração começar a partir."

Segundo ela, um fato marcante é que todas as conquistas da SBQ foram alcançadas com apoio de um corpo administrativo muito enxuto mais eficiente. "A Dirce Campos (diretora executiva da SBQ) é um dos nossos maiores legados. Ela entrou jovem na SBQ e conhece a Sociedade tão bem quanto conhece sua própria família. Sempre foi fundamental para que a SBQ se consolidasse como essa sociedade científica cheia de brilho", observa Vanderlan.


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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