20/07/2017
Na 69ª SBPC, presidente da Finep ressalta que conhecimento é a base do progresso
Defesa dos recursos para pesquisa e inovacão marcou a sessão especial pelos 50 anos da Finep na 69ª Reunião da SBPC. Para o secretário Jailson de Andrade, trata-se de instrumento vigoroso para o ministério sustentar a inovação.
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| Presidente da Finep, Marcos Cintra participou de sessão especial pelos 50 anos da agência na 69ª Reunião da SBPC na UFMG, em Belo Horizonte. Crédito: Ascom/MCTIC |
Cientistas e economistas concordam, por unanimidade, que o conhecimento significa a base do progresso. A avaliação é do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, que participou, nesta terça-feira (17), de sessão especial pelos 50 anos da agência, na 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG).
"Há 500 anos os economistas tentam descobrir quais são as causas da riqueza das nações", ponderou Cintra. "Eu acho que nós chegamos a um consenso, algo dificilmente negado por qualquer cientista ou economista que se debruce sobre a evolução das economias que conseguiram gerar uma trajetória de desenvolvimento econômico e social. E esse consenso é de que o progresso econômico está exclusivamente no conhecimento aplicado, na transformação do conhecimento em valor, na inovação, como nós chamamos hoje."
Para o presidente da Finep, apesar disso, a percepção sobre o papel da ciência e tecnologia (C&T) ainda não domina a sociedade brasileira. "No momento em que a população não se apercebe dessas coisas, a classe política também não reflete o pensamento de que C&T está na base e no substrato de todo e qualquer desenvolvimento econômico e de todo o futuro das gerações que estão por vir."
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jailson de Andrade, destacou a versatilidade da financiadora. "A Finep apoia desde uma startup a uma grande empresa, desde uma jovem instituição a uma universidade altamente consolidada, desde uma prefeitura municipal a um governo estadual. Então, esse é um instrumento extremamente vigoroso e flexível para o ministério poder sustentar a inovação em diversos portes."
Na visão do reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez, a agência representa uma dimensão fundamental para as universidades públicas brasileiras. "No caso das instituições federais, só a Finep propicia o financiamento de grande porte, para a aquisição de grandes equipamentos e, sobretudo, para a construção de uma infraestrutura", afirmou. "Se não fosse essa compreensão e essa possibilidade de financiamento, a parte de ciência, tecnologia e inovação das universidades federais estaria em um patamar muito aquém do que alcançamos até hoje."
A presidente da SBPC, Helena Nader, ressaltou "contornos além do aspecto comemorativo" para a sessão especial de aniversário. "Como a Finep nasceu dentro do Ministério do Planejamento, pela mão de economistas liberais, como João Paulo dos Reis Velloso, creio que a passagem dos 50 anos da financiadora seja o momento oportuno para que o próprio Ministério do Planejamento e o governo federal apurem seu olhar sobre a agência e tenham a compreensão de seu papel fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país."
O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, enfatizou a "participação política" da agência no desenvolvimento científico e tecnológico do país. "Mas é claro que a esse sentimento de felicidade se adiciona a outro de tristeza e talvez indignação. A Finep já teve recentemente R$ 4 bilhões [de orçamento] e está agora com R$ 600 milhões", disse. "Não à toa, o Brasil perdeu posições no Índice Global de Inovação. Isso mostra a importância de estimular a inovação e a interação entre academia e empresa."
Fonte: MCTIC
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