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31/08/2017



Gestores defendem investimento perene em CT&I para sair da crise


 
 Marcos Cintra e Luiz Davidovich participaram do Seminário Internacional de Promoção, Desenvolvimento, Apoio e Avaliação da Inovação, no Rio de Janeiro - Foto: Finep

A importância do investimento perene em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) foi uma das bandeiras mais defendidas pelos gestores durante o Seminário Internacional de Promoção, Desenvolvimento, Apoio e Avaliação da Inovação, promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC). O evento ocorreu nesta segunda-feira (28) na sede da ABC, no Rio de Janeiro (RJ).

Para o presidente da Finep, Marcos Cintra, a sociedade ainda não percebeu a relevância do setor para o desenvolvimento do país. "As ações em CT&I precisam de continuidade", resumiu, ao destacar a perda de participação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no orçamento do governo federal. Segundo ele, o percentual, que já alcançou o patamar de 3,2% em 2010, apresentou queda brusca a partir de 2013 (2,7%), chegando a cerca de 1% em 2017.

Como uma das alternativas, Cintra propôs a adoção do chamado orçamento base zero. "Com esse modelo, seria possível avaliar o custo-benefício de todas as ações e atividades, partindo-se de uma base zero, não fazendo do orçamento uma mera reprodução anterior", pontuou.

Segundo o presidente da ABC, Luiz Davidovich, investir no setor pode ser apontado como um caminho sustentável para sair da crise. "Os dispêndios do governo com ciência e tecnologia não devem ser encarados como um gasto, mas, sim, como um investimento", afirmou, ressaltando que a cada dólar investido em CT&I o retorno pode chegar a US$ 7. Para ele, "o Brasil está hoje na contramão das principais nações".

Um exemplo apontado por Davidovich foi o desenvolvimento da exploração e produção do pré-sal no país, que atualmente responde por mais da metade da produção brasileira de petróleo. "Há alguns anos, essa era tida como uma missão quase impossível e, graças aos laboratórios nacionais, como os da Petrobras, que trabalharam em novas tecnologias para extração de petróleo nesse tipo de campo, foi possível chegar onde estamos hoje", destacou.

Na avaliação do diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, a contribuição do setor para com o país vai além da economia. "As ações relacionadas à ciência, tecnologia e inovação, sem dúvida, contribuem também para o desenvolvimento social", disse o diretor do CNPq.

Desafio


O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Álvaro Prata, chamou atenção para o fato de os investimentos públicos em inovação feitos pela Coreia do Sul apresentarem números próximos aos do Brasil (0,9% do Produto Interno Bruto contra 0,7%, proporcionalmente).

"A Coreia é o país que mais investe em pesquisa e desenvolvimento – tanto no setor privado quanto no setor público. Isso nos mostra que temos muito a crescer. O nosso maior desafio é conseguir fazer com que o setor público alavanque o investimento no setor privado", concluiu.


Fonte: Agência ABIPTI, com informações da Finep








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