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28/09/2017



41ª RASBQ: "Construindo o Amanhã"


SBQ define tema, local e decide manter preços de 2016 para a Reunião Anual de 2018, em Foz do Iguaçu

A 41ª Reunião Anual da SBQ será realizada no Rafain Palace Hotel e Convention Center, em Foz do Iguaçu. A decisão foi tomada em reunião de diretoria e conselho, depois de avaliação dos três locais pré-selecionados. "O Rafain tem o melhor centro de convenções de Foz do Iguaçu. Tivemos boas referências de outras sociedades científicas que fizeram eventos lá, e conseguimos uma excelente negociação", afirma a secretária-geral da SBQ, professora Rossimiriam P. Freitas (UFMG), presidente da Comissão Organizadora da 41a RASBQ.

 
 Professora Rossimiriam P. Freitas (UFMG), terceira a partir da direita, com membros da comissão organizadora*: "Será um período de trabalho intenso porque estamos com o cronograma apertado, e temos a responsabilidade de fazer um evento excelente depois do sucesso do Congresso Mundial de Química. Vamos precisar de união, criatividade, bom senso e entusiasmo"

Na mesma reunião a diretoria da SBQ decidiu manter os preços de inscrição que foram praticados na 39ª RA, em Goiânia, em 2016, e já definiu o número de atividades científicas que serão realizadas: serão 13 minicursos, entre 15 e 19 plenárias, quatro sessões temáticas e seis workshops. "Foi uma boa largada, com a presença de todas as divisões científicas e um diálogo fantástico. Será um período de trabalho intenso porque estamos com o cronograma apertado, e temos a responsabilidade de fazer um evento excelente depois do sucesso do Congresso Mundial de Química. Vamos precisar de união, criatividade, bom senso e entusiasmo", destaca Rossimiriam. A página do evento já está pronta (http://www.sbq.org.br/41ra/) e deve ser alimentada com informações nas próximas semanas.

O tema da RA será "Construindo o Amanhã", que propõe uma reflexão sobre a criação de condições para que o ambiente de ciência e tecnologia do Brasil volte a crescer para se firmar como um fundamental eixo do desenvolvimento econômico do País. O presidente da SBQ, professor Aldo Zarbin (UFPR) e o professor Fernando Galembeck (Unicamp), ex-presidente da SBQ, fizeram reflexões sobre este tema:


 
 Zarbin (à esquerda) e Galembeck: União pela construção do amanhã para a ciência, o Brasil e a humanidade

"Em minha visão, precisamos construir o amanhã para o Brasil, os brasileiros, a ciência brasileira e a química brasileira, inserida no contexto mundial. Significa a clareza de que o País precisa ter um investimento forte, robusto, sustentado, continuado em ciência, tecnologia e inovação", afirma Zarbin.

Para Galembeck, construir o amanhã deve ser um projeto da humanidade, ramificado em cada país, cidade ou lugar. "O crescimento humano envolve a melhoria das condições de vida das pessoas: materiais, intelectuais, de exercício das liberdades e direitos individuais e coletivos e de reconhecimento dos deveres de cada um. O passado recente e o presente estão cheios de lições sobre o que nos leva nessa direção e como isso pode ser feito."

Zarbin destaca a importância dos recursos para a construção do amanhã: "Estamos em uma situação em que há claros indícios de que o investimento em ciência, tecnologia e educação superior não são prioritários. Exatamente isso que queremos discutir: por que não são prioritários? Por que os recursos estão minguando? E o que podemos fazer para que estes recursos retornem. Há uma questão fundamental que é a conscientização da população sobre a importância dos investimentos em ciência e tecnologia, e a importância que ciência e tecnologia têm para o crescimento do País. Os recursos precisam voltar, e vamos lutar por isso."

Galembeck pondera que "os recursos são humanos, em primeiro lugar e materiais, em segundo lugar. Além desses, há fatores contextuais importantes: o cenário econômico no país e no exterior; o contexto institucional; a visão do público, dos jovens, dos empresários, estudantes, políticos, formadores de opinião e tomadores de decisão, sobre o papel da ciência, tecnologia e inovação no presente e no futuro do país. Cada um desses tópicos tem de ser examinado, usando muita informação e reflexão. Já tivemos muitas situações difíceis, no passado e isso só se resolve com conversa, entendimento, crítica e, se necessário, não devemos temer o confronto.

E qual seria o papel dos diversos atores dessa construção? Para Galembeck, "estudantes devem se preparar com seriedade, para atuarem como professores, pesquisadores, profissionais técnicos, gestores e sempre, como cidadãos. Professores e pesquisadores devem produzir resultados excelentes, sempre refletindo sobre a motivação, conteúdos e consequências dos resultados do seu trabalho. Também precisam mostrar, sempre, a importância do seu trabalho. À iniciativa privada cabe o trabalho de desenvolvimento de novos processos e produtos, materiais ou serviços, para que os resultados do novo conhecimento alcancem as pessoas que podem se beneficiar deles. Ao governo cabe criar condições, presentes e futuras, para que os vários segmentos da população possam viver com dignidade e esperança, exercendo seu poder de criação, sua iniciativa.

Na visão de Zarbin, é preciso unir forças: "Numa situação de crise, a melhor solução é uma união de força. Precisamos sensibilizar as pessoas que detêm a "caneta", sobre a importância estratégica de dirigir recursos para ciência e tecnologia, dentro de um mínimo padrão aceitável para fazer com que todo este sistema que vinha sendo construído no País possa continuar trabalhando e voltar a crescer. Ainda estamos longe do ponto em que podemos e devemos estar. Para isso temos que fazer pressão – estudantes, pesquisadores, e iniciativa privada.

A 41ª Reunião Anual da SBQ será realizada de 21 a 24 de maio, em Foz do Iguaçu. Acompanhe as novidades pelo Facebook e participe deste grande evento!

* Em primeiro plano, da direita para a esquerda: Profa. Shirley Nakagaki (Divisão de Química Inorgânica), Sra. Dirce Campos (Diretora Executiva SBQ), Profa. Rossimiriam Freitas (Secretária Geral ), Profa. Célia Ronconi (Divisão de Química de Materiais), Profa. Clésia Nascentes (Divisão de Química Analítica), Profa. Maria Valnice Zanoni (Divisão de Eletroquímica e Eletroanalítica), Prof. Roberto Berlinck (Divisão de Produtos Naturais), Prof. Rafael Victorio Guido (Divisão de Química Medicinal), Prof. Eduardo Nicolau (Divisão de Catálise). Segunda fileira, da direita para esquerda: Prof. Maurício Victor (Divisão de Química Orgânica), Prof. Renato Freire (Divisão de Química Ambiental ), Prof. Aldo Zarbin (Presidente), Prof. Nelson Morgon (Divisão de Físico-Química), Profa. Carla Cristina Cavalheiro (Divisão de Fotoquímica), Prof. André Galembeck (Tesoureiro), Prof. Stanislau Bogusz (Divisão de Alimentos e Bebidas), Prof. Márlon Herbert Soares (Divisão de Ensino de Química).

Texto: Mario Henrique Viana (Assessor de Imprensa da SBQ)








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